Fanfic: Anjo negro- AyA ( Adaptada) FINALIZADA | Tema: Anahí y Alfonso

Anahí se sentia aturdida enquanto se dirigia ao aeroporto para embarcar no vôo que a levaria para casa. Tinha tido esperança, uma esperança tonta, mas sabia que seus avôs pensariam que tinha sido o pior dos intermediários. Teria sido mais sensato mentir sobre por que tinha rompido o compromisso, tinha cometido um erro dizendo a verdade. No fundo se deu conta de que tinha desejado que Alfonso atendesse em fazer algum trato com o castelo, mas não sabia qual. 

Alguma vez ele tinha se preocupado com ela, ainda que fosse só um pouco? O interesse que tinha tido nela se devia as razões que tinha dito Dulce? Depois de tudo, Alfonso nunca tinha dito que a amava e tinha estremecido quando ela o tinha perguntado.

Na realidade, tinha demonstrado mais emoções nessas duas reuniões que no passado. Por que Poncho sentia tanto ódio?

Rodrigo tinha prometido comer com ela no aeroporto.

—Pareces um fantasma —disse enquanto a guiava a um dos bares.—Suponho que não foi muito bem com Herrera.

Demasiado desagradada como para falar, Annie assentiu com a cabeça.

—Teria me agradado que me esperasse desperta ontem à noite, quase não te vi. — se queixou seu irmão.

Anahí esteve tentada a contar-lhe tudo o que a preocupava. Rodrigo era o irmão que nunca tinha tido e sabia que ele também a apreciava muito.

Mas Dulce era sua verdadeira irmã e ele também lhe era leal. Confessar-lhe que cinco anos atrás Dulce tinha afirmado que tinha dormido com Alfonso seria embaraçoso para Rodrigo e danaria sua amizade.

— Alfonso disse que não. -  Nem sequer  quis discutir a  possibilidade de  outro acordo.

—Estás tratando com um gângster, não com o senhor Amável. Odeio dizer isto mas, que esperavas? Quando faltou todo esse dinheiro de Franco, por que crês que a polícia o prendeu tão rápido? Pesquisaram suas origens, descobriram que tinha um avô mafioso e souberam que tinham encontrado o culpado.

Ainda que lhe preocupava que Rodrigo tivesse esses preconceitos, Anniese sentia demasiado estressada para discutir com ele. Em todo caso, sabia porque Rodrigo nunca tinha se agradado Alfonso. Seu pai tinha tido que lhe prometer a Alfonso mão livre em Portillas antes de que pudesse convencer ao jovem de  que tentasse resgatar a deficitária corrente de armazéns de vinhos. A chegada de Alfonso lhe tinha tirado a autoridade executiva de Rodrigo. Seu irmão a olhou com pena.

—Ainda estás totalmente apaixonada por Herrera

Desconcertada, Annie ruborizou.

— Por certo que não!

—Cada vez que digo algo contra ele, encontras alguma desculpa para defendê-lo...

— Sempre tenho em conta os dois pontos de vista, sou assim com todo mundo.  Isso não significa nada, agora odeio o Alfonso.

—Alegra-me ouvir isso, porque quando vinha para cá Dulce me chamou e, adivinha que?  Não contente com ter feito o ridículo no tribunal para defender Alfonso. Agora está encantada porque ele a convidou para sair esta noite.

Anahí empalideceu e sentiu como se Rodrigo lhe tivesse fincado uma faca no peito. Levantou um ombro e o deixou cair de novo.

— Que?

— Pensei que deverias sabê-lo — seu irmão afastou a vista do menu e se encontrou com o olhar aflito de  Annie—. É um mulherengo, mas ela está mais preparada do que tu para manejá-lo.

—Talvez seu destino era estar juntos... e eu me interpus —Anniese obrigou a dizer essas palavras, mas sua imaginação a estava atormentando com a imagem de Alfonso e Dulce saindo de uma igreja e recebendo uma chuva de confetes e bons desejos.

—Que pensamento tão horrível! — riu-se Rodrigo—. Se fosse sério, teria que começar a  fingir que eu também pensei que ele tinha sofrido os erros da justiça. Quero dizer que há que o enfrentar, com os milhões que Herrera tem agora teríamos que engolir nosso orgulho.

Annie pediu um pouco de comida, ainda que não tinha fome.

— Dulce foi vê-lo no cárcere... não?

— A experiência lhe parecia muito emocionante. Mas tendo em conta que num princípio minha irmã contribuiu com provas contra ele, surpreendeu-me que quisesse vê-la. Mas suponho que não pode culpar-nos porque o encerrassem.

Fazendo um esforço em concentrar-se, Annie levantou o olhar e murmurou: —Na realidade pensa que os Portilla lhe fizeram uma armadilha.

— Que lhe fizeram uma armadilha? —seu irmão levantou as sobrancelhas surpreso.

— Por  Deus! E em que se baseia para crer nisso?

—Não tenho nem idéia, mas se ele não pegou o dinheiro, evidentemente, fê-lo alguém em Portillas. Disse que lutaria até que tivesse limpado seu nome — recordou Annie—. Se o consegue, a polícia terá que reabrir a investigação.

—Não encontrarão nenhuma prova nova depois de tanto tempo. Herrera já recuperou sua preciosa liberdade, que mais quer? —Rodrigo fez um sinal à garçonete, pediu outra bebida e se desculpou ao levantar-se da mesa.