Fanfic: Anjo negro- AyA ( Adaptada) FINALIZADA | Tema: Anahí y Alfonso

Capítulo 10

—Não podes levar Alfonso para comer... Precisamos dele aqui — caçoou Maite quando viu Annie acercar-se ao escritório de Poncho.

—O terei em conta —disse enquanto evitava a mirada da mulher.

Quando Annie entrou no escritório de Poncho sem anunciar-se, ele estava falando por telefone. Seus brilhantes olhos dourados se concentraram nela, admirando o vestido ajustado verde safári que acentuava suas curvas. Evidentemente,  pensou Alfonso com satisfação e sem surpresa, sua mulher sentia sua falta.

Não tinha podido resistir quatro horas separada dele. Dedicou-lhe um provocante sorriso de boas vindas e escreveu três palavras em sua bloco de notas, girando-o para que ela as lesse: Fecha a porta.

Annie se ruborizou ao recordar que Poncho lhe tinha sugerido que fora a seu escritório algum dia para poder fazer realidade outra de suas fantasias possuindo-a sobre a mesa, contra a parede ou colados à porta. Com um sorriso ainda mais brilhante, já que era evidente que estava pensando no sexo, Alfonso escreveu algo mais e se ensinou: O despacho está insonorizado.

Ao ler essas palavras, Annie se ruborizou ainda mais e se indignou consigo mesma ao sentir-se incapaz de baixar-lhe as fumaças. É que não estava o suficientemente enfadada com ele? Teve que reconhecer que ainda estava tão surpresa que não sabia muito bem o que sentia. Mas a incredulidade furiosa e o horror ante o engano de Alfonso a assaltavam, ainda que seguia rezando para que suas piores suspeitas fossem falsas.

Atravessando o despacho, Annie tomou a caneta dourada de Poncho, procurou uma página limpa e escreveu uma só palavra, mas o fez com tal violência que atravessou o papel.

Levantando uma sobrancelha e perguntando-se se era possível que estivesse enfadada com ele quando tinha tomado tantas moléstias por parecer sexy, dispôs-se a ler o que sua mulher tinha escrito. Ao fazê-lo ficou sorvete: Salut.

Poncho terminou o telefonema rapidamente e Annie jogou sobre a mesa o documento que ele tinha visto pela última vez na casa, guardado sob sete chaves. Ao dar-se conta da tensão febril que se refletia em seus olhos azuis.

Alfonso conteve uma queixa, esperando que sua mulher não fosse fazer um drama do assunto de Salut, porque se o fazia ele ia perder os estribos. Era sua mulher e tinha muitos aspectos de sua vida sobre os que ela podia opinar, mas os negócios estavam na lista proibida.

— És o proprietário de Salut?

—Sim —disposto a deixar clara sua postura desde o princípio, Poncho se levantou. — Onde encontraste esse documento?

—Maite abriu tua caixa forte, caiu e pensei que tinha esquecido de guardá-lo... Não lhe jogues a culpa por ser descuidada, creio que é compreensível que ela pensasse que um marido normal não deveria ter segredos com sua mulher! 

—Evidentemente, eu não sou normal —contestou ele—. Mas também não sou um santo e as decisões que tome nos negócios não têm nada que ver contigo.

Annie tinha esperado que Alfonso parecesse culpado e desconcertado, não estava preparada para que enfrentasse a ela em termos assim.

— Estás dizendo que teus esforços para arruinar o meio de vida de meu pai são uma decisão de negócios?

Poncho se apoiou contra a borda da mesa com um ar de segurança em si mesmo.

—Sim, isso é o que estou dizendo. Só nos últimos dois meses, Salut dobrou sua margem de  benefícios, está batendo recordes como uma das companhias mais prósperas e estou orgulhoso disso. Tu és minha mulher. Não me importa se te molesta... é teu dever sentir-te orgulhosa de meus lucros.

Annie estava tão surpreendida pela astúcia manipuladora dessas represálias que começou a tremer.

—Não posso crer no que estou ouvindo...

—E por certo —Poncho tinha decidido que não fazia sentido ocultar-lhe uma informação que cedo descobriria por si mesma—, meus esforços para destruira empresa de tua família estão dando seus frutos. Os culpados da contabilidade falsa foram expulsados de Portillas antes de ontem — empalidecendo ao escutar essa afirmação Annie deu um passo atrás—. É provável que compre as lojas mais rentáveis de Portillas a preço de pechincha e que as volte a abrir como pertencentes a Salut.

—Deus santo... —murmurou Annie—. Perseguiste a minha família e a arruinaste.

—Mas Franco não precisará ir a um albergue de mendigos para sobreviver. Heathlands é um considerável fundo de pensões foram postos no nome de tua madrasta faz tempo para garantir a velhice de teu pai disse Alfonso secamente—. Não dramatizes a situação.

— Dramatizá-la? — repetiu Annie com desagrado --Não podes ocultar todo o mau que fizeste chamando-o simplesmente negócios! Vi esse documento! Destruíste Portillas sistematicamente roubando-lhe os clientes e gastaste uma fortuna fazendo-o. Isso não são negócios, é vingança!

Poncho se levantou e estendeu as mãos.

—Não o nego.

Annie estava desconcertada.

—Não o... negas?

—Que tem de mau a vingança? Não fiz nada ilegal.

—As coisas não têm que ser ilegais para estar mau! —declarou Annie com ênfase- Não tens princípios? Não pensas no que me fizeste? Deverias estar envergonhado...  Estás casado com a filha de um homem que estás se esforçando em arruinar!

—Possivelmente deveria estar mais envergonhado por ter me casado com a filha do homem que deixou que pagasse por um roubo que não cometi — contestou Poncho apertando com força a mandíbula—. Sou o único que tem razão porque foi a mim a quem trataram injustamente. Já é hora de que o admitas, em vez de queixar-te e demonstrar sentimentos que não são importantes no mundo real!

—Eu não faço isso!