Fanfic: Anjo negro- AyA ( Adaptada) FINALIZADA | Tema: Anahí y Alfonso

Alfonso estava vistoriando a instalação das tubagens na torre medieval. Tinham jogado abaixo as portas que se comunicavam no ala onde tinha vivido Ivor, o tio avô de Annie, e tinham instalado quartos balneares com todos os luxos.

— Vens dar uma volta comigo para ver tudo isto, cara? — perguntou Poncho ao vê-la chegar.

Annie mordeu o lábio inferior e fez uma careta.

—Tenho que voltar A Londres agora mesmo —disse rapidamente—. Sei que não vai agradar-te , mas tenho que ir porque Rodrigo precisa de mim.

 Poncho entrecerrou os olhos.

— Por que te precisa?

—Dulce chamou para dizer-me que o prenderam... drogas. Suponho que o tenham preso por posse de drogas.

—Já era hora —um sorriso sarcástico curvou a expressiva boca de Alfonso.

Anahí estava horrorizada.

— Como podes sorrir?

—Não me agrada, e também odeio as drogas. Tu escolhes —lhe advertiu com tom cortante—. Não quero que faças parte da vida sórdida de Rodrigo.

—Não é algo sobre o que tenha que escolher.

—Sempre se pode escolher...

— Que ver-me. Perguntou por mim e não posso ignorá-lo.

Poncho deixou escapar um riso zombador.

—Eu tenho estado no cárcere cinco anos e tu me ignoraste. Mas a Rodrigoo acabam de prender e tu já estás disposta a deixar tudo por ele!

A  Annie a desconcertou a comparação.

—Eu não te ignorei. Como podes dizer isso? Pensei que não me querias...

Os olhos de Poncho, que já não eram dourados, senão duros como diamantes negros, olharam-na friamente.

—Me voltaste as costas. Não vieste para perguntar se queria ver-te ou não.Nem sequer me deste cinco minutos de teu tempo e agora crês que vou ficar olhando  como vais correndo para ajudar a Rodrigo! —exclamou bruscamente.

—Não vou admitir de jeito nenhum!

— Disse que irei e não vou faltar com minha palavra. Se tivesse sabido faz cinco anos o que sei agora, teria ido ver-te ao cárcere. De fato, me terias visto tanto que terias cansado de mim —afirmou Annie com a voz afogada em pranto—. Mas não foi assim, não perguntaste por mim. Era demasiado orgulhoso e demasiado forte, e me alegro de que o fosses, porque passaria por uma experiência que teria destroçado a alguém mais débil...

—Graças pelo elogio! Mas sigo sem querer que vás resgatar a Rodrigo. Isso é o que importa e, por uma vez, o que quero é o que te deveria importar mais. Enterrei o passado e te perdoei muitas coisas —disse violentamente, mas o perdão não foi incondicional. Se agora vais ver Rodrigo, terminarei contigo!

Annie o olhou com reprovação.

—Não digas algo assim... não queres dizê-lo.

—Não me estás escutando, ainda que levo dizendo-te desde que voltei a entrar em tua vida. Não podes ter a Rodrigo e a mim ao mesmo tempo.

—Isto é uma emergência... seja razoável — pediu Annie —. Não posso lutar contra os dois ao mesmo tempo!

— Santo céu! Me esgotou a paciência contigo. Não tentes tirar-lhe importância ao que sinto porque creias que tu o sabes melhor! — acusou Alfonso com fúria—. Lembrar do que passou faz uns anos quem tinha razão e quem estava equivocado?

Sentindo-se golpeada por essa recordação dura e inflexível, Annie se pôs pálida. 

—Creio que nós dois cometemos erros, mas admito que os meus foram piores —murmurou com tristeza—. Mas esta situação é muito diferente...

—Não, não é. Quando se trata de assuntos importantes, quero que minha mulher respeite meus sentimentos e desejos. Não quero que te ponhas em contato com Rodrigo. Já te disse muito claramente, mas não me escutaste.

A rebeldia cresceu dentro de Annie, fazendo que se desvanecesse seu desejo de fazer as pazes.

— Talvez não esteja de acordo contigo nas coisas mais importantes da vida, mas isso não significa que sempre esteja equivocada!

—Isto não se pode negociar. Nosso casamento está em jogo.

— Não me ameaces de que vou perder-te por algo que não tem nada que ver com nossa relação! —exclamou Anahí com veemência—. Não te agrada Rodrigo e te molesta que eu lhe preste atendimento...

— Espero não ser tão imaturo. Não subestimes o que estou tentando explicar. O que tenho contra Rodrigo vai bem mais lá de uma aversão pessoal. Não quero que estejas perto dele, e se o fazes o verei como que traíste minha confiança.

— Quando te voltaste tão dominante que agora não posso estar em desacordo contigo sem que me digas que sou desleal?

As faces de Alfonso se tingiram de vermelho.

— Se pensas isso, é que desrespeitas minha inteligência, e não deverias estar comigo.

Annie tomou ar para tranqüilizar-se, mas cada vez estava mais furiosa com ele. Estava-lhe dizendo o que tinha que fazer como se fosse uma mulher da época vitoriana que pensava que seu marido era um ser superior que sempre sabia mais do que ela. Mas Anahí tinha suas próprias opiniões e tinha muito claro o que estava bem e o que estava mal, e não ia mudar de idéia a não ser que Alfonso lhe desse uma boa razão para fazê-lo. Era lamentável que os problemas de Rodrigo tivessem que ver com drogas e com o não cumprimento da lei, mas ela não podia ignorá-lo e negar-lhe sua ajuda.

—Horroriza-me que possas dizer que nosso casamento está em jogo se não faço o que queres que faça —em seus olhos se refletia a preocupação, mas também a determinação.

— Se vais com ele, não estarei aqui quando voltares —disse Poncho com tom letal. — Voltarei para Itália e pedirei o divórcio.

Annie empalideceu. Alfonso estava levando a intimidação a uns limites muito sérios. É que ela tinha sido tão tolerante e tão pouco exigente que agora ele esperava que fizesse exatamente o que lhe dizia? Negava-se a crer que ele pudesse fazer essa ameaça quando eram tão felizes juntos.

—Te prometo que não estarei fora mais de vinte e quatro horas.

Envolveu-os um silêncio terrível.