Fanfic: Aluga-se uma noiva - AyA ( adaptada) FINALIZADA | Tema: Anahi e Alfonso

  — Não sou uma atriz, sr.  Herrera. Sou formada em Administração de Empresas e até hoje estive tentando trabalhar em minha área. Só fiz alguns  trabalhos em televisão e teatro para conseguir algum  dinheiro para sobreviver.

  — Com dez mil dólares, você poderá fazer algo mais, além de sobreviver, srta. Portilla.

  — Você venceu mais uma vez, sr. Herrera — ela suspirou.

  — Escute, por que não paramos de brigar?  Esse tipo de discussão não levará a nada.

  Annie o encarou:

  — Certo. Como sempre, você tem razão. Tudo bem, vamos fazer uma trégua: deste momento até o final do cruzeiro, cumprirei meu papel do melhor modo possível.

  Ele sorriu, divertido:

  — Ótimo. Então, comece por tratar-me de querido, em vez de sr. Herrera.

  — Você é impossível. — Ela também sorria.

  — Ah, assim está melhor. Bem, doçura, é melhor arranjarmos uma boa história para contar a sua mãe — Poncho propôs,  estacionando o Jaguar em frente ao edifício onde Marichello Puente morava. — Escute, que tal algo bem simples como... Deixe-me ver... Bem, nós nos conhecemos  na praia, no último feriado e tivemos um  caso passageiro, por um fim de semana. Depois, descobrimos que nos amamos loucamente e...

  — Pode parar — ela o interrompeu. — Nada de casos, sr. Herrera.

  — Poncho.

  — Certo, Poncho. Nada de casos, porque trata-se de minha  mãe, compreende?

  — E daí?  Por acaso ainda estamos na era  vitoriana?

  — Acontece que eu e mamãe nunca discutimos a minha vida sexual e não pretendo começar a fazer isso agora.

  — Então pensemos em algo mais romântico. Nós nos amamos há algum tempo, mas decidimos manter esta paixão em segredo porque queríamos ter plena certeza de nossos sentimentos, antes de anunciarmos ao mundo que nosso amor é genuíno e que  estamos resolvidos a viver juntos o resto de nossas vidas. O que  acha disso?

  — Acho que você deveria ser ator... Ou roteirista. Aliás, essa história de manter a paixão em segredo por muito tempo, se parece  com o enredo de Órfãos do Destino.

  — O que é isso?

  — Uma novela que está em cartaz atualmente. Participei dos primeiros capítulos. É um  drama do  tipo que comove até as lágrimas.

  — E como era o seu papel?

  — O quê?

  — Que personagem você fez?

  — Ah, nem vale a pena falar.

  — Diga mesmo assim.

  — Fiz a enteada do vilão da novela, um homem rico que possuía um filho com uma dama da sociedade.

  Poncho riu:

  — Deixe-me adivinhar: o tal ricaço não queria reconhecer você como filha legítima. Acertei?

  — Claro. E ainda por cima o filho dele vivia me perseguindo. Então Trevor, o tal vilão, mandou-me num avião para a Suíça e o avião sofreu uma pane,  minutos antes de aterrissar.

  — E você morreu?

  — Claro. Meu contrato com a emissora era de apenas um mês. Só que o piloto se salvou e vai aparecer no final da novela, para denunciar que o avião foi sabotado pelo meu próprio pai.

  — Santo Deus! É tragédia para ninguém pôr defeito.

  — Esses dramas fazem sucesso — Annie comentou. — Aliás, será que por acaso Vick ou Sergio Goyri não vão me reconhecer? — Poncho hesitou e Annie prosseguiu: — Não, não creio que isso seja possível. Afinal, meu personagem tinha muitos anos a menos do que eu. Além disso, eu usava uma peruca loira e trancas... Não, impossível ser reconhecida.

  — Ótimo. Sabe que eu  gostei dessa história? Podemos aproveitar parte dela em nossa encenação.

  — Ora, não diga tolices —  Annie o cortou, consultando o relógio. — É melhor subirmos agora. Mamãe já deve ter acordado. Vamos manter sua idéia de que nos conhecemos há já algum tempo, mas que preferimos manter nosso relacionamento em segredo até agora, certo?

  — Certo, querida — ele concordou, com um sorriso maroto.

  Anahí o olhou: era um belo homem, sem dúvida. E, o que era incrível, ela já não sentia tanta raiva de Alfonso... Na verdade, estava começando a achá-lo uma companhia até agradável. Talvez as próximas duas semanas não fossem tão terríveis quanto havia imaginado.