Fanfic: Aluga-se uma noiva - AyA ( adaptada) FINALIZADA | Tema: Anahi e Alfonso

  Num clima tenso, ambos voltaram ao apartamento de Anahí.

  — Você quer comer alguma coisa, ou tomar um drinque, antes de entrar? — ele ofereceu estacionando em frente ao pequeno prédio onde Annie  morava.

  — Não, obrigada. Boa noite, Alfonso.

  — Boa noite. Eu passarei por aqui amanhã, bem cedo, para fazermos algumas compras e discutirmos os últimos detalhes do cruzeiro.

  — Certo — ela concordou e saltou do carro. "Boa sorte, Anahí Portilla", disse para si, caminhando em direção ao prédio." Você vai precisar de muita sorte mesmo, até que este jogo maluco chegue ao  fim, pensou.

  Annie passou boa parte da manhã seguinte no escritório da Enterprises, resolvendo  alguns assuntos pendentes. Deixou também

várias instruções à secretária e principais assessores, já que pretendia se ausentar por duas semanas. Levou mais tempo  do que havia previsto e só chegou à casa de Anahí na hora do almoço:

  — Desculpe, não pude vir mais cedo. Fiquei no escritório trabalhando e  o tempo  voou. Pedi a minha secretária que lhe telefonasse, mas ela tentou duas vezes e não conseguiu.

  — Eu falei por muito tempo com Belinda, a enfermeira diurna, nesta manhã — Annie respondeu. — Conversei com mamãe também e ela me pareceu mais  tranqüila a nosso respeito.

  — Ótimo. Fico feliz por isso. E então? Você está pronta para sairmos?

  — O que vamos fazer?

  — Algumas compras de roupas, objetos pessoais, enfim, vamos cuidar do  figurino da futura sra. Rodriguez — ele explicou, num tom simpático, lançando um olhar atento ao vestido de verão que Annie usava: era simples, de algodão, de um tom rosa-pálido, que caía-lhe muito bem. Sim, ele não errara. Se Anahí não fosse capaz de convencer os Goyris de que era sua noiva, nenhuma outra mulher o seria.

  — Por que está me olhando assim? — ela indagou, intrigada. — Há  algo de errado comigo?

  — Pelo contrário — Poncho respondeu, com um meio-sorriso. — Você está perfeita.

  Anahí enrubesceu violentamente. E ficou furiosa consigo por se mostrar tão vulnerável ao encanto daquele homem. Um encanto quase irresistível, por sinal.

  — Bem, acho que temos uma série de providências a tomar, não é mesmo? — ela indagou, evitando encarar Alfonso, que continuava a fitá-la. — Portanto, é melhor começarmos logo.

  — Em primeiro lugar, acho que devemos almoçar. Estou faminto.  E você?

  — Nem tanto. Fiz um lanche agora há pouco. Mas eu o acompanho.

  O Good Irish era um restaurante irlandês, situado perto da Ghiradelli Square.  Famoso por sua cozinha requintada, era freqüentado por grandes homens de negócio, artistas famosos e colunáveis do jet-set internacional.

  Admirada e um tanto constrangida por estar naquele ambiente sofisticado, Annie se encantou com  o bom gosto da decoração, da música suave que se ouvia no pequeno salão e, sobretudo, da vista magnífica que se podia ter da  baía de San Francisco.

  Alfonso foi recebido com cortesia e um sorriso amável por parte do maítre, que fez questão de vir cumprimentá-lo assim que os viu entrar:

  — Sr. Herrera, é um prazer vê-lo aqui.

  — O prazer é meu, Derrick. Ah, deixe-me apresentar-lhe Anahí Portilla, minha futura esposa.

  — Srta. Portilla... — O maítre sorriu para ela. — É um prazer conhecê-la. — Voltando-se para Alfonso, acrescentou: — Li hoje nos jornais sobre o seu noivado. Contei a Mendiola, mas ele não acreditou.

  — Todos os conhecidos estão surpresos com a novidade — foi a resposta amável de Alfonso.

  — Bem,  quero desejar a ambos muita sorte e felicidade.  — Após acompanhá-los à mesa, situada bem próxima à  janela, o maítre afastou-se para providenciar os drinques: para Alfonso, um uísque. E, para Annie,  um dry martíni.

  — Como este lugar é bonito — ela comentou, francamente admirada.

  — É um de meus pontos favoritos. Espere só até provar os pratos. O Good Irish tem um dos melhores cozinheiros da região. Talvez  até mesmo da América.

  — Alfonso Herrera! — uma voz grave exclamou. — Então é verdade mesmo?

  Annie voltou-se e viu um homem de seus cinqüenta  anos, robusto e  risonho,  aproximar-se.

  — Mendiola, seu grande maroto! Faz tempo que não  nos vemos. — Poncho levantou-se para cumprimentar o homem, que era o proprietário do restaurante.

  De cabelos ruivos e crespos, rosto sardento e que irradiava simpatia, Mendiola, cujo nome Annie já vira e ouvira várias vezes, era um dos personagens de maior projeção da alta sociedade.

No entanto, tinha uma simplicidade impressionante.

  — E então? — Poncho perguntava. —  Por onde você andou?

  — Pelo Oriente. Há tempos que minha esposa vivia me pedindo para tirarmos umas férias e há um mês ela me deu um ultimato. Eu realmente  estava esgotado e precisava descansar. — Mendiola fez uma pausa e voltou-se para Annie: — Mas falando em esposa... Esta é a futura sra. Rodriguez?

  — Sim — Annie respondeu, sorrindo com franqueza para aquele homem que irradiava uma simpatia irresistível, — Prazer em conhecê-lo, senhor.

  — Mas o prazer é todo meu, milady. — Virando-se para Poncho, acrescentou: — Ela é uma boa moça, rapaz. Tem uns olhos bonitos e bons. A gente conhece uma pessoa pelos olhos, sabe? Eles  são o espelho da  alma.

  Conversaram por mais alguns instantes e, quando Mendiola afastou-se para providenciar os pratos, Annie não resistiu ao comentário:

  — Que homem impressionante. Encantador e... Não sei, parece  ter algo diferente  das outras pessoas.

  — Mendiola é um homem especial. Se houvesse mais pessoas como ele, o mundo seria bem diferente.

  — Pode apostar que sim — Annie concordou, pensativa.

  — Mendiola é um dos meus grandes  amigos.  Dos raros que possuo.  E já me ajudou em algumas situações difíceis.

  O  almoço transcorreu num clima mais ameno e, por um momento, Annie pensou que nem tudo seria terrível, como previra. Conversaram ambos sobre trivialidades, trocando impressões sobre cinema, teatro, literatura, enfim, uma série de assuntos. E Anahí ficou surpresa por descobrir que ambos possuíam certas afinidades.

  No final da refeição Mendiola voltou novamente, trazendo uma garrafa de licor.  Serviu três cálices e fez um brinde aos noivos. Quando por fim Alfonso pediu a conta, o risonho irlandês fez uma careta cômica, com uma expressão exageradamente zangada:

  — O que é isso, rapaz? Este almoço foi por conta da casa. Um pequeno presente meu  para os noivos. Não muito significativo, mas  dado de coração.

  — Mas Mendiola...

  — Nada de discussões, Alfonso Herrera Rodriguez. Afinal, não é todos os dias que meu melhor amigo  resolve se casar.

  — Então obrigado, Mendiola — Poncho aquiesceu, sabendo que seria inútil discutir.

  — Obrigada, senhor — disse Annie, com um sorriso suave.

  O  irlandês assumiu uma expressão séria:

  — Sabe, srta. Portilla, Alfonso é como um filho para mim. Aliás, ele? já me ajudou em várias situações difíceis...

  — É bonito ver uma amizade assim.

  Os dois homens apertaram-se as mãos, com um olhar de franca admiração.

  — Até logo, Poncho. Não deixe de aparecer aqui. E não ouse vir sem esta moça adorável, ouviu bem?

  — Boa tarde, Mendiola. Nós estamos de partida para um cruzeiro, mas... Bem, voltaremos num outro dia, quando regressarmos.

  — Srta. Portilla, meus votos de felicidade, saúde, paz... Enfim, todas essas coisas boas da vida.

  — Agradeço, senhor. E desejo-lhe o mesmo.

  — A propósito... Já marcaram a data do casamento?

  — Ainda não.

  — Então, quero ser o primeiro a saber, está bem? Não se esqueçam de me avisar.

  — Claro, Mendiola.

  O irlandês acompanhou-os até o carro e ficou acenando,  até que o Jaguar dobrou a esquina para mergulhar no trânsito incessante de San Francisco.

Capitulo dedicado a eharumi