Fanfic: Aluga-se uma noiva - AyA ( adaptada) FINALIZADA | Tema: Anahi e Alfonso

  Terminaram o lanche e despediram-se de Sol, que felicitou-os uma vez mais.

  — Aonde vamos agora?

  — Quer conhecer o Vick!

  - Vick Goyri?

  — Não, o iate. Sergio batizou-o com o nome da filha. Está lá na marina.

  — Já que vou conhecer o iate amanhã, não vejo por que apressar as coisas — ela retrucou, com cautela.

  — É uma linda embarcação — Poncho insistiu, conduzindo-a pelo braço. — Venha.

  Já era quase noite em Tiburon. A lua erguia-se soberana no céu de verão e uma brisa fresca soprava. A mão de Alfonso em seu braço provocava em Annie uma sensação de fragilidade, quase de timidez. Embora detestasse admitir, Alfonso Herrera tinha o poder de roubar-lhe a segurança, a sensatez que sempre tivera.

Afastando esse pensamento, Annie procurou concentrar-se na beleza do porto do  Iate Clube de Tiburon,  com suas embarcações oscilando ao sabor das águas.

  — Está vendo um iate grande, ao lado daquela escuna marrom? — Poncho apontava uma embarcação muito bonita, branca e azul, com o nome Vick pintado em letras  douradas.

  — Fantástico —  Annie exclamou, francamente admirada.

  — Ainda bem que você gostou. Afinal, passaremos as próximas duas semanas a bordo do Regina.

  — Tomara que tudo corra bem — ela murmurou, mais para si do que para Alfonso.

  — Tenho certeza de que dará certo. Olhe, os Goyris são uma boa família. Talvez eu lhe tenha passado uma impressão errônea a respeito deles, mas você sabe como é o mundo dos negócios.

  — Não — ela replicou. — Não sei nada sobre isso.

  — O que quero dizer é que Sergio é um homem divertido, alegre e  espirituoso. Na verdade, até simpatizo com ele.  Mas torna-se uma verdadeira fera, quando  se trata de dinheiro e...

  — E você também.

  — É a regra do jogo.

  — Suponho que sim. E quanto a Vick? Com certeza reagirá muito mal à minha presença.

  — Claro — Poncho concordou com franqueza. — Mas acho que não dará a menor demonstração disso.

  — É estranho... — Annie comentou, pensativa. — Não consigo compreender como é que as pessoas podem sentir uma coisa e demonstrar outra.

  Alfonso enterneceu-se. Decididamente,  Anahí Portilla era diferente de todas as mulheres que conhecera. Havia nela um encanto singular, uma pureza  que o mundo ainda não conseguira destruir. Ou ela estaria fingindo? Será que por detrás  da garota ingênua não existiria a mulher oportunista, pronta para dar o bote assim que o tivesse em suas mãos?

  Uma sensação de mal-estar apoderou-se de Alfonso. O que estava acontecendo afinal? Anahí era sua  contratada, nada além disso. Tudo o que queria dela era que desempenhasse bem o papel para o qual fora escolhida. Estava pouco se importando se Anahí era o tipo de mulher oportunista ou verdadeiramente pura e simples.

  — As pessoas geralmente não demonstram suas emoções — ele disse, num  tom seco. — Esta é...

  — A regra do jogo, eu sei — ela completou, com ironia. — Mas nem todas as pessoas a seguem.

  — Você talvez seja uma das poucas exceções. De qualquer modo, acho que gostará dos Goyris.  São muito agradáveis de se conviver.

  Annie suspirou. Esperava sinceramente que sim, mas duvidava de  que isso  pudesse acontecer.

  — Você sabe, se nós tentarmos com bastante vontade, talvez consigamos nos divertir nesse cruzeiro.

  Anahí aquiesceu com um meio-sorriso, mas continuava achando que não conseguiria se divertir. Duas semanas ao lado de Alfonso, cujo único interesse seria negociar com Sergio Goyri? O que ela, Annie, faria? Ficaria conversando com Vick, uma mulher com a qual ela nada tinha em comum... Nada, exceto Alfonso Herrera. Annieestremeceu ante este pensamento.

  De repente, várias luzes acenderam-se no iate Vick, iluminando o convés.

  — Há alguém a bordo — Poncho constatou. — Quer ir até lá?

  — Não. Deixemos isso para amanhã. Se vou passar os próximos quinze dias naquele iate,  então terei tempo de sobra para conhecê-lo.

  — Certo, como quiser.

  Voltaram para o carro em silêncio e James tomou o caminho de volta para San Francisco.

  — Para onde, agora? — Annie indagou, ao vê-lo passar direto pela avenida que conduzia a sua casa.

  — Uma noiva deve conhecer o lugar onde seu futuro esposo vive, não acha?