Fanfic: Aluga-se uma noiva - AyA ( adaptada) FINALIZADA | Tema: Anahi e Alfonso

CAPÍTULO II

  Quem era Anahí Portilla? Esta pergunta ocupava a mente de Alfonso, enquanto ele contemplava o tráfego lá embaixo, na Union Square.

  A voz da secretária soou no interfone:

  — O sr. Pedro Damian, na linha dois.

  — Pode completar — ele ordenou, erguendo o fone. — Alfonso falando.

  — Escute, tenho mais duas candidatas, que acabaram de chegar da agência.

  — Ximena não lhe disse que não quero ver mais ninguém?

  — Sim, mas uma delas me parece ideal para o papel. Por isso estou insistindo.

  — Esqueça. Não estou interessado.

  — Mas...

  — Escute, Pedro, assunto encerrado. Eu quero Anahí Portilla e ponto final!

  — Mas Ximena me contou que... Bem, pelo que ela pôde perceber, a srta.  Portilla não concordou com o papel.

  — Ximena às vezes fala demais.

  — Quer dizer então que você assinou um contrato com Anahí Portilla?

  — Não. Ou melhor, ainda não. Mas isso é uma questão de tempo, apenas.

  — Quer dizer então que ela concordou?

  — Ainda não — Poncho respondeu, frisando bem as palavras.

  — Pensei que você quisesse alguém para hoje, Poncho.

  — E quero — Alfonso afirmou, num tom decidido.  No fundo, sabia que estava se portando de um modo absurdo  e até compreendia o espanto de Pedro Damian. Afinal, Anahí Portilla não queria o emprego. Apenas ele não conseguia esquecê-la. Contra todo o bom senso e toda a razão, sabia que Anahí Portilla, e só ela, poderia desempenhar o papel de sua noiva de um modo incontestável. Sim, ela era perfeita: o olhar ousado e desafiante, o sorriso espontâneo, a graça e o encanto naturais, seu humor irreverente e a beleza estonteante. Tudo isso se resumia exatamente naquilo que ele desejava: uma combinação perfeita de charme e classe.

  — Bem... — Pedro trouxe-o de volta à realidade. — Caso a srta. Portilla não concorde...

  — Meu Deus, Pedro, será que você não ouviu? — Poncho o interrompeu, ríspido. — Minha noiva durante as próximas duas semanas será Anahí e mais ninguém.

  — Certo, Poncho... — Pedro concordou, um tanto irônico.  — Mas então  ela deveria saber disso, não?

  — Estou pensando no modo ideal de contar a ela — Poncho replicou,  no mesmo tom.

  — E se a moça não concordar?

  — Vou convencê-la, não se preocupe.

  — Como fará isso,  Alfonso?

  — Ora, Pedro, você às vezes se esquece de que o dinheiro opera milagres. Escute, ouça o que tem a fazer: ligue para Nico no Departamento Jurídico e peça-lhe para redigir um contrato de trabalho por duas semanas. No item relativo ao cargo, coloque "assistente pessoal". E mande-o deixar em branco o item "honorários".

  — Se eu fosse você...

  — E se eu fosse você, Pedro, executaria esta ordem o mais breve possível. Digamos...  Para daqui a meia hora,  está  bem? Vou ficar esperando o contrato.

  — Tudo bem, Alfonso. Você é quem manda. Até logo mais.

  — Até. — Poncho desligou o telefone e recostou-se na cadeira.