Fanfic: Aluga-se uma noiva - AyA ( adaptada) FINALIZADA | Tema: Anahi e Alfonso

Uma lembrança desagradável o fez menear a cabeça, com uma expressão desgostosa: a lembrança de seu último encontro com Sergio... Que por sinal havia lhe deixado bem claro sua intenção  de tê-lo como genro.

  — Veja bem, Herrera — Sergio dissera, com um sorriso entusiasmado —, se você concordasse em se casar com minha filha, poderíamos unir nossas empresas. E nos tornaríamos o maior grupo empresarial da América.

  Poncho adivinhara, então, que esta seria a condição básica para ele conseguir comprar a Goyri Investments.

  — Desculpe, Sergio, mas não costumo jogar minha vida pessoal nas transações financeiras — respondera com veemência.

  Sergio piscara-lhe um olho, com cumplicidade:

  — Mas, cá para nós, Herrera,  você sabe que minha filha é um dos bons partidos da alta sociedade. E sabe também que ela adora você.

  — Essa... adoração, como você diz,  talvez seja apenas um capricho — Poncho retrucara, com cautela. — Creio que Vick acabará se apaixonando por outra pessoa.

  — Diga-me francamente, Alfonso. Por que você não concorda com o casamento? Isso nos tornaria mais fortes, financeiramente.

  — Não acho que o casamento seja  um negócio, Sergio.

  — Na maioria dos casos, é. Não tente me convencer de que você é do tipo romântico, que só se casará por amor. Mesmo porque eu não acreditaria.

  — De  fato não sou um romântico. Já fui, nos tempos da juventude.  Mas simplesmente não acredito no casamento. E não pretendo me casar nunca.

  — Algum dia acabará se casando... E então, que diferença fará se se unir a Vickou a outra mulher?

  — A diferença é que não pretendo me unir a ninguém — Poncho sentenciara, enfastiado.

  — Diga-me, a compra das ações de minha companhia é muito importante para você, não? — Sergio indagara,  mudando repentinamente de assunto.

  — Você sabe que sim.

  — Pois o casamento é igualmente importante para Vick.

  Poncho percebera de imediato a manobra e, controlando a raiva, perguntara de um só fôlego:

  — Está tentando incluí-la na transação, Sergio?

  — Ora, Alfonso, não seja grosseiro. Estou apenas tentando fazer com que a conversa seja proveitosa... Para ambos os lados.

  — Eu não amo Vick.

  — Ela ama por vocês dois. Além do mais, essa história de amor só existe nos romances. Vocês dois podem se apoiar mutuamente. Vick foi educada nos melhores colégios e tem tudo para se tornar esposa de um grande executivo.

  — Há milhares de  grandes executivos na América — Poncho argumentara. — Por  que exatamente eu?

  — Porque Vick quer você. — Assumindo um tom mais ameno,  quase paternal, Sergioconcluíra: — Ela é minha única filha, Alfonso. E eu sempre lhe dei tudo o que queria, desde que era  uma garotinha.

  — Só que eu não sou um bem do tipo que você pode comprar e dar-lhe de presente,  Sergio. E se insistir nesse assunto, acho que vou acabar  desistindo de negociar com você.

  — Ora, não fique tão nervoso, rapaz. Nesse mundo  tudo se ajeita. Escute, vamos  deixar nossa conversa para um outro  dia, está bem? Aliás,  tenho  uma proposta ainda melhor: quero convidá-lo para  um cruzeiro em meu iate, um passeio de duas semanas pela costa do Pacífico, até o Canadá. Assim, teremos um  bom tempo  para  chegar a um acordo.

  — Não haverá acordo nenhum, caso  você continue a insistir neste ponto.

  — Veremos — Sergio replicara, num tom de desafio. — Acredite, Alfonso, que nem eu nem Vick desistiremos desse ponto. A não ser que você  já fosse um homem comprometido... Nesse caso, eu não ousaria estragar sua felicidade. Mas este não é o caso.

  Fora então que Alfonso Herrera tivera a idéia que o faria escapar ileso daquela situação. Uma idéia que a todos parecera uma loucura, inclusive a ele próprio, ao menos de início.  Mas quando,  naquela noite, Vick tentara abordá-lo no quarto do hotel onde estavam hospedados, e ele tivera de dispensá-la usando de toda a paciência que possuía, Alfonso concluíra que realmente levaria a cabo aquela idéia absurda. Não  haveria outro modo de conseguir comprar a companhia e ao mesmo tempo  escapar da armadilha do casamento.