Fanfic: Descoberta Fatal (Terminada) | Tema: Vondy.

Enfim terminado!

Dulce  ergueu-se e aprumou as costas para aliviar a coluna afetada pela má posição, colocando as mãos sujas de terra nos quadris. O sol brilhava esplendoroso no céu azul quase sem nuvens. O suor banhava-lhe a testa.

Olhou satisfeita para a arcada pintada de branco ornamentada com flores frescas em primoroso arranjo. Estava tudo em perfeita ordem, como idealizara! Os vasos de cerâmica foram distribuídos em intervalos regulares ao longo dos caminhos que circundavam o pátio. A antiga fonte, construída em pedra natural, recuperada e modernizada, agora jorrava jatos de água controlados por um equipamento especial, acompanhando o ritmo da música e retornando ao imenso reservatório, renovando-se de maneira automática.

Estava tudo pronto para a festa que seria realizada à noite. Dulce estava feliz por concluir com sucesso seu primeiro trabalho de grande monta como paisagista de jardins. A oportunidade lhe fora dada por Maite, sua melhor amiga desde os tempos de escola. E, ao lembrar-se dela, um sorriso quase infantil assomou aos seus lábios.

A amizade entre as duas sempre fora vista por todos como compatível, uma vez que Dulce se comportava como um menino e Maite era delicada e feminina. Mesmo assim, nada impediu que elas mantivessem os laços afetivos.

Quando terminaram o colegial, seguiram caminhos diferentes. Maite teve sucesso como top model e adotou um estilo de vida sofisticado. Ao contrário de Dulce, que prosseguiu os estudos, cursando a faculdade de horticultura levando uma vida modesta.

Dul jamais teve inveja da amiga, nem mesmo quando Maite se casou com um magnata grego. Por isso mesmo, não ficou surpresa quando, após três meses das bodas, a amiga ligou oferecendo um lucrativo trabalho de jardinagem na luxuosa mansão que Christian comprara nos arredores de Atenas. Ela lhe dissera que a casa era perfeita, porém a área de lazer estava muito abandonada e confiava que Dul pudesse fazer um excelente trabalho, pois conhecia bem seus gostos. E Christian afirmara que dinheiro não seria problema. O que importava para ele era ver a esposa feliz.

E o resultado não poderia ter sido melhor, concluiu Dul para si mesma, exibindo, orgulhosa, um ar triunfante.

No dia seguinte, voltaria para a Inglaterra com um polpudo cheque, um bonito bronzeado e adoráveis recordações. E, quem sabe, a mãe tivesse anotado pelo menos uns dois pedidos de trabalho em resposta aos anúncios que Dul colocara no jornal local, antes de ir para a Grécia.

Procurando dar uma conferida final no sistema de irrigação das plantas, percebeu que a pesada porta de madeira que conduzia ao pequeno pomar estava escancarada. Ao mesmo tempo, percebeu um homem bonito e de porte atlético aproximando-se.

Como as mãos estavam sujas de terra, soprou os fios dos cabelos castanho-claros que lhe caíam na testa a fim de clarear a visão.