Fanfic: Descoberta Fatal (Terminada) | Tema: Vondy.
Joan Savinón retirou a chaleira do fogão e despejou um pouco de água quente na jarra que continha ervas a fim de obter um pouco de chá.
Esforçou-se para sufocar a mágoa que a atormentava. O médico que examinara o coração de Joe o havia advertido de que deveria repousar alguns dias a fim de recuperar-se do inesperado abalo que afetara sua região cardíaca. Porém, o teimoso marido há poucos minutos saíra de casa com os três filhos, pela mesma porta por onde, logo após, entrara Christopher com outra notícia arrasadora: Dulce o havia abandonado e pedido o divórcio!
Aquilo não estava acontecendo de verdade!, exclamava ela em pensamento. O que teria acontecido de tão errado para a filha tomar tal decisão?
Dulce parecia radiante de felicidade quando pronunciou seus votos de união na pequena capela, apenas há três meses! Os pais também estavam felizes. Jamais imaginavam que a filha, acostumada a agir como um garoto e que nunca tivera um namorado, acabasse se casando com um homem bonito, rico e generoso.
E agora… isso! O que mais faltava acontecer?, Joan se perguntava enquanto analisava a figura estressada do genro, que acabara de deixar na sala. E não era para menos! Qualquer homem naquela situação estaria “arrasado”. Sem mencionar o transtorno de viajar da Grécia, em um vôo demorado, e depois ter que alugar um carro para chegar até ali.
Só o que poderia fazer no momento era oferecer-lhe uma xícara de chá para relaxar.
Ela retornou à sala de jantar com a jarra e colocou-a na velha mesa de madeira rústica.
— Gostaria de poder ajudar — murmurou Joan. — Não consigo entender. Dulce não demonstrou o mínimo aborrecimento nas vezes em que conversamos ao telefone. — E após cobrir a jarra com um pano de cozinha limpo e alvo, para evitar que o líquido esfriasse, deu um profundo suspiro e desabafou: — Ela sempre agiu com muita independência. A última vez que me ligou já faz uma semana.
Christopher forçou-se a relaxar, estirando os dedos nos braços da poltrona em que estava acomodado. A sogra estava tão perplexa quanto ele, pensou. Gostava muito dos pais de Dulce. Eram pessoas simples, acostumadas ao trabalho árduo e honesto. Não pretendia humilhá-los revelando que a adorada filha não passava de uma oportunista que se casara com ele apenas para dar um golpe e sair com um lucro fabuloso!
Ele mesmo custava a acreditar que isso fosse verdade. Por toda a vida fora assediado por tantas mulheres que aprendera a reconhecer uma golpista a quilômetros de distância!
No entanto, com Dulce tinha sido muito diferente. Ele acreditara de corpo e alma na sinceridade dela quando dizia que gostava dele apenas pelo que era e não pela sua fortuna.
E que desejava ter muitos filhos com ele. Da mesma maneira que ele também desejava. Será que o cérebro dele tinha deixado de funcionar quando a vira pela primeira vez e a desejara como nunca havia desejado antes outra mulher? Teria se enganado tanto quando afirmara para si mesmo que Dulce era a única mulher no mundo em quem poderia confiar cegamente?
Mas que outra explicação poderia haver para a atitude dela?
Antes do inesperado abandono, o casamento deles parecia fluir de maneira fantástica. O entrosamento entre eles era perfeito. A felicidade, plena. Apenas algumas vezes ele a vira silenciosa e distante. Mas quando lhe perguntava se havia algo errado, ela o tranqüilizava com um dos seus amáveis sorrisos.
Christopher, no fundo, se recusava a acreditar que Dulce seria capaz de tamanha traição. Mas na falta de qualquer outra justificativa era obrigado a encarar os fatos.
Joan puxou uma cadeira e sentou-se perto do genro. Depois, com as mãos trêmulas, ofereceu-lhe uma xícara de chá.
Christopher compadeceu-se da mulher e procurou acalmá-la:
— Não se preocupe. Ela virá para cá. Deve ter embarcado num vôo comercial e por isso deverá demorar mais do que eu demorei para chegar a Heathrow. Depois, ainda terá que conseguir um táxi que se disponha a viajar até aqui. Além do mais, eu chequei as reservas no aeroporto e o nome dela consta na lista de espera. Para onde mais ela iria? — indagou ele, colocando a mão imensa sobre a dela, para inspirar-lhe confiança. — Tenho certeza que Dulce ligará assim que chegar ao aeroporto. E, por favor, não diga que estou aqui. Preciso falar com ela pessoalmente.
A mulher concordou com um gesto de cabeça. Não conseguia falar devido a um nó de angústia que se formava na garganta.
Porém, não conseguiu impedir as lágrimas que explodiram, inundando-lhe a face.
Christopher apanhou a caixa de lenços que viu na beirada da janela e gentilmente ofereceu-os para a sogra.
E como homem experiente que era, percebeu que os problemas da família iam além do que acabava de acontecer com Dulce. Então, repousando uma das mãos no ombro esquerdo de Joan, perguntou:
— O que está acontecendo? Quem sabe eu possa ajudá-la?
Prévia do próximo capítulo
Era tarde da noite quando o táxi ziguezagueava contornando as curvas da entrada estreita, ladeada de frondosas árvores, que tornavam o caminho deserto ainda mais escuro. Dulce inclinou-se para a frente e instruiu o motorista a entrar à direita na encruzilhada seguinte. — Estamos a menos de um quilômetro. Eu o avisarei quando dever ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 63
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stellabarcelos Postado em 27/09/2015 - 15:13:04
Fanfic perfeita!!! Parabéns
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fabiana Postado em 05/02/2012 - 13:33:33
acabei de ler foi perfeita!
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fabiana Postado em 05/02/2012 - 13:33:32
acabei de ler foi perfeita!
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fabiana Postado em 05/02/2012 - 13:33:32
acabei de ler foi perfeita!
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fabiana Postado em 05/02/2012 - 13:33:31
acabei de ler foi perfeita!
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fabiana Postado em 05/02/2012 - 13:33:31
acabei de ler foi perfeita!
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fabiana Postado em 05/02/2012 - 13:33:31
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fabiana Postado em 05/02/2012 - 13:33:30
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fabiana Postado em 05/02/2012 - 13:33:30
acabei de ler foi perfeita!
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fabiana Postado em 05/02/2012 - 13:33:29
acabei de ler foi perfeita!