Fanfics Brasil - 2 - Metropolitan Museum of Art The Lightning Thief

Fanfic: The Lightning Thief | Tema: Glee


Capítulo: 2 - Metropolitan Museum of Art

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Eu estava tendo um ótimo sonho quando fui bruscamente interrompida por um barulho muito familiar.
 
- Maldito despertador! – Acordei mau humorada.

Você também acordaria de mau humor se tivesse que acordar cedo  e saber que iria numa excursão a Manhattan com vinte e oito adolescentes alucinados e dois professores em um ônibus escolar amarelo indo para o Metropolitan Museum of Art, a fim de observar velharias gregas e romanas.

Não parece tortura, é tortura! A maioria das excursões da Yancy era uma tortura sem fim.

Para variar um pouco eu já estava sendo observada por causa da minha fama.

Eu estava determinada a me comportar e ser boazinha.

Coloquei um vestido rosa clarinho, deixei meus cabelos soltos e calcei uma sapatilha. Já estava pronta! Fui caminhando ao local de partida do ônibus e encontrei com meu melhor amigo no caminho.

-Bom dia Q! Tá gata ein – Disse ele animadamente. – Preparada para hoje ? – Perguntou.

-Bom dia Puck! – Respondi. Ignorei o elogio dele. – Nem um pouco! Minha esperança é o Mrs. Schue torne essa excursão menos chata.

O Mrs. Schue, nosso professor de latim era quem tinha organizado e estava guiando nossa excursão, por isso eu tinha esperanças.

O Mrs. Schue era um cara em uma cadeira de rodas motorizada. Tinha o cabelo encaracolado, uma barba feita e sempre usava um coletes e gravatas na maioria da cor cinza e cheirava a café. Talvez você não o achasse legal, mas ele contava histórias, piadas, músicas e nos deixava fazer brincadeiras em sala. Também tinha uma impressionante coleção de armaduras e armas romanas, portanto era o único professor cuja aula não me fazia dormir.

Eu esperava que desse tudo certo na excursão. Pelo menos tinha esperança de não me meter em encrenca dessa vez.

Entenda:  sou uma pessoa curiosa e coisas ruins me acontecem em excursões escolares. Como na minha escola da oitava série, quando fomos para o campo de batalha de Saratoga, e eu tive aquele acidente com um canhão da Revolução Americana. Eu não estava apontando para o ônibus da escola, mas é claro que fui expulsa do mesmo jeito.
E antes disso, na escola da sétima série, quando fizemos um passeio pelos bastidores do tanque dos tubarões do Mundo Marinho, e eu de, alguma forma, acionei a alavanca errada no passadiço e nossa turma tomou um banho inesperado. E antes disso... Bem, já dá para você ter uma idéia.

Ao longo de todo o caminho para a Manhattan agüentei Lauren Zizes, aquela cleptomaníaca morena e sardenta, acertando a nuca do meu melhor amigo, Puck, com pedaços de sanduíche de manteiga de amendoim com ketchup.



Puck era um alvo fácil das meninas, ele tinha um fraco por elas. Devia ter repetido de ano muitas vezes, porque era o único que tinha uma barba rala começando a nascer no queixo. E, ainda por cima, era aleijado. Tinha um atestado que o dispensava da Educação Física pelo resto da vida, porque tinha sofrido algum acidente quando pequeno. Andava de um jeito engraçado, como se cada passo doesse, mas não se deixe enganar por isso. Você precisa vê-lo correr atrás de uma garota.

De qualquer modo, Lauren Zizes estava jogando bolinhas de sanduíche que grudavam no moicano dele. Acho que ela tinha um queda por Puck e fazia isso pra chamar a atenção. E ela sabia que eu não podia revidar, porque já estava sendo observada, sob o risco de ser expulsa. O diretor me ameaçara de morte com uma suspensão ―na escola (ou seja, sem poder assistir às aulas, mas tendo de comparecer à escola e ficar trancada numa sala fazendo lição) caso alguma coisa ruim, embaraçosa ou até moderadamente divertida acontecesse durante a excursão.

- Eu vou matá-la – murmurei.

Puck tentou me acalmar.

- Está tudo bem. Essa garota é animal e também gosto de manteiga de amendoim.

- Não acredito que você gosta dessa garota.

- Não gosto, mas ela é gostosa.

Resolvi ignorá-lo senão ia perder a paciência.

Ele se esquivou de outro pedaço do lanche de Lauren.

- Agora chega. - Comecei a levantar, mas Puck me puxou de volta para o assento.

- Você já está sendo observada - ele me lembrou. - Sabe que será culpada se acontecer alguma coisa.

Quando me lembro daquilo, preferia ter acertado Lauren Zizes no ato. A suspensão na escola não teria sido nada em comparação com ao problema que eu estava prestes a me meter.

O Mrs. Schue guiou o passeio pelo museu.

Ele foi na frente em sua cadeira de rodas na sua cadeira de rodas motorizada nos mostrando as grandes galerias cheias de ecos, passando por estátuas de mármore de caras nus, caixas de vidro repletas de cerâmica preta e laranja muito velha com uns desenhos muito doidos.

Ele nos reuniu em volta de uma coluna de pedra com quatro metros de altura e uma grande esfinge no topo, e começou a explicar que aquilo era um marco tumular, uma estela, feita para uma menina mais ou menos da nossa idade. Contou-nos sobre as inscrições laterais. Estava tentando ouvir o que ele tinha a dizer, porque eu até que me interessava em história e mitologia grega, mas todos ao meu redor ao que parece não achavam esse assunto interessante também, estavam falando e falando ignorando o Mrs. Schue completamente. E toda vez que eu mandava eles calarem a boca, coach Sylvester me olhava de cara feia.



Coach Sylvester era aquela treinadora de chata que sempre usava roupas esportivas, de preferência da adidas. Parecia má o bastante para entrar com uma moto Harley bem dentro do seu armário. Tinha chegado em Yancy no meio do ano, quando nossa última treinadora teve um colapso nervoso.
 
Desde o primeiro dia, a coach Silvester adorou Lauren Zizes e concluiu que eu tinha sido gerada pelo diabo. Ela me apontava o dedo e dizia: “Agora Fabray”. Eu já sabia que iria ficar detida depois da aula por um mês.




Uma vez ela me fez ficar fazendo exercícios até meia-noite, disse pro Puck que achava aquela mulher um mostro sem coração. Ele olhou pra mim, muito sério, e disse:

- Você está certíssima.
 
Achei estranho por que Puck nunca foi um cara muito sério sabe ?.

Voltando a museu, o Mrs. Schue continuou falando sobre arte funerária grega. Eu também não gosto de ficar sabendo sobre a arte funerária né, mas eu respeita muito o Mrs. Schue e queria ouvi-lo.




Finalmente, Lauren Zizes, abafando o riso, falou algo sobre o sujeito pelado na estela, e eu me virei e disse:

- Quer calar a boca?

Saiu mais alto do que eu pretendia.

O grupo inteiro deu risada. O Sr. Brunner interrompeu seu história.

- Sra. Fabray- disse ele -, fez algum comentário?

Meu rosto estava completamente vermelho. Eu disse:

- Não, senhor.

O Mrs. Schue apontou para uma das figuras na estela.

-  Pode fazer algum comentário sobre o que a figura representa.

- Claro – Disse nervosa. Olhei para a imagem entalhada e senti uma onda de alívio, porque de fato a reconhecera - É Cronos comendo os filhos, certo?

- Sim – disse o Mrs. Schue e obviamente não estava satisfeito fez gestos com a mão para eu continuar. – E ele fez isso porque...

- Bem... – estava tentando me lembrar. - Cronos era o deus-rei e...

- Rei? - perguntou o Mrs. Schue.

- Titã - eu me corrigi. - E... ele não confiava nos filhos, que eram os deuses. Então, hum, Cronos os comeu, certo? Mas sua esposa escondeu o bebê Zeus e deu a Cronos uma pedra para comer no lugar dele. E depois, quando Zeus cresceu, ele enganou o pai, Cronos, e o fez vomitar seus irmãos e irmãs.

- Que nojento! - disse uma das meninas atrás de mim.

- ...e então houve aquela grande briga entre os deuses e os titãs - continuei -, e os deuses venceram.

Algumas risadinhas do grupo.

Atrás de mim, Lauren Zizes murmurou para uma amiga:
- Como se fôssemos usar isso na vida real. Como se fossem falar nas nossas entrevistas de emprego: ―Por favor explique por que Cronos comeu seus filhos.

- E por que, Sra. Fabray- disse o Mrs. Schue -, parafraseando a excelente pergunta da Srta. Zizes, isso importa na vida real?

- Se ferrou – murmurou Puck.
 
- Cala a boca - chiou Lauren, com a cara ainda mais vermelha que já vi.
 
Pensei na pergunta dele, e encolhi os ombros. Não tinha a menor idéia.



- Entendo. - O Mrs. Schue pareceu desapontado. - Bem, meio ponto, Sra. Fabray. Zeus, na verdade, deu a Cronos uma mistura de mostarda e vinho, o que o fez vomitar as outras cinco crianças, que, é claro, sendo deuses imortais, estavam vivendo e crescendo sem serem digeridas no estômago do titã. Os deuses derrotaram o pai deles, cortando-no em pedaços com sua própria foice e espalharam os restos no Tártaro, a parte mais escura do Mundo Inferior. E com esse alegre comentário, é hora do almoço. Coach Silvester, quer nos levar de volta para fora?

- Claro Schuester – Disse com evidente sarcasmo.

A turma foi retirada, as meninas segurando a barriga, os garotos empurrando uns aos outros e agindo como bobões.

Puck e eu estávamos prestes a segui-los quando o Mrs. Schue disse:

- Sra. Fabray
 
Eu sabia o que vinha a seguir.

Disse a Puckerman para ir andando. Então me voltei para o professor.

- Senhor?

O Mrs. Schue tinha aquele olhar que não deixa a gente ir embora - olhos castanhos intensos que poderiam ter mil anos de idade e já ter visto de tudo.

- Você precisa aprender a responder à minha pergunta - disse ele.

- Sobre os titãs?

- Sobre a vida real. E como seus estudos se aplicam a ela.

- Ah – Disse. - Esse Mrs. Schue é meio louca as vezes – Pensei.

- O que você aprende comigo - disse ele - é de uma importância vital. Espero que trate o assunto como tal. De você, aceitarei apenas o melhor, Quinn Fabray.

Olhei pra ele friamente e falei que ia me esforçar mais. Logo o Mrs. Schue lançou um
Olhar triste para a estela, como se tivesse estado no funeral daquela menina.

Ele me disse para sair e comer meu lanche.

 Eu queria ficar zangada, aquele sujeito me pressionava demais. Quer dizer, claro, era legal em dias de torneio, quando ele vestia uma armadura romana, bradava ―”Olé!”e nos desafiava, ponta de espada contra o giz a correr para o quadro-negro e citar pelo nome cada pessoa grega ou romana que já viveu, o nome de sua mãe e que deuses cultuavam. Mas o Mrs. Schue esperava que eu fosse tão boa quanto todos os outros a despeito do fato de que tenho dislexia e transtorno do déficit de atenção, e de que nunca na vida tirei uma nota acima de C-. Não - ele não esperava que eu fosse tão boa quanto; ele esperava que eu fosse melhor. E eu simplesmente não podia aprender todos aqueles nomes e fatos, e muito menos escrevê-los direito.

A turma se reuniu nos degraus da frente do museu pela Quinta Avenida.

Acima de nós, uma imensa tempestade estava se formando, com as nuvens mais escuras que eu já tinha visto sobre a cidade. Imaginei que talvez fosse o aquecimento global ou qualquer coisa assim, porque o tempo em todo o estado de Nova York estava esquisito desde o Natal. Tivemos nevascas pesadas, inundações, incêndios nas florestas causados por raios. Eu não teria ficado surpresa se fosse um furacão chegando.

Ninguém mais pareceu notar. Alguns dos garotos estavam jogando biscoitos para os pombos. Lauren Zizes tentava roubar alguma coisa da bolsa de uma senhora e, é claro, coach Sylvester não via nada.
Pucke eu nos sentamos na beirada do chafariz, longe dos outros. Pensamos que, se fizéssemos isso, talvez ninguém descobrisse que éramos daquela escola - a escola para esquisitões lesados que não davam certo em nenhum outro lugar.

Observei os táxis que passavam descendo a Quinta Avenida e pensei no apartamento de minha mãe, na área residencial próxima ao lugar onde estávamos sentados. Eu não a via desde o Natal. Tive muita vontade de pular em um táxi e ir para casa. Ela me abraçaria e ficaria contente de me ver, mas também ficaria desapontada.

Imediatamente me mandaria de volta para Yancy e me lembraria que preciso me esforçar mais, ainda que aquela fosse minha sexta escola em seis anos e que, provavelmente, eu seria chutada para fora de novo. Não conseguiria suportar o olhar triste que ela me lançaria.

O Mrs. Schue estacionou a cadeira de rodas na base da rampa para deficientes. Comia aipo enquanto lia um romance. Um guarda-chuva vermelho estava enfiado nas costas da cadeira, fazendo-a parecer uma mesa de café motorizada.

Eu estava prestes a desembrulhar meu sanduíche quando Lauren Zizes apareceu diante de mim com as amigas feias - imagino que tivesse se cansado de roubar dos turistas - e deixou seu lanche, já comido pela metade, cair no colo de Puck
.
- Oops. - Ela arreganhou um sorriso para mim, com os dentes tortos. As sardas eram alaranjadas, como se alguém tivesse pintado o rosto dela com um spray de Cheetos líquido.

Tentei ficar calma. O orientador da escola me dissera um milhão de vezes: "Conte até dez, controle seu gênio." Mas estava tão furiosa que me deu um branco. Uma onda rugia nos meus ouvidos.

Não me lembro de ter tocado nela, mas quando dei por mim Nancy estava sentada com o traseiro no chafariz, berrando:

- Quinn me empurrou! A coach Sylvester apareceu do nada ao meu lado.

 Alguns estavam sussurrando:

- Você viu...

- ...a água...

- ...parece que a agarrou...

Eu não sabia do que elas estavam falando. Tudo o que sabia era que estava encrencada outra vez.

Coach Sylvester se voltou para mim. Havia um fogo triunfante em seus olhos, como se eu tivesse feito algo pelo que ela esperara o semestre inteiro:

- Agora, Fabray...

- To ferrada! – Pensei.

- Venha comigo - disse a coach Sylvester
 
- Espere! - guinchou Puck. - Fui eu. Eu a empurrei.

Olhei para ele perplexo. Não podia acreditar que estivesse tentando me proteger. Ele morria de medo da coach Sylvester.

Ela lançou um olhar tão furioso que fez o queixo dele tremer.

- Acho que não, Sr. Puckerman- disse ela.

- Mas...

- Você... vai... ficar... aqui.

- Tudo bem, Puck - disse a ele. - Obrigada por tentar.

- Fabray - latiu a coach Sylvester para mim. - Agora.

Lauren Zizes deu um sorriso falso.

Lancei-lhe meu melhor olhar frio e de "vou acabar com a sua raça". Então me virei para enfrentar a coach Sylvester, mas ela não estava lá. Estava postada à entrada do museu, lá no alto dos degraus, gesticulando impaciente para mim

Como ela chegou lá tão depressa?

Tenho milhares de momentos desse tipo - meu cérebro adormece ou algo assim e, quando me dou conta, vejo que perdi alguma coisa, como se uma peça do quebra-cabeça desaparecesse e me deixasse olhando para o espaço vazio atrás dela. O orientador da escola me disse que isso era parte do transtorno do déficit de atenção, era meu cérebro que interpretava tudo errado.

Eu não tinha tanta certeza.

Fui atrás da coach Sylvester.
 
No meio da escadaria, olhei para Puck lá atrás. Ele parecia pálido, movendo os olhos entre mim e o Mrs. Schue, como se quisesse que o ele reparasse no que estava acontecendo, mas o professor estava absorto na música do seus fones.

Voltei a olhar para cima. A coach Sylvester desaparecera de novo. Estava agora dentro do edifício, no fim do hall de entrada.

Certo, pensei. Ela vai me fazer comprar uma blusa nova para Lauren na loja de presentes.
Mas aparentemente não era esse o plano.

Estavámos na galeria Greco- romana. A não ser por nós, a galeria estava vazia.

A coach Sylvester estava postada de braços cruzados na frente de um grande friso de mármore com os deuses gregos. Ela fazia um barulho estranho com a garganta, como um rosnado.
Mesmo sem o ruído, eu teria ficado nervosa. É esquisito estar sozinho com uma treinadora, especialmente a coach Sylvester. Algo no modo como ela olhava para o friso, como se quisesse pulverizá-lo...

- Você está nos criando problemas, Fabray - disse ela.




Fiz o que era seguro. Disse:
- Sim, senhora.

Ela ajeitou os punhos de seu bolso casaco esportivo vermelho da adidas.

- Você achou mesmo que ia se safar desta? A expressão em seus olhos era mais que furiosa. Era perversa. Ela é uma treinadora, pensei, nervoso. Não é provável que vá me machucar. Eu disse:

- Eu... eu vou me esforçar mais, senhora. Um trovão sacudiu o edifício.

- Nós não somos bobos, Quinn Fabray - disse a coach Sylvester. - Seria apenas uma questão de tempo até que o descobríssemos. Confesse, e você sentirá menos dor.

Eu não sabia do que ela estava falando.

Tudo o que pude pensar foi que os professores haviam descoberto o estoque ilegal de doces que eu estava vendendo no meu dormitório. Ou talvez tivessem descoberto que eu pegara meu trabalho sobre Tom Sawyer na Internet sem ter nem lido o livro, e agora iam retirar minha nota. Ou pior, iam me obrigar a ler o livro ou que minha colega de quarto fumava maconha.

- E então? - exigiu.

- Senhora, eu não...

- O seu tempo se esgotou - sibilou ela.

Então algo muito estranho aconteceu. Os olhos dela começaram a brilhar como carvão de churrasco. Os dedos se esticaram, transformando-se em garras. O casaco se fundiu em grandes asas de couro. Ela não era humana. Era uma bruxa má e enrugada, com asas e garras de morcego e com uma boca repleta de presas amareladas - e estava prestes a me fazer em pedaços.
 
Então as coisas ficaram ainda mais esquisitas.

O Mrs. Schue, que estava na frente do museu um minuto antes, foi com a cadeira de rodas até o vão da porta da galeria, segurando uma caneta.




- Olá, Quinn! - gritou ele, e lançou a caneta pelo ar.

Coach Sylvester deu um bote para cima de mim.

Com um gemido agudo, eu me esquivei e senti as garras cortando o ar ao lado do meu ouvido. Agarrei a caneta esferográfica no alto, mas quando ela atingiu minha mão já não era mais uma caneta. Era uma espada - a espada de bronze do Mrs. Schue, que ele sempre usava em dias de torneio.

A coach Sylvesyer virou-se na minha direção com uma expressão assassina nos olhos. Meus joelhos ficaram bambos. As mãos tremiam tanto que quase deixei a espada cair.

Ela rosnou:
- Morra, Fabray!

E voou para cima de mim.

Um terror absoluto percorreu meu corpo. Fiz a única coisa que me ocorreu naturalmente: desferi um golpe com a espada.

A lâmina de metal atingiu o ombro dela e passou direto por seu corpo, como se ela fosse feita de água: Zaz!

A coach Sylvester era um castelo de areia debaixo de um ventilador. Ela explodiu em areia amarela, reduziu-se a pó, sem deixar nada do cheiro de enxofre, um grito estridente que foi sumindo e um calafrio de maldade no ar, como se aqueles olhos vermelhos incandescentes ainda estivessem me olhando.

Eu estava sozinha.

Havia uma caneta esferográfica na minha mão.

O Mrs. Schue não estava lá. Não havia ninguém lá além de mim.

Minhas mãos ainda estavam tremendo. Meu lanche devia estar contaminado com a maconha da minha colega de quarto ou coisa assim.

Será que eu havia imaginado tudo aquilo?

Voltei para o lado de fora.

Tinha começado a chover.

Puck estava sentado junto ao chafariz com um mapa do museu formando uma tenda em cima de sua cabeça. Lauren Zizes ainda estava lá, encharcada do banho no chafariz, resmungando para as amigas feias. Quando me viu, disse:

- Espero que a sra. Kerr tenha chicoteado seu traseiro.

- Quem? - respondi.

- Nossa professora. Sua idiota – Disse como se eu fosse uma retardada
 
Eu pisquei. Não tínhamos nenhuma professora chamada sra. Kerr. Perguntei a Lauren de quem ela estava falando e ela simplesmente revirou os olhos e me deu as costas.

Perguntei a Puck onde estava a coach Sylvester.

- Quem? - respondeu ele.

Mas Puck primeiro fez uma pausa, e não olhou para mim, portanto, pensei que estivesse me gozando.

- Não tem graça, Puck- disse a ele. - Isso é sério. Um trovão estourou no alto.

Vi o Mrs. Schue sentado embaixo do guarda-chuva vermelho, lendo seu livro, como se nunca tivesse se mexido. Fui até ele. Ele ergueu os olhos, um pouco distraído.

- Ah, é a minha caneta. Por favor, traga seu próprio instrumento de escrita no futuro, Sra. Fabray.
 
Entreguei a caneta ao Mrs. Schue. Não tinha notado que ainda a estava segurando.
- Senhor - disse eu -, onde está a coach Sylvester ? Ele olhou para mim com a expressão vazia.

- Quem?

- A outra professora que nos acompanhava. A coach Sylvester. A treinadora.

Ele franziu a testa e se inclinou para a frente, parecendo ligeiramente preocupado.

- Quinn, não há nenhuma coach Sylvester nesta excursão. Até onde sei, nunca houve uma coach Sylvester na Academia Yancy. Está se sentindo bem?

- Não, estou ficando louca!- Pensei. – Estou bem – Disse eu.



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Autor(a): brubs

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