Fanfic: Cedo demais para amar{adaptado vondy} | Tema: vondy

                         Ele deveria ter passado a noite na cama de Anahi.

      Na cozinha o chá esfriava. Levantou a xícara e levou-a aos lábios, que tremiam. Como era possível que ele fizesse uma coisa dessas, pensou desesperada, como era possível?

      Estava tão entregue à infelicidade que nem notou o ruído de passos, até que a porta dos fundos se abriu. Voltou-se brusca­mente, quase derrubando o chá, e prendeu a respiração ao ver que Christopher entrava na cozinha. Ele disse, taciturno:

- Desculpe se a assustei. Não esperava encontrar ninguém acordado.

A xícara de Dulce chacoalhava no pires.

- Onde... onde é que você esteve? - Ainda usava o terno cinza da noite anterior e a barba azulava-lhe o rosto.

Christopher não respondeu imediatamente. Dirigiu-se até o fogão e serviu-se de um pouco de chá.

- Estive andando por aí. - Bebeu todo o conteúdo e ser­viu-se de mais chã. - E você?

Dulce esboçou um gesto de impotência. - Eu... eu acabei de levantar.

- Dormiu bem?

- E você?

Christopher balançou a cabeça, contemplando a xícara.

- Não fui para a cama. Seu pai e eu conversamos até as quatro da madrugada e então não consegui mais suportar a at­mosfera desta casa. Tinha de sair e fui andando até High Apsdale.

Dulce ficou espantada.
- Mas fica a cinco quilómetros de distância!

- Sei disso muito bem. - Christopher passou a mão pelo rosto áspero. - Como estou barbudo! Preciso me arrumar.

- Você deve estar exausto - ela exclamou. Sentiu o quanto seus pensamentos haviam sido injustos e isto deixou-a intei­ramente ruborizada. - Sobre o que você e papai conversaram?

Christopher tirou a gravata.
- Vários assuntos - ele respondeu vagamente. Sophie cerrou os punhos, nervosa.

- A meu respeito?

Ele engoliu o que restava da segunda xícara de chá.
- Entre outras coisas. - Espreguíçou-se. - Agora, você vai me dar licença, pois não tenho muito tempo. Preciso de um chuveiro e tenho de trocar de roupa antes de partir.

- Partir? -Dulce olhou para ele, atónita. - Mas... mas você não pode partir!

- Não posso? - Christopher encarou-a com firmeza. Dulce respirou fundo e deu-lhe as costas.

- Você... não precisa partir - falou precipitadamente. - Sei que me comportei como uma tola a noite passada, mas não voltará a acontecer, garanto. - Fez uma pausa. - Não vá, se for por minha causa. Não lhe causarei mais dificuldade.

      Fez-se um momento de silêncio, interrompido unicamente pelo som de sua respiração ofegante, e em seguida Christopher pas­sou diante dela, indo para a porta do hall.

- Não seja tola, Dulce! - ele murmurou bruscamente, saindo da cozinha.

     Dulce ficou por vários minutos imóvel. O que ele queria dizer com aquilo? Por que ia embora? E sua noiva?
      Sentiu-se confusa e desorientada. Teria havido alguma dis­cussão violenta na noite anterior, depois que ela dormira? Não era possível que seu pai tivesse pedido a ele para ir embora. Seria por isso que Laura estava acordada? Coro toda certeza não dormira. Se o pai e Chris tivessem ficado acordados até as quatro horas da manhã, Laura fizera o mesmo.
      Começou a andar de um lado para o outro, inquieta. O que deveria fazer? Será que Laura sabia que seu filho iria partir? Para onde iria? Quando? Queria tanto que alguém pudesse lhe responder!
Aqueles acontecimentos tinham dissipado sua depressão. No momento as intenções de Christopher a deixavam mais perturbada do que o resto. Não queria ser responsável por destruir o sólido relacionamento que ele sempre tivera com seu pai, não queria que por causa dela Laura se afastasse de seu filho.
          O que poderia fazer? Tentara desculpar-se perante Christopher e isso de nada adiantara, tornando-o talvez até mais impaciente com ela. E se lhe pedisse para ficar em consideração à sua mãe, ele lhe daria ouvidos? Duvidava. Seu rosto era duro e decidido e, no estado de confusão mental em que se encontrava, não podia confiar em suas próprias habilidades.
           Estava de pé no meio da cozinha, tomada da maior indecisão, quando sua madrasta entrou. Ainda não se vestira, mas car­regava a bandeja que Dulce levara para cima.

- Seu pai ainda está dormindo - explicou com voz cansada. - Prefiro não acordá-lo ainda. - Dulce assentiu e ela pros­seguiu: - Acabo de falar com Christopher. Disse-me que vai embora.

- Sim. - Dulce voltou a concordar. - Ele... ele acaba de chegar. Esteve andando por aí.

- Sim, eu sei. - Laura pousou a bandeja. - Ainda tem chá? Gostaria de tomar mais uma xícara.

- Claro. - Laura pegou a xícara e sentou-se pesadamente em um banquinho. - Assim que acabar, vou preparar o café da manhã. Você está com fome?

- Eu? - Dulce sacudiu a cabeça. - Não.

Laura concentrou-se em sua xícara.
- Eu também não. - Levantou a cabeça. - Christopher quer o café da manhã?

Dulce deu de ombros, num gesto de impotência.
- Não perguntei. - Mordeu o lábio. - Para onde é que ele vai?

Laura suspirou profundamente.
- Vai passar o fim de semana em seu apartamento em Londres e na segunda-feira viaja para Cymtraeth.

- Mas por quê? - Dulce explodiu. - Eu pensei que... isto é... - As palavras lhe faltavam. - Anahi está aqui!

- Ele tem plena consciência disso. - Laura falava em tom seco. Em seguida sacudiu a cabeça, evidenciando sua confusão. - Quem sabe o que Christopher está pensando? Nunca imaginei que as coisas chegassem a este ponto!

- O quê? Do que é que você está falando? - Dulce enca­rou-a, desesperada. - Mamãe, o que aconteceu ontem à noite?

Laura pôs a xícara de lado.
- Nada com que você precise se preocupar. Tudo vai ter­minar do melhor modo possível. No que diz respeito a Anahi, Robert teve de voltar para o emprego dois dias antes do que tinha planejado, compreende?

     O rosto de Dulce endureceu. Ela compreendia. Compreendia também que com relação a Anahi, as aparências tinham de ser mantidas a qualquer preço.
       Mas o que Christopher pensava a respeito? O que haveria por trás daquela sua súbita partida para Londres? Nesse momento o desânimo se apoderou dela. Será que tudo aquilo importava de verdade?

       Se Christopher quisesse dizer-lhe algo, a oportunidade tinha acontecido momentos atrás, e o fato de ele não ter dito indicava falta de interesse. Parecia mais do que evidente que houvera discussão na noite anterior e Christopher partia a fim de evitar as consequências. Dentro de umas duas semanas tudo se acalmaria e as coisas prosseguiriam como antes, com a pers­pectiva do casamento tornando-se cada vez mais real.

      Laura tirava presunto e ovos da geladeira e ligava a grelha. O cheiro da comida crua deixava Dulce enjoada e, com uma breve explicação, ela saiu da cozinha. Sentia-se perdida e de­sesperada, um sentimento que não se alterou quando Christopher desceu correndo as escadas, usando um jeans cor de terra e um pulôver creme. Gotas de água ainda brilhavam em seu cabelo escuro e, apesar de algumas rugas se delinearem em torno dos olhos e da boca, ele irradiava uma aura de força e superioridade. Vendo Dulce, disse asperamente: - Onde está minha mãe?

- Na cozinha. - Dulce limpou as mãos úmidas na calça. - Chris...Christopher, por que está indo embora? - Respirou fundo. - Eu... por favor... não se vá por minha causa.

Christopher parou diante dela, olhando-a sombriamente.
- Pare de sentir tanta pena de si mesma! - ele disse bruscamente. - Tenho muito o que fazer em Londres, eis tudo.

- E... e ontem? - ela conseguiu dizer. Christopher suspirou.

- Acho melhor você tentar esquecer o que aconteceu ontem. Dulce sentiu-se gelada interiormente. Até então alimentara a esperança tola de que Robert partia porque não conseguiria mais encarar sua noiva, sabendo que estava apaixonado por uma outra mulher. Agora, ao ouvi-lo dizer que procurasse esquecer aqueles momentos passados à beira do regato, o jantar tão íntimo e as cenas de paixão que aconteceram no carro, sentiu como se estivessem enfiando uma faca entre suas costelas.O horror que sentia devia aparecer em seu rosto, pois ele falou:

- Não me olhe assim, Dulce, pelo amor de Deus! E para seu próprio bem! Você está perdendo tempo comigo!-Murmurou um palavrão, afastou-a do caminho e entrou na cozinha.

  Episodio dedicado:

mycaella: Estou aqui...kkkk...,desculpa pela demora gatita ,eu não posso escrever em dia da semana! *.*.....Como vc disse que estava muito facil 10 comentario,agora eu vou me fazer de dificil , só posto mais quando chegarmos aos 600 comentarios .kkkk

fabi:Os pais da Dulce vão ficar contra os amantes desafortunados....,principamente a Laura (simplismente a odeio ,eu tenho certeza que vc tambem vai odia-la) .

   Leitoras Gasparzinhas ....porfavor comentem ,garanto que não machuca e ainda faz muito bem para o meu coraçãozinho :)