Fanfic: Cedo demais para amar{adaptado vondy} | Tema: vondy

- É sim. - Poncho olhou seu vestido. - Aquele seu meio-irmão tão possessivo não lhe disse o quanto você está deliciosa?

Dulce não conseguiu deixar de sorrir.
- Não com essas palavras.

- Imagino que não. Pois então deixe que lhe diga: você está linda. Não quer jantar comigo amanhã?
Dulce arfou.

- Claro que não!

- Por que não?

Dulce teve certeza de que qualquer pessoa conseguiria ouvir o que ele estava dizendo.
- Porque não posso.

- É por causa de Joanna?

     Dulce olhou os botões de seu paletó. Se Poncho voltasse a lhe fazer o convite, ela iria ou não? Nesse caso, de que serviria toda sua bravata em relação a Christopher? Mas isso acontecera antes de ela descobrir que... antes que Christopher zombasse dela, como tinha feito!

- Bem? - Poncho apertou-lhe os dedos. - É por causa de Joanna?

- Talvez seja.

- Então não é só isso?

- Oh, Poncho! - Dulce olhou para ele impacientemente. - Por que está me convidando para jantar com você? Você sabe muito bem que... que você deve uma certa lealdade a sua noiva.

- Mas que forma tão antiquada de se exprimir!

- No entanto é verdade.

- Está bem, então é verdade. Isto é problema meu. Mas mesmo assim ainda gostaria de levá-la para jantar amanhã.

Dulce sacudiu a cabeça.
- Sinto muito.

- Você tem medo do que seus pais poderiam dizer? - Fez uma pausa. - Ou tem medo do que... Christopher dirá?

- O que quer dizer com isso?

- Ah, não me venha com essa, Dulce. Todo mundo sabe como você se sente em relação a Christopher, ou melhor, como você acha que se sente.

Dulce engoliu em seco e fitou-o.
- Não sei a que você se refere. Poncho suspirou.

- Não me faça dizer, Dulce.

- Dizer o quê?

-  Dulce, todo mundo está cansado de saber que durante anos você teve uma queda por Christopher. Meu Deus, seus pais estavam a par de tudo, não? Assim que a coisa se tornou apa­rente, você foi mandada para o colégio interno.

O rosto de Dulce queimava.
- Percebo - conseguiu dizer, muito tensa, enquanto por dentro fervia, tomada de emoções e pensamentos caóticos. - Obrigada por ter-me contado.

- Ah, deixe disso, Dulce - exclamou Poncho, meio envergo­nhado de sua explosão. - Não é que a coisa fosse evidente para todo mundo. Acontece que Chris e eu somos da mesma idade.

- E você discutiu o assunto com ele? - perguntou, ressen­tida por Christopher não lhe ter dito nada.
Poncho então corou.

- Claro que não! Você devia conhecer Christopher melhor. - Olhou a sua volta. - Bem, vamos tomar um drinque. - Cor­rigiu-se a tempo, zombeteiro. - Aliás, um refrigerante.

    Dulce concordou e foram para o outro lado do salão. Poncho encomendou dois e estendeu um deles a Dulce. - Vamos beber lá no corredor. Aqui dentro está muito quente.

     Estava mais fresco no corredor, mas Dulce sentiu certa hesitação. Em seguida relaxou, pois a indignação em relação ao que ele acabara de lhe contar atenuou seus escrúpulos. Pelo menos ninguém a acusaria de ter uma queda por Poncho. As iniciativas partiam todas dele; e se Joanna não gostasse, que encontrasse maneiras mais eficientes de controlar seu noivo.

- Em que é que você está pensando agora? - Poncho estendeu a mão e tocou-lhe a fronte. - Você ainda está zangada?

Dulce tomou um gole antes de responder.
- Não. Para falar a verdade, estava pensando em Joanna. Poncho se encostou na parede.

- O que tem Joanna?

- Você a ama?

- E o que tem isso a ver com o resto?

- Ama ou não? Poncho deu de ombros.

- Acho que sim.

- Então por que quer sair comigo? Poncho esboçou um gesto indiferente.

- O fato de amar Joanna não me torna cego para os encantos de outras mulheres.
Dulce comprimiu os lábios.

- Obrigada!

- Por quê?

- Por me chamar de mulher. É a primeira vez que alguém o diz.

Poncho sorriu.
- Mas não é a última. Oh, Dulce, você jantará comigo, não é mesmo? - suplicou.

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