Fanfic: Cedo demais para amar{adaptado vondy} | Tema: vondy

- Olá, Chris - cumprimentou calorosamente. - O que está fazendo por aqui?

Christopher entrou na sala, os movimentos controlados como os de uma pantera.
- Esta é a minha casa, Poncho - informou friamente. -Por que não deveria estar nela?

Poncho esboçou um gesto de quem pede desculpas e Dulce sentiu a tensão que invadia o ambiente.
- Não estava questionando seu direito de estar aqui, só fiquei surpreso em vê-lo.

 Christopher inspirou profundamente, olhando a bandeja de café, e Dulce encarou-o. Estava perturbadoramente atraente. Seus olhares se cruzaram e ela não conseguiu enfrentar a expressão de fúria dele.
- Como vai, Dulce? - perguntou polidamente, deixando-a surpresa com a calma que aparentava.

- Eu... hum... estou... muito melhor, obrigada,

Christopher concentrou sua atenção em Poncho, o que deixou Dulce muito aliviada.
- Corro o risco de repetir suas palavras. E você, o que está fazendo aqui?

- Vim ver Dulce. Saber se ela tinha melhorado e trazer-lhe um recado.

- Um recado? - Christopher olhou-o com ironia. - Jamais o teria imaginado no papel de um moleque de recados, Poncho.-O tom com que se exprimia, mais do que a voz, é que era ofensivo e a expressão de Poncho endureceu.

- Talvez não. Mas eu também jamais supus que você as­sumisse o papel do pai ciumento.

          Dulce levantou-se bruscamente. Estava farta das atitudes agressivas de Christopher, sempre entrando em conflito com as pes­soas que se aproximavam dela.

- Poncho não tem a menor necessidade de dar conta de seu comportamento, Christopher- disse, cerrando os punhos. - Você não tem o direito de se comportar como se estivéssemos co­metendo algum crime! Fiquei doente e ele veio me visitar! E o que você está fazendo aqui? Achei que estava em Londres, passando férias ao lado de sua... noiva!

      Custou-lhe muito dizer aquelas palavras, mas elas surtiram o efeito desejado. Christopher olhou-os com desprezo e saiu do quarto, batendo a porta.

- Puxa! Escapei por pouco! -Dulce tentou sorrir.

- Não seja tolo. -Poncho sacudiu a cabeça.

- Não sou, não.Christopher teria sido capaz de me reduzir a picadinhos. Sei do que falo; já o vi brigar quando cursávamos a universidade.

Dulce caminhou inquieta em direção à janela, contemplan­do o gramado.
- Sinto muito. Não sei o que há com ele.

- Eu sei. Ele está com ciúme!

- Ciúme? Você não está falando sério!

- Estou, sim. -Poncho caminhou para onde ela estava. - Não é de se estranhar, Dulce. Durante anos você foi a escrava dedicada dele, sua admiradora fervorosa, dependente de tudo o que ele dizia. Era fatal que, mais cedo ou mais tarde, você crescesse e fizesse amigos do sexo oposto. E Chris não gosta disso. Você está usurpando sua autoridade. Como todo mundo, ele é egoísta em relação às coisas de que gosta.

- Mas eu não sou uma coisa! Sou uma pessoa.

- Exatamente. E Chris está começando a se dar conta disso. O fato de ele ser noivo o deixa de mãos atadas.

           Dulce ficou em silêncio. Era possível que houvesse alguma verdade no que Poncho dizia, mas isso não a aliviava em nada. Quando  Poncho  disse que Christophersentia ciúme, ela imaginou que ele estava se referindo a algo inteiramente diferente, bem mais pessoal. Mas claro que Poncho tinha razão. Se Christopher se sentia enciumado por sua amizade com Poncho e Simon, sua atitude era de puro egoísmo. Ele não a queria, mas não admitia que ninguém mais a quisesse.

- Acho melhor eu ir embora - disse Poncho finalmente. - Não quero encontrar com Simon, quando sair daqui.

- Pare de me amolar - disse Dulce.

- Está bem. Mas e amanhã à noite?

- Você ainda quer sair comigo? Poncho sorriu.

- Um homem prevenido vale por dois, segundo dizem. Virei armado com pistola e granadas de mão.

Dulce riu.
- Oh,Poncho, você me faz bem, sabia? Poncho pegou em seu queixo, carinhosamente.

- Você também poderia me fazer bem,Dulce - murmurou com a voz rouca. Retirou a mão e afastou-se. - Amanhã à noite, às sete e meia.

- Está bem - concordou Dulce.

        Depois que ele se foi, Dulce pôs as xícaras na bandeja e levou-a para a cozinha. Laura estava lá, com a sra. Forrest. Sua madrasta acompanhou-a de volta à sala de estar.

- E então? - indagou. - Qual foi o recado? Dulce esboçou um gesto vago.

- Nada de importante. A sra. Tarrant viajou por alguns dias. - Foi só isso? - Laura ficara desapontada.

- Ela não poderia ter telefonado?