Fanfic: Cedo demais para amar{adaptado vondy} | Tema: vondy

- Há quanto tempo você chegou,Dulce? - perguntou Si­mon, e ela percebeu que ele estava imaginando quanto tempo ela e Christopher tinham ficado a sós.

Ela deu de ombros.
- Não sei exatamente. Vinte minutos, meia hora, talvez. Por quê?

- Só por perguntar. - Simon deu as costas, enfiando as mãos nos bolsos do paletó. - Alguém quer café?

O dr. Kemble, confortavelmente instalado, pegou o cachimbo e levantou os olhos.
- Café? Aceito. E você, Dulce?

- Para mim não, obrigada. - Levantou-se. - Não se im­porta que eu vá me deitar, papai? Estou um pouco cansada.

- Absolutamente, meu bem. - O riso do dr. Kemble con­tinha uma certa ansiedade.
Dulce debruçou-se e beijou-lhe o rosto.

- Então, até amanhã. Boa noite, Simon.

         Ouviu o som da voz de Christopher e de sua madrasta ao se aproximar da cozinha, mas tinha de lhes desejar boa-noite como se nada de anormal houvesse ocorrido. Abrindo a porta, disse:

- Já estou indo deitar, mamãe. Boa noite.

            Christopher estava ao lado da geladeira bebendo cerveja, mas interrompeu-se e limpou a boca no momento em que viu Dulce. Percebeu um certo langor em seus olhos e uma expressão de sensualidade em sua boca. Só de olhá-lo sentia ondas de emoção correndo por suas veias, umedecendo a palma das mãos e en­fraquecendo-lhe os joelhos. Queria voltar para seus braços, ficar neles e, ao pensar nisso, um rubor intenso subiu-lhe ao rosto.

               Felizmente Laura estava enchendo a chaleira de água, preo­cupada com o que estivera dizendo a Christopher para prestar aten­ção em Dulce. Mal olhou para ela, dizendo brevemente:

- Está certo, Dulce. Boa noite! - Nem mesmo lhe estendeu o rosto para ser beijado, como fazia habitualmente. Dulce cami­nhou para seu quarto, sentindo-se mal diante da reação de Laura.

            Enquanto se despia, pensava no que tinha sucedido. Na escola, na reclusão do dormitório, tinha-se abandonado a fan­tasias com Christopher, mas nunca em sua imaginação tinha expe­rimentado aquelas sensações incríveis que ele despertara aque­la noite. Não era justo que ele a excitasse tanto e depois es­perasse que ela agisse como se nada tivesse acontecido. Nem a vergonha, nem a auto-recriminação poderia livrá-la da lem­brança de seus lábios ardentes e ousados, do êxtase total que uma entrega completa lhe proporcionaria.

              Uma coisa se tornava cada vez mais aparente: teria de ir embora de casa, afastar-se da presença de Christopher, eliminar a possibilidade de que um dia cedesse a ele, perdendo o auto-respeito e as oportunidades de ser feliz com outra pessoa.

                    Fechou os olhos com força, sentindo as lágrimas quentes que lhe desciam pelo rosto. Devia fazer o possível para controlar-se, pensou com altivez. Chorar não resolveria nada. Deveria ter sem­pre em mente que tipo de homem Christopher era na verdade.

               Saiu do banheiro com a cabeça baixa, envolta nas dobras do roupão. O instinto, porém, a fez levantar a cabeça e ela surpreendeu-se ao ver Christopher indolentemente apoiado no ba­tente da porta.

- Quero conversar com você. Dulce. Dulce olhou automaticamente o corredor.

- Sua mãe sabe que você está aqui?

Christopher comprimiu os lábios.
- Entre aqui no quarto. Não pretendo iniciar uma discussão no corredor.

- Acho que você não devia estar aqui. É tarde e estou cansada...

- Maldição, venha cá! - disse, perdendo a paciência. Agar­rou-lhe o braço e arrastou-a para o quarto.

- O que você quer? -Christopher ofegava.

- Isso depende de você.

- O que você quer dizer?

- Rompi meu noivado com Anahi ontem à noite.

- O quê? - Dulce não podia acreditar no que estava ou­vindo.

- Você me ouviu - suspirou. - E você sabe por quê. Os dedos de Dulce tremiam, agarrando as dobras do roupão.

- Não tenho tanta certeza assim.

Christopher a olhava, fixamente. A respiração de Dulce alterou-se ao notar a paixão contida em seu olhar.

- Eu a amo, Dulce. Sempre a amei, e acho que sempre a amarei.

Que fofo*.*