Fanfic: Cedo demais para amar{adaptado vondy} | Tema: vondy
- Posso lhe dar uma mão?
Era um dos soldados. Entravam na estação de Hereford e Dulce preparava-se para desembarcar, sentindo uma ansiedade crescente.
-O quê? Ah, pode deixar, acho que vou conseguir sozinha - respondeu, um tanto impaciente.
O jovem, porém, era persistente.
- Não é incômodo algum - insistiu, sacudindo a cabeça. - Vamos todos descer agora. Vem alguém encontrá-la?
Dulce lançou um olhar apressado para a plataforma, enquanto o trem diminuía a marcha.
- Acho que sim.
- Melhor para você!
Ela sorriu ao ouvir tais palavras. Com um solavanco o trem parou e ela abriu a porta.
Eles foram os primeiros a descer, enfrentando o ar carregado de umidade e cheirando a óleo diesel. Os dois soldados encarregaram-se de uma mala cada um e Dulce carregou apenas o pacote de livros. A gentileza de ambos distraíra sua atenção e ela vasculhava o bolso, à procura de um bilhete, quando uma voz máscula e pausada disse:
- Alô, Dul! Que bom tornar a vê-la...
Dulce levantou os olhos, sentindo-se corar. Suas pernas tremiam incontrolavelmente. Ele não mudara em nada. Isto é, não mudara muito. Talvez estivesse um pouco mais magro e será que aqueles olhos cinza tinham um brilho tão frio? Sua pele queimada testemunhava os meses que ele havia passado em terras mais quentes; o cabelo era mais fino e caía-lhe sobre a testa. As pestanas eram longas, os ossos do maxilar bem delineados, os lábios definidos e livres de toda tensão. E como era alto; pelo menos dez centímetros mais alto do que ela! Usava jeans bem apertados, Uma camisa aberta no peito e parecia senhor de uma força e masculinidade perturbadoras. Apesar de tudo isso, percebeu que ele tentava controlar um sentimento de raiva. Por quê? Será que ele imaginava que ela tinha se envolvido com os dois soldados, que naquele momento trocavam olhares, indicando claramente que se arrependiam por terem oferecido ajuda?
Dulce lamentou a situação. Não era desse modo que ela havia planejado seu encontro. Esperara durante um ano que aquilo acontecesse. Não permitiria que ninguém o estragasse. Com uma resolução nascida do desespero, colocou o pacote no chão e ignorando todos que a rodeavam, caminhou na direção de Christopher e rodeou-lhe o pescoço com os braços, colando seus lábios aos dele. Diante daquela atitude inesperada, Christopher levantou automaticamente os braços para impedi-la de perder o equilíbrio, mas depois de alguns segundos a repeliu.
- Dulce! - murmurou zangado. Os dois soldados pousaram as malas no chão e, com um sorriso encabulado, afastaram-se. - Dulce, pelo amor de Deus!
Dulce não se arrependeu. A despeito de seu aborrecimento, os lábios de Christopher haviam respondido por um breve momento aos seus, o que lhe bastou para convencê-la de que ele não lhe era indiferente. Sorriu, portanto. Era um belo sorriso, pleno de confiança, que trouxe a seus olhos verdes um brilho de felicidade.
- O que você esperava? - ela indagou em tom zombeteiro. - Que eu lhe apertasse as mãos?
Christopher olhou-a com impaciência.
- Essa é toda a sua bagagem?
- Sim. - Então voltou a fitá-lo. - Não está contente em me ver, Chris?
Ele esboçou um gesto de irritação.
- Claro que estou contente em vê-la, Dulce. Aliás, eu já lhe disse. - Pegou as duas malas. - Você dá conta do pacote?
Dulce suspirou e levantou-o obedientemente.
- Claro que sim, obrigada.
Christopher lançou-lhe novamente um olhar severo e saiu da plataforma dando largas passadas. Ela teve de apertar o passo para não perdê-lo de vista. Assim que saíram da estacão, ele se encaminhou para o estacionamento. Lá fora estava ainda mais úmi-do e as nuvens baixas ameaçavam chuva. Dulce, entretanto, achava que era uma bênção estar novamente em casa.
Admirada, concentrou a atenção no automóvel.
- É novo, não é mesmo? Qual é a marca? Rolls-Royce?
- Não. Alpha Romeo - declarou Dulce, colocando sua bagagem no porta-malas. - Pode entrar. A porta está aberta.
Dulce abriu a porta e acomodou-se no banco da frente, baixo, com encosto recurvado e apoio para a cabeça. O painel deixou-a fascinada e examinava os vários controles quando Christopher abriu a porta e puxou o banco para a frente. Imediatamente tudo o mais perdeu o interesse e ela pôs-se a imaginar qual seria sua reação se ela tentasse beijá-lo novamente. Era uma proposta tentadora e ela se voltou para encará-lo.
- E melhor você colocar o cinto de segurança - ele sugeriu brevemente, aparentando indiferença à sua inspeção. Dulce murmurou qualquer coisa, reprimindo o ímpeto de lhe dar uma resposta insolente:
- E um carro e tanto, não? Gostaria de saber guiar.
- Espero que seu pai lhe proporcione um curso, agora que você terminou a escola - ele observou calmamente, ligando o motor.
Abriu a janela e olhou para fora, manobrando com muita perícia para fora do estacionamento.
- E, por falar nisso, parabéns. Ouvi dizer que você foi muito bem nos exames finais.
- Obrigada!
O sarcasmo de sua voz deve tê-lo atingido, pois ele franziu o cenho e disse:
- O que há? Não estava querendo ser paternalista. Acho que você agora tem uma boa oportunidade de entrar em Oxford,não é mesmo?
- Não quero falar a respeito da escola e dos exames! Acabo de deixar tudo isso para trás! - Movimentou-se inquieta e voltou-se para ele, sedutora: - Como é que você vai,Christopher? Há quanto tempo está em casa? E quanto tempo vai ficar desta vez?
Christopher concentrou-se no trânsito congestionado da tarde mas, quando chegaram a um lugar menos movimentado, replicou:
- Estou bem. Há mais ou menos uns dois meses que estou de volta à Inglaterra. No momento trabalho ao norte de Gales. Estamos construindo uma ferrovia na região.
- É mesmo? - Dulce arregalou os olhos, - Que maravilha! Você pode vir para casa praticamente todo fim de semana.
- Nem sempre, Dul - ele corrigiu-a secamente. - Tenho outros compromissos a atender.
Dulce procurou uma posição mais confortável, contemplando-o com olhar de suspeita. Ele era tão calmo e distante... Não conseguia aproximar-se dele, pelo menos mentalmente, e sua tentativa de fazê-lo no plano físico também não tinha sido muito bem-sucedida.
- Como estão todos? - ela indagou, tentando propositadamente ignorar seu ar distante. - Mamãe e papai vão bem? E Simon? - Forçou um sorriso. - Recebi uma carta de Simon na semana passada. - Enrugou o nariz. - Por que nunca escreveu, Chris? Achei que você o faria.
Christopher ignorou sua última pergunta e disse:
- Nossos pais estão bem e Simon parece bastante contente em permanecer em Conwynneth, dando aulas para o resto da vida.
- E por que não? Ele se sente feliz lá - comentou Dulce pensativa. - Ele não é uma pessoa inquieta. É bem diferente de você.
- É isso que eu sou?
- Entre outras coisas - ela respondeu com uma leve ponta de irritação. - E não é? Você não ficou contente com a perspectiva de permanecer em Hereford, não é mesmo?
- Ofereceram-me um emprego melhor, onde ganharia mais dinheiro e teria oportunidade de ver o mundo antes que fosse velho demais para gozá-lo. Não vejo nada de particularmente instável nisso. Não há dúvida de que você também se sentirá assim um dia.
- Não é verdade! - Como é que você sabe?
Dulce olhou através da janela do carro. Estavam deixando para trás os arredores da cidade e subiam pelas colinas. Embora o céu escurecesse, a paisagem diante deles era verdejante. Como era lindo o campo em Gales! Apesar de ter nascido em Londres, aquele era seu lar, sua herança.
- Eu não sou... muito aventureira - ela respondeu finalmente. - Sou muito agarrada ao lar. - Examinou as unhas. - Claro, se eu tivesse de me casar e... se o trabalho de meu marido o obrigasse a viajar para fora do país...
Fez-se uma pausa carregada de intenções e em seguida Christopher disse abruptamente:
- E por falar nisso, Dul..
Entretanto, ele não prosseguiu. O ribombar abafado de um trovão ecoou por entre as colinas e ele imediatamente percebeu como ela ficou tensa.
- As tempestades deixam você nervosa, não é mesmo? Não fique alarmada. Aqui no carro você está protegida.
- Eu sei. - Dulce tentou agir com naturalidade, apesar de estar assustada. - O que você estava dizendo?
Christopher olhou-a de relance e seus lábios assumiram uma expressão curiosa. Então sacudiu a cabeça e disse algo inteiramente inesperado:
- Quem eram aqueles soldados na estacão?
Episodio dedicado a:
vondyluar:Concordo com vc amiga,e essa historia e bem diferente do considerado normal pela sociedade ,alem do Christopher sem bem mais velho do que a Dulce ,e ele ainda e filho da madrasta dela;
E para as minhas 5 leitoras gasparzinhas:espero que vcs tenham tempo para comentar:)
Autor(a): rebeca-vondy
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- Quem eram aqueles soldados na estacão? - Não os conhecia. Viajamos juntos desde Londres. Tivemos de ficar na traseira de um vagão, por falta de acomodação. - Pôs-se a sorrir. - Insistiram em carregar minhas malas. Não consigo imaginar por quê. E você? A expressão de Christopher su ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 991
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megstar Postado em 25/06/2012 - 21:25:55
Ei é vc q postava "minha adoravel condessa" se for termina d posta-la plixx.
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thaiscristiane Postado em 21/05/2012 - 04:27:11
Tô morrendo de curiosidade,fico desanimada quando vejo que você não postou,por favor não demora muito ,amo a web e vou esperar pelo final. Beijos
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thaiscristiane Postado em 21/05/2012 - 04:27:09
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thaiscristiane Postado em 21/05/2012 - 04:27:06
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thaiscristiane Postado em 21/05/2012 - 04:27:04
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thaiscristiane Postado em 21/05/2012 - 04:27:02
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thaiscristiane Postado em 21/05/2012 - 04:27:00
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thaiscristiane Postado em 21/05/2012 - 04:26:58
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thaiscristiane Postado em 21/05/2012 - 04:26:56
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thaiscristiane Postado em 21/05/2012 - 04:26:54
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