Fanfic: ` Mudanças . | Tema: Vondy

Capítulo Um – Conhecendo

Droga. Isso era uma droga! Porque tinha sempre que acontecer comigo? Isso não é justo. Mesmo que eu não seja uma pessoa, como se diz, respeitosa e blá, blá, blá... mas eu tenho um coração, ok? Eu sei que eu tenho direito de pelo menos escolher o que quero! Que ódio que eu tenho disso, que ódio. Bem que Christian me disse. Bem que meu irmão disse. “Eles vão se mudar, maninho!” dizia o loiro “E você vai junto! Bom, eu também vou, mas eu moro sozinho...” Argh, que ódio!

Christopher Alexander Luis Casillas Von Uckermann estava revoltado com os pais. Eles viviam se mudando de cidade em cidade, e nunca paravam mais de um ano no lugar. Pareciam ciganos. Christopher era irmão de Christian Uckermann. O irmão tinha sorte, até no nome. Como poderia ter alguém um nome tão grande como o dele? E o irmão? Com aquele nome curto e fácil, e ainda por cima morava sozinho? Argh, era muita injustiça; pensava ele. No momento se encontrava guardando as roupas na mala enorme que estava em cima de sua cama Box de casal. Reclamava em pensamento, e as vezes resmungava algo, enquanto buscava alguma coisa no banheiro, ou no closet.

Já, do outro lado do país, Dulce Maria Espinoza Saviñón debruçava-se na grade da enorme sacada com o vento soprando-lhe os cabelos, e sorria cinicamente para a sua vizinha de muro, que estava deitada numa espreguiçadeira ao lado da piscina. Dulce a odiava, e o sentimento era recíproco. A vizinha tinha um tipo todo de família rica. Morava com a mãe apenas, e esta com certeza nunca ficava em casa. Então, a linda garota de olhos verdes mar e cabelos loiros e lisos até a cintura se achava o máximo. Tinha uma má índole, não se importava com nada além de si mesma.

As duas haviam acabado de discutirem e Dulce estava saindo por cima daquela, enquanto Marian ficava á lhe encarar furiosamente. Dulce piscou e adentrou seu quarto muito bem organizado por Alma, a empregada da casa. Ela morava em Monterrey, no México, e amava aquela cidade, mas não era do tipo que demonstrava seus sentimentos á torto e direito. Era temida no colégio por sempre brigar lá dentro. Estava cheia de cicatrizes pelos braços e pernas, e a mais recente ainda doía. Tinha a perna enfaixada logo abaixo do joelho e calças compridas cobriam o longo corte por canivete. Mas a dona do canivete estava no hospital agora. Poucos se aproximavam dela, e Dulce sentia-se bem assim. Gostava de se enfurnar na biblioteca, fugindo das aulas algumas vezes e ler. Era uma coisa da qual ela não se separava. Tinha uma estante de livros enorme numa das paredes de seu quarto.

Dulce não tinha amigas, por assim dizer. Gostava as vezes de conversar com sua prima, e colega de turma, Maite. Mas não era sempre. Mai, como gostava de ser chamada era muito amiga de Anahí Geovanna, que não era, digamos, o tipo de Dulce. Anahí era do tipo garotinha mimada/patricinha metida. Nunca conversou com ela, mas sabia reconhecer o jeito das pessoas.

Já Christopher fazia amizades rapidamente. E odiava pessoas mandonas. Mas era meio ruim fazer amizades, pois sua família vivia mudando. Já passaram pelo Brasil, pelos Estados Unidos, pela Espanha, e agora estavam indo para o México. O que para Christopher era um saco. Já havia morado em cidades maravilhosas como Madri e Nova York, ou Rio de Janeiro, mas iria para o México, Monterrey, mais precisamente, uma cidade pequena, muito pequena para os padrões da família Uckermann. Geralmente se mudavam para cidades grandes. Mas Victor, o pai de Christopher, tinha que resolver problemas lá, e por azar ou sorte, a filial da empresa Uckermann era em Monterrey, o que arrastou a família inteira. Sorte de Christian, no primeiro ano da faculdade, morava sozinho, mas de alguma forma gostava as vezes de se mudar com a família, o que não fazia sempre.