Fanfic: A Fórmula do Amor: 1ª, 2ª e 3ª Temporadas [TERMINADA] | Tema: Bullyng

Diário de um Nerd

O tempo passava rápido. Andreza foi embora com Débora e Fernando, como já havia avisado. E eu fiquei lá, sozinho em casa tendo que aguentar mamãe e seus surtos quase psicóticos de leoa querendo proteger suas crias.

A Mofoville só funcionava aos fins de semana e quando eu saía para trabalhar era uma luta. Dona Hilda não sabia da minha vida como DJ. Preferi não dizer nada a ela. Porém, eu sabia que brevemente ela ficaria por dentro de tudo.

Valentina me dava uma força danada, mas percebi que depois daquele dia na Mofoville ela estava me tratando de um jeito diferente.

Diário da Valentina

♫ INXS – Beautiful Girl ♫

Tudo o que eu dizia pra ele era verdadeiro. Mas cara, aquilo que ele me disse na Mofoville era bem difícil de engolir. Preferir uma boate a mim?

 Eu continuei morando lá na casa dele e da família dele. Aquela briga com o Berg bêbado só me fez ver que eu tinha que sair de lá. Estávamos praticamente casados e a vida de casado é muito chata. Andreza e Rafa que o digam.

Namoro é bom, mas o Berg sabe que eu não curto melação e nem mesmo chiclete. Por mais que eu o ame, eu não queria transformar nossa relação numa chatice. Pensei em voltar pra casa da mamãe, mas ser maltratada e humilhada por ela jamais. Ir embora sem ter pra onde ir também eu não iria. Seria uma falta de consideração.

Da minha sogra, Dona Hilda, eu nem preciso falar, né galera? Poxa, marcação cerrada era demais. Certo que vivíamos à custa dela, mas jogar na cara que nós tínhamos que fazer isso e aquilo por causa dessas circunstâncias não era uma boa pra mim. Certo, agradeço muito a ela e ao Sr. Araújo por toda a hospitalidade, mas a atenção que ela tem por mim nem mesmo minha avó tinha quando eu ficava lá amarrada no pé da cama dela.

Eu pensei em arrumar um emprego. Mas o que eu iria fazer?  Ser doméstica? Meus dotes culinários eram péssimos. Trabalhar em algum salão? Eu mesma cortava meu cabelo, gostava dele curtinho, mas sei que ele não agradava a todos – só a mim e ao Berg que tem uma verdadeira tara por meninas de cabelos curtos. Ele mesmo já me confessou isso.

As pessoas daquele bairro me julgavam por eu ser ex-dependente de drogas. Eu estava curada, mas a minha história aumentada e inventada nas bocas sujas de todas as fofoqueiras filhas da puta de lá fazia com que eu me tornasse um monstro pior do que eu era quando fumava, cheirava e roubava.

Aquele domingo era diferente, pois na segunda feira teríamos as provas finais: Biologia, História e Inglês.

- Berg, não é uma boa você sair hoje. Tudo bem que é seu trabalho, mas amanhã é prova. E você sabe que tá literalmente fodido em Biologia. – avisei a ele. Berg parecia concentrado escolhendo uma roupa maneira e passando gel no cabelo. – Berg,  você tá prestando atenção no que eu to falando?

- Sim, sim. Você tá linda.

- Eu não to te perguntando isso. Ah, engole aqueles aparelhos de DJ. Eu não vou te acompanhar.

- Meu amor, desculpa.  – segurou o meu braço. – É minha grande estreia. Por favor, me perdoa. Eu to muito empolgado e é muito importante pra mim...

- Amanhã tem prova de biologia. BI – O – LO – GIA. Entende a situação?

Mesmo assim ele foi. E foi mesmo. Disse que inglês ele sabe fácil e que biologia estava na ponta da língua dele. E história?

A professora de história faltava demais e na boa, não dava aula direito. O aprendizado era tipo “se vira”. Já o de biologia não era nada amistoso. A matéria era pesada, mas ele ensinava bem.

Diário de um Nerd

Meu, parecia que o nerd da ocasião não era eu, e sim ela. Mas jurei pra mim mesmo que quando eu chegasse (não importasse a hora) eu daria uma lida nos capítulos dos livros.

E fomos. Mamãe e papai já estavam dormindo. Minhas irmãs, Lina e Lana também. Saímos de fininho.

*--*

Entrei pelas portas da nova Mofoville. Meus óculos escuros me dava um ar de descolado. Como se diz aqui, eu estava “cheio de pernas”, me achando.

Uma voz pré-gravada soou bem alto dentro da boate:

- E vem aí, o DJ L.B!!!

A galera começou a bater palmas e ovacionar muito.

- Acena Berg. – recomendou Valentina, enquanto desfilávamos pelo tapete vermelho (bem retrô).

Acenei. Já tinha algumas meninas, fanáticas por modinhas com uns cartazes com minha foto nas mãos enquanto gritavam: “lindo”, “gostoso” e etc.

♫ Metrô – Tudo pode Mudar ♫

Pus a música e a galera começou a dançar. Passei a animar a festa e a galera começou a curtir. Algumas daquelas fanáticas das quais falei anteriormente tentaram invadir o espaço do DJ para conseguir autógrafo, acreditam?

Até que uma voz que ofuscou até mesmo a música alta. Eu conhecia aquela voz.

- Berg seu... seu filho de uma égua! Desce daí que eu vou te dar uma surra!!!

- Mãe?!