Fanfic: A Fórmula do Amor: 1ª, 2ª e 3ª Temporadas [TERMINADA] | Tema: Bullyng

Diário de um Nerd

O que dizer? “Não é nada disso que você está pensando”? Óbvio que Valentina não acreditaria em meia palavra minha. Não entendia mais nada do que estava acontecendo, mas acho que ela sim...

- Não precisa explicar nada... Eu já entendi tudo. Fica aí com a sua amante. Eu to saindo fora. Pensei que você fosse um cara diferente...

- Valentina, espera! Deixa a gente explicar! – disse Juliana.

Valentina saiu e eu corri atrás dela. Quando vi, ela já havia descido as escadas e estava saindo da Mofoville com a minha prima.

- Ei, Dj! A galera ta pedindo música. - disse o diretor da boate.

- Eu não posso agora.

- Como assim não pode, cara?

Achei melhor as coisas se acalmarem. Juliana despediu-se de mim e falou que depois queria conversar comigo sobre o acontecido naquela noite.

Continuei com as músicas e saí da boate às duas da manhã. Quando cheguei em casa, surpresa: nenhum vestígio da minha namorada. Valentina havia ido embora.

-- Ela achou melhor assim, Berg. E eu também achei. Que coisa feia! – disse Gabi.

- Cala a boca! Você não sabe de nada! Foi um mal entendido. Vai roncar que é o melhor que você faz.

- Quando você tiver menos coisado eu falo contigo.

Gabi saiu.

Diário da Valentina

Música:Cássia Eller – Malandragem.

Naquela noite, eu dormi na rua. Debaixo de chuva, com fome, com a dor de ter me decepcionado amargamente com alguém que eu amava. Que filha da puta que eu sou! Eu queria que caísse um raio na minha cabeça enquanto eu chorava com a cabeça em cima da mochila deitada no banco da pracinha. Ele não merecia minhas lágrimas. Ele não merecia minha tristeza. Vi que nós não nos merecíamos mais de modo algum. Por quê ele fez aquilo comigo. Por quê? Por quê?

Acordei numa poça de lama, pois enquanto estava dormindo, caí do banco da praça. Levante-me do chão feito uma morta-viva, pus a mochila nas costas e caminhei em direção à minha antiga casa. Humilhada eu já estava, porém eu me humilharia ainda mais.

Aquela casa. Passei minha infância nela e parte da minha adolescência. Más lembranças me cercaram, porém eu fui além das más lembranças. Lembrei-me do meu falecido pai que me espanava e da minha mãe que me humilhava e me rejeitava. Dona Francisca ainda morava ali, com seus fantasmas. Bati palmas. Será que ela me atenderia?

Dona Francisca estava irreconhecível. Eu também estava.

- Valentina? – disse ela, de longe. Nem aproximou-se do portão.

- Me deixa entrar? Eu to toda suja... Dormi na rua e...

- Já sei... O pestinha do teu namorado não te agüentou não é? Ninguém te suporta sua idiota! Vai embora. Vai fumar tua pedra. Me deixa em paz.

Ela entrou. Eu apenas abaixei a cabeça e caminhei. Caminhei sem destino. Minha mãe tinha razão... Ninguém me suporta. Nem o Berg. Ele nunca me suportou. Ele se sentiu na obrigação de ficar comigo por que sabia que eu precisava de ajuda. Por que, meu Deus... Por que aquele filho da mãe não me deixou morrer no mundo das drogas? Eu só tinha a ele, e depois daquele momento eu não tinha mais nada...

Diário de um Nerd

Música: Red Hot Chili Peppers – Under The Bridge.

Como dormir sabendo que Valentina estava em outro lugar que não era perto de mim? Eu não podia deixar que o trauma “Berguentina” se acabasse dessa forma tão grotesca e duvidosa.

Chovia. Chovia muito. Meu coração estava apertado dentro do peito. Eu só queria notícias. No máximo saber como ela estava. Juliana marcou comigo na sorveteria naquele mesmo dia. Pela tarde, e sentaríamos numa mesa do lado de dentro do estabelecimento. Assim não correríamos o risco de sermos pegos conversando. Por quê o medo? Não estávamos fazendo nada de errado, porra!

- O que aconteceu ontem Juliana? Por que você me disse aquelas coisas?

- Por causa disto aqui. –pôs um pedaço de papel em cima da mesa. – Lê isso aqui. Vai dizer que não reconhece?

Li o que estava escrito no papel. Surpreendi-me com tamanho absurdo. Eu não escrevi aquilo, mas estava assinado em meu nome.

- Essa letra não é minha, Juliana. – falei. – Isso aqui foi uma brincadeira de mau gosto. E de muito mau gosto.

- Alguém ta tentando separar vocês dois, Berg.

- Essa letra aqui é da Madalena. Esse demônio quer acabar com a minha vida, Juliana! – fechei os punhos e bati com eles na mesa.

- AAHHH Eu não acredito! Mas se eu pego essa vadia eu não deixo mais nenhum dente na boca dela. Nenhum!

Diário da Madalena

Sorri quando soube da notícia, mas sempre lembrava que me faltava um dente. Mas o momento era de comemoração. O casal chiclete estava acabado. Eu venci. Eu disse que ia vencer. Soubemos que Valentina estava andando feito uma walking dead no meio das ruas do Bom Jardim.

- Tom, agora é sua vez de atacar. Traz a Valentina pra cá e dá um trato nela. – pus minha mão direita no ombro dele. Acho que essa é a última vez que nos vemos...

- Como assim?

- Minha missão está cumprida. To indo embora.

Dei um abraço em Tom, peguei alguns trapos e saí.

- Boa sorte Tom.

Diário da Valentina

A água da chuva caía escorrendo no meu rosto. Levava consigo minhas lágrimas, mas não levava minha angústia.

Estava faminta e suja. Estava praticamente me arrastando pelas calçadas daquele bairro. Até que não agüentei mais de fraqueza e caí. Uma mão estendeu-se para me ajudar.

- Deixa que eu te ajude moça?

Olhei. Aquele rapaz?

- Tom?