Fanfic: A Fórmula do Amor: 1ª, 2ª e 3ª Temporadas [TERMINADA] | Tema: Bullyng

Diário da Valentina

Música: Cássia Eller – Malandragem.

Tom quase me colocou no colo. Quer dizer... Ele me ajudou a levantar e me carregando com  meu braço no ombro dele me levou até sua casa.

Completamente enrolada em cobertores, tomei um chá bem quente para me livrar do frio que por um milagre fazia em Fortaleza. Depois comi uma fatia de um delicioso bolo de chocolate, que segundo Tom, sua mãe havia feito.

- Obrigada por tudo, Tom... Eu sempre te tratei mal e você aí me ajudando.

Ele passou a mão pelos meus cabelos e disse:

- Gosto muito de você. Não te deixaria numa situação daquelas nem se tivesse tiroteio naquela hora.

- Eu não mereço tamanha atenção...

- Deixa de ser boba. Qualquer um no meu lugar faria o mesmo. Agora você precisa descansar.

O que esperar daquele japonês de caráter duvidoso? Simpatia e mão boba? Ou apenas ele queria mesmo me ajudar?

*

Música: Pitty – Equalize.

Passaram-se alguns dias. Fui bem recebida na casa de Tom pela mãe dele, que era uma beata daquelas bem severas. Ela falava muito de uma tal noiva do Tom que fugira e ele não queria mais falar do assunto. Eu estava do mesmo jeito, querendo fugir do assunto “Berg”, mas eu não conseguia.

- Você quer falar alguma coisa? – perguntou, sentando-se no pé do muro onde eu estava.

- Ele me traiu Tom. – tentei conter as lágrimas passando as costas do meu braço nos olhos. – Eu não o perdoo de modo algum. Eu sou um nada mesmo.

Tom me abraçou.

- Pra mim você é tudo. E se eu te tivesse... Eu nunca te trairia. Sabe quando a gente gosta de uma pessoa só pelo olhar, ou quando você não pode se aproximar dela por algum motivo? Berg é um cara de sorte. Confesso que eu sempre o invejei. Mas o que ele te de nerd ele tem de idiota. Trair você? Uma garota tão especial!

- Não. Eu que sou burra. Eu sabia quando parar, mas escutei meu coração. Devia ter usado a cabeça, usado a razão.

- O que sua razão ta dizendo agora?

- Que você ta querendo me seduzir com esse papo de bom moço e eu to caindo na sua... Mas meu coração diz que eu ainda amo o Berg mesmo com ele não me amando mais.

Levantei-me. Tom puxou meu braço, o que me fez sentar de novo.

- Valentina... Me dá uma chance. Me deixa te mostrar que eu sou um homem de verdade. Por favor, não se sinta na obrigação só porque eu to te dando abrigo, mas entende que quem ta falando com você é um homem apaixonado. Um HOMEM!

Tom me lembrou o Berg, quando ele me confessou todos os seus sentimentos por mim naquele terminal de ônibus e nos beijamos pela primeira vez.

- E sua noiva?

- Não quero falar dela. Eu to assim do mesmo jeito que você, sabe? Quando eu estava com ela, eu pensava em você...

- Tom, eu ainda amo o Berg. Odeio admitir isso. Você odiaria saber que eu estou com você e pensando nele, assim como você fazia com sua noiva.

- Eu não me importo. Por você eu faço qualquer coisa.

Enquanto Tom e eu nos beijávamos eu pensava no Berg. No quanto eu amava aquele nerd sem vergonha, e se eu não estava ficando com o Tom por fraqueza. Pensei na minha primeira vez com o Berg, quando ele me fez viajar num embalo nunca sentido antes. E como ele fazia com que nossas noites de amor fossem como foi na primeira vez. Ou nas nossas aventuras, nos shows que nós frequentamos, ou naquela singela serenata virtual que ele fizera pra mim. Tudo isso acabara.

Nada se repetiria. Foram quase cinco anos, e os anos mais felizes da minha vida, confesso. Mas do que adiantaria ter sido tão feliz, se eu não poderia viver aquilo de novo?

Diário de um Nerd

Música: Vivendo do Ócio – Dilema.

Não via nada de especial em escola. Não via nada de especial em viver. Eu sou uma mosca morta na merda... Deixar que uma garota dada como morta acabasse com um relacionamento de quase cinco anos. Minhas mãos estavam atadas, minha bunda sentada na carteira da escola e minha cabeça pousada sobre o braço dela, como todos aqueles dias letivos sem nenhum sinal da Valentina.

Senti-me pior do que naquele ano terrível que esperei por ela. Por que nele eu sabia que uma hora eu a veria de novo e que eu sabia onde ela estava. Agora eu não tinha notícia nenhuma daquela garota.

- Não conseguiu falar com a Valentina, Berg? – perguntou Juliana.

- Pior que não. Não faço nem ideia da onde ela esteja.

- Eu sei. – interrompeu Eri. – Ela veio pra aula hoje.

Na mesma hora eu me levantei da carteira e saí no meio da aula de química. Nem liguei pra professora. Corri até a sala do primeiro ano e surpreendi-me ao ver Valentina sentada no final da sala de mãos dadas com o Tom, conversando. Um olhando para o outro. Juntinhos...

Invadi a sala. Nem lembrei que estava tendo aula. Apenas foquei naqueles dois. Aqueles dois... Tom e Valentina... Juntos. JUNTOS!

- Você quis pagar na mesma moeda, Valentina? Mas eu não te traí. Eu não fiquei com a Juliana naquela hora. Me entende garota. Me entende, porra!

Tom levantou-se da carteira. Como ele era bem mais alto que eu, tive que encará-lo olhando pra cima. Era humilhante, mas eu não tive escolha.

- E você seu japonês idiota filho da puta! Conseguiu o que queria. Aposto que a seduziu.

- Ela ta comigo por que gosta de mim.

- Não, Tom. Ela ta com você porque ela quer me esquecer. – encarei-a. Não é?

- Vá embora, Berg. A diretora vai aparecer aí. Você vai se ferrar.

- Eu já to ferrado. Valentina, aquilo tudo foi um plano da Madalena! Me escuta por favor?

- VAI EMBORA! – gritou. – EU TE ODEIO BERG. VOCÊ É UM ESTORVO NA MINHA VIDA. CAI FORA SEU IDIOTA! CAI FORA! ME DEIXA EM PAZ DE UMA VEZ POR TODAS!

Diário da Gabi

Música: Katy Perry – Ur so Gay

Ludi, Jonas e eu fomos dar uma volta depois que eles saíram da aula. Estávamos sentados no banco da praça batendo um papo. Contaram-me que Berg fez o maior escândalo na sala de aula quando viu a Valentina com outro cara juntos.

- Sabe o que o Berg disse? Que foi armação daquela tal de Madalena. – comentei.

- Eu acho que foi. Gabi, o Berg e a Valentina estão juntos há cinco anos! Cara, é uma vida! Eu o conheço. Berg não seria capaz de trair a Valentina. Ainda mais com a Juliana. Eles sempre foram amigos. – Ludi respondeu.

- E você Jonas. Não vai falar nada? Você é homem, deve saber.

- Esse não é meu departamento, queridinha. – disse, mascando chiclete. Mas se eu gostasse da fruta eu não a trairia. Ludi me contou que eles penaram pra ficar juntos.

- Que desperdício meu Deus do céu... – sussurrei pra mim mesma.

- Disse o quê?

- Nada não, Jonas. É eles sofreram pra caramba pra ficarem juntos.

Tocou o celular da Ludi. Era um sms. Ela leu e disse:

- Galerinha, tenho que ir. Dona Angelina ta me chamando urgente. Falou.

Ludi saiu. Ficou um espaço entre mim e Jonas no banco. Aproximei-me. Praticamente colei meu quadril no dele. Tentativa idiota a minha. Aquele rapaz era um gay imodificável.

- E aí, as nove?

- Nove?

- Novidades! – piadinha besta pra quebrar o gelo. Não deu certo.

- Nenhuma. Ah... BVB vai lançar um álbum novo.

- Legal... Jonas... Se eu pedir uma coisa você me dá?

- Tipo o quê?

- Melhor não pedir. Vou roubar.

- Já to com medo.

- Fica não. Você já me deu isso e meio que to te devolvendo.

Roubei um beijo de Jonas. Segurei a cabeça dele de modo que ele não escapou dos meus selinhos.