Fanfic: A Fórmula do Amor: 1ª, 2ª e 3ª Temporadas [TERMINADA] | Tema: Bullyng

Diário da Gabi

Música: Mafalda Morfina – Sonhos Contrários.

Eu amava o Jonas por completo. Seu jeito afeminado era apenas um detalhe perto das suas diversas qualidades: lindo, atencioso, simpático, de bem com a vida...

Eu gostava do jeito que ele idolatrava seus ídolos emos (Andy Sixx) assim como eu idolatrava minha Katy Perry. Amava quando ele ficava com as bochechas rosadas só por estar sozinho comigo. Ou avermelhadas pela raiva de eu ter roubado um beijo dele.

- Você não podia ter feito isso. – bradou, passando a mão nos lábios.

- Desculpa, foi impulso. Sei que prometi te deixar em paz, mas eu não consigo. Como você pode ser tão encantador?

- Por favor, Gabriela. Não começa.

- Eu vou te dizer uma coisa que eu nunca disse nem pra minha mãe...

- O quê?

- Eu te amo mais do que tudo nessa vida.

Jonas fechou a boca por alguns segundos e depois me beijou de livre e espontânea vontade. O que deu nele?

Diário da Madalena

Tirei da mochila o revólver que Tom conseguira pra mim. Ele era a chave para a minha liberdade. Como prestei atenção todos os dias em que estive ali, o carro forte que saía do Chegue e Pague do supermercado vinha sempre às sextas feiras por volta das sete da manhã, horário em que ninguém ia ao supermercado, fato.

Eram apenas dois homens tomando de conta do carro. Um deles foi buscar o dinheiro enquanto o outro ficou tomando conta do furgão. Hora de a Madalena beata entrar em ação.

Música: Oasis – She’s Electric.

- Não quer ouvir a palavra do senhor? – perguntei ao homem que tomava conta do carro.

- Não, minha filha. Dá licença que eu to trabalhando.

- Ah, não quer? - Abri a mochila, tirei o revólver e apontei para o cara. – Entra na porcaria do carro!

O homem obedeceu. Tratei de desarmá-lo e amarrá-lo dentro do próprio carro. A rua estava deserta. Nenhum sinal de vida. Até que lá vinha o outro homem, com os sacos de dinheiro na mão. Assim que ele entrou no furgão, dei-lhe uma coronhada com o revólver. Ele caiu desmaiado. Fiz o mesmo com o outro, depois os joguei para fora do carro.

Nunca dirigi na vida, mas eu teria que tentar. Dei partida. O furgão saiu do lugar. Legal. Veloz e furiosa, lá fui eu, rumo à liberdade, e com uma boa grana.

Diário de um Nerd

Eu estava arrasado. Eu queria que um tijolo acertasse minha cabeça e a partisse em duas bandas. Eu queria que um trator invadisse minha casa com tudo e passasse por cima de mim. Eu sou tão merda que nem coragem para me matar eu não tinha mais. Agora era só contar com a ajuda da sorte. Maldita sorte a minha, aliás.

Se eu estava numa fossa sem fim, Gabi estava em plena alegria porque finalmente conseguira fisgar o Jonas.

- Eu to namorando, eu to namorando... – cantarolava.

- Meus parabéns. – levantei-me e saí.

- Ei Berg, espera!

- O que foi Gabi?

- Eu sei que amanhã é seu aniversário. Vai fazer dezoito hein.

- De que importa...

- Você vai virar adulto!

- Idade não define maturidade de ninguém. Você devia saber disso.

- Vai passar Berg. O que tiver de acontecer, vai acontecer. Seja o que for. Vive a tua vida, cara. Você é jovem. Não fica aí se martirizando. Corre atrás dela se você a ama mesmo.

- Acontece que ela ta com outro!

- E daí? Eles casaram? Ninguém pertence a ninguém. Vai. Corre atrás dela. Ela não é o amor da sua vida?

Música: Avril Lavigne – I’m With You.

Pela primeira vez depois de tudo aquilo eu sorri. Sorri porque com a ajuda da minha prima eu criei forças pra lutar pela minha felicidade, invejada por muitos. Esses, querendo destruí-la de toda forma.

Eu não podia deixar que simples invejosos acabassem com a minha vida de uma maneira tão torpe. Não importava se foi a Madalena quem armara pra me separar da Valentina. O passado não importava mais, apenas o futuro. Esse futuro eu queria ter ao lado da minha princesa do rock, com nossos filhos, nossa casa, enfim.

Hoje em dia qualquer um diz “Eu te amo”. Quero ver provar. Eu provaria a ela que todas as minhas palavras não foram da boca pra fora. Eu provaria pra Valentina que eu estava disposto a lutar por ela até o fim, por que eu não deixaria que tudo o que nós vivemos ficasse perdido no passado. Eu queria o amor daquela menina que um dia me disse “Eu também te amo” e eu acreditei. Que disse que sempre me amou e eu acreditei. Que falou que queria casar comigo, e que junto comigo construiu um lugar que só nós dois sabemos. Um lugar que ninguém pode ir com ela porque é comigo que ela foi, é e sempre será feliz.

As vezes em que eu freqüentei aquele bairro (Bom Jardim) foram as mais tristes da minha vida. Quando eu tive que lutar com os góticos para garantir a liberdade da minha sobrinha Débora por exemplo.

Agora ali estava eu de novo. Não sabia onde o Tom morava. Não sabia bem. Não custava nada perguntar. Achei a casa. Era humilde, como a maioria das casas daquele bairro. Chovia de trovejar muito. Era praticamente uma tempestade. Eu me sentia tão vazio que por um momento eu achei que aquela ventania me levaria pra longe. Caso acontecesse algo indesejado depois da minha conversa com a Valentina, eu deixaria que o vento me levasse. Pra longe, muito longe.

Bati palmas. Bati muitas palmas. O barulho da tempestade impedia que qualquer ser humano escutasse o clamor de um homem apaixonado chamando pela sua amada em frente a uma porta. Decidi bater, esmurrar aquela porta.

- Valentina! Valentina!

Alguém abriu a porta. Era ela. Mas linda do que nunca. E eu, idiota, encharcado pela água que escorria pelo meu corpo e encharcava minhas roupas. Ajoelhei-me na calçada feito um cão sarnento ou um súdito quando vê seu rei. Ferre-me toda humilhação. Tinha de valer a pena. Todo sacrifício por ela é pouco, sempre foi. Valentina merecia tudo, tudo. Será que eu podia dar o que ela queria? Será que eu era homem o bastante para fazê-la feliz como Tom talvez estivesse fazendo-a?

-Eu já disse pra você me deixar em paz. Será que é tão difícil você me escutar?

- Eu digo a mesma coisa. Será que é tão difícil pra você me escutar?!

Ela olhou pra mim e eu olhei pra ela. Levantei-me do chão para que os nossos olhos ficassem da mesma altura. E ficamos ali um bom tempo, nos encarando meio que romanticamente. Ela dentro de casa, humilde, porém aconchegante, e eu no meio da tempestade, na umidade e no frio.