Fanfic: Os Lendários Guardiões: Templo dos Deuses | Tema: De minha autoria
Os Lendários Guardiões
-Templo dos deuses-
Livro 1: Tempo ............................................................... Capítulo 1:
A feiticeira e o plebeu
Era uma calorosa noite de verão, quando os habitantes das aldeias de Mérycles e Owen aguardavam o eclipse lunar mais esperado de todos os tempos. Seria o primeiro fenômeno que marcaria a chegada do solstício de verão que, nas aldeias simboliza a chegada de um novo ano. Quando o fenômeno ia se iniciar, um enorme fecho de luz corta os céus e some do mesmo jeito em que começou. Os habitantes assustados entraram em pânico ao ver o que estava acontecendo: o céu que antes estava límpido de nuvens e cheio de estrelas estava ficando com tons vermelho-roxo em forma de espiral. Ao presenciar o que estava acontecendo o rei Odalle reuniu seu exército e temeu pelo que ia acontecer.
Mas o que será isso afinal?
O céu, agora totalmente roxo-azulado desde o horizonte até os montes, estava guardando um segredo que somente poucos sabiam: uma batalha lendária que envolvia dois seres que não pertenciam a essa dimensão: Helleonora, uma feiticeira com poderes baseados no espaço trava uma longa batalha com Chronnos, um mestiço com poderes baseados no tempo. Ambos os herdeiros da lenda do espaço-tempo estavam batalhando há dias porém, ao nosso tempo, estavam ali há poucos minutos.
– Chronnos.- disse Helleonora. –Não faça isso consigo mesmo. Lutar é totalmente errado.
– Não diga isso sua inferior. Você vai pagar pelo erro de sua mãe!-disse Chronnos preparando-se para atacar.
Chronnos, além de manipular o tempo, pode materializar energia transformando-a no que desejar. Porém, usa somente uma grande foice roxa, símbolo de seu clã. Helleonora estava parada. Parecia estar paralizada de medo ou coisa do tipo. Vindo com toda a velocidade necessária para cortá-la ao meio, Chronnos voava rapidamente ao encontro de Helleonora, que parecia indefesa.
– Morra!-disse Chronnos puxando com sua mão direita a foice e desferindo um golpe certeiro.
A enorme foice roxa atingiu Helleonora na diagonal e seu corpo foi dividido em dois. Helleonora estava morta. Foi quando de repente os pedaços de Helleonora começaram a brilhar e então começaram a explodir. Uma explosão tão forte que até mesmo Chronnos foi atingido. Poucos nanosegundos depois um enorme buraco negro começou a se formar. Era tão forte que nem mesmo os poderes temporais de Chronnos conseguiram protegê-lo e ajudá-lo a escapar da força do buraco-negro.
– O que é aquilo?-perguntáva-se Odalle vendo uma enorme coloração laranja começou a se formar nos céus e sumir rapidamente. –Atenção todos. Abriguem-se!
Foi uma correria total. O que seria uma noite de festividade e alegria se transformou numa noite de terror. Crianças e adultos corriam desesperados para algum lugar onde acham seguro. Olhando ao seu redor e para o céu novamente, Odalle pôde reparar que uma força desconhecida estava começando a levitar as coisas do chão. As árvores estavam totalmente erguidas e desprendendo-se do solo. Muitas pessoas estavam sendo puxadas para os céus, desesperadas imploravam por ajuda. As casas, feitas de madeira, pedras e fêno estavam “desmanchando” e sendo puxadas pela força desconhecida. Parecia ser o fim de tudo. Foi quando um grupo de homens apareceram do nada no local. Estavam encapuzados e a única coisa que se podia ver eram os medalhões que possuiam. Eles conjuraram um feitiço que fez com que o poder do buraco negro sobre as aldeias se anulasse. Estava tudo salvo ou era o que parece: sem a força do buraco negro puxando as coisas para cima, a gravidade as puxava para baixo. Mas antes que milhares de pessoas, cabeças de gado, árvores e casas caíssem no chão o rei Odalle os salvou, levitando os mesmos. Afinal, rei é para essas coisas.
Enquanto isso, Chronnos estava tentando escapar da força do buraco-negro. Não conseguia imaginar como isso pôde ter acontecido. Foi quando pôde reparar que o buraco negro esta começando a perder força. Chronnos então abriu uma fenda no espaço e voltou no tempo afim de investigar o que havia acontecido.
Chronnos tem longos cabelos prateados, olhos de mesma cor. Naquela noite usava uma pequena armadura negra que o deixava com uma imagem imponente. Chronnos, a nossa contagem de tempo, tem apenas 16 anos e seus poderes e técnicas são bem fortes para a sua idade. Embora fosse muito forte, Chronnos não podia interferir no passado ou coisa do tipo. Apenas podia visualizar. Naquele momento Chronnos estava vendo claramente o que havia acontecido: Helleonora estava parada. Mas na verdade estava conjurando um feitiço. Reduzindo o tempo em “camera lenta”, Chronnos pode ver o exato momento em que corta Helleonora ao meio.
– Não acredito!-surpreendeu-se Chronnos ao ver o que Helleonora havia feito. –Ela havia substituído seu corpo por uma estrela e assim que eu a atingiu... Ela explodiu, fazendo com que o buraco negro se formasse. Então, com a distração do buraco negro, Helleonora entrou em um outro portal, que a levou para um lugar que nem Chronnos sabia onde era. Isso quer dizer que Helleonora ainda está viva! Mas aonde?
Agora, sua missão era retornar até sua dimensão e treinar, afim de reestabelecer seu clã e mais tarde... Tomar o que é seu por direito.
Enquanto isso, no Arquipélago de Yan, os habitantes das aldeias de Mérycles e Owen estavam se perguntando o que era aquilo que havia acontecido. Apartir daquele dia os povos nunca mais seriam os mesmos. As pessoas tiveram que reconstruir suas vidas, suas casas e além de tudo estavam temerosas. O rei Odalle não sabia o que fazer para contornar a situação e trazer mais confiança e paz para seu povo. Já não basta a invasão de criaturas, feras e bestas das floresta para com as aldeias, ainda tinha que se preocupar com fenômenos desconhecidos vindo dos céus! Foi quando teve uma ideia arriscada, mas seria a melhor coisa a se fazer. Mandou chamar seus melhores soldados, melhores guerreiros e melhores arqueiros para uma pequena expedição em busca ao longo da floresta. Deveriam cruzar o continente e pedir ajuda para à Metrópole. Nem que para isso tenham que sacrificar a própria vida.
Seis anos depois do Grande Fenômeno, os habitantes das aldeias de Mérycles e Owen já estavam em suas atividades normais. Os guerreiros que fizeram a expedição até a Metrópole haviam mandado uma mensagem de boas notícias. A partir daí as aldeias passaram a ser divididas em duas independentes aldeias. Por isso, agora, dois rei passaram a governar as mesmas: o rei Odalle governava a aldeia de Owen e o rei Mephesto governava a aldeia de Mérycles. Os reis governavam as aldeias na mais perfeita harmonia, até que acima dos bosques, criaturas das trevas passaram a corromper as mentes e corpos dos humanos, fazendo lutarem entre si. Houve uma grande invasão de criaturas sombrias nas aldeias e mais da metade da população foi morta. Como medida de segurança e estratégia, recrutou diversos guerreiros e pessoas que possuíam habilidades especiais para que fizessem parte de seu exército. Muitas pessoas foram recrutadas. Mas houve também as pessoas que eram contra a ideia do rei e, por isso, fizeram de tudo para acabar com as pessoas que possuíam poderes e habilidades especiais. A partir daí iniciou-se a temporada de caça às bruxas, ou ao que eles chamam de “Caça aos Puros”.
A única diferença entre as aldeias era seus reis. A aldeia de Mérycles era aliada da Metrópole e por isso era grande e farta. Já a aldeia de Owen produzia tudo o que precisava: armas, alimentos e utensílios de sobrevivência, porém não eram tão fortes e resistentes quanto os da aldeia de Mérycles. Se fossemos comparar com os dias atuais, a aldeia de Mérycles seria capitalista, aliada dos EUA e a aldeia de Owen era socialista, aliada de uma versão medieval de Cuba. Mas isso estava prestes a mudar...
Em uma humilde casa de pedras saturadas com barro e telhado de feno, morava um garoto de 13 anos de idade, cabelos longos extremamente avermelhados naturalmente arrepiados para cima e para trás, porém claros, olhos laranja tipo o pôr-do-sol e filho de camponeses. Edward Saint-Clair ajudava seus pais num pequeno feudo que pertencia a sua família e sempre disposto a ajudar os outros, Edward quase nunca se cansava das suas tarefas. Porém o destino lhe reservou uma grande surpresa...
O feudo da família Saint-Clair era quadrado, com uma alta vegetação a sua volta. No meio do feudo passava um rio de aproximadamente media 2m² de largura que, na época da cheia, media meio metro de profundidade. Edward usava a água do rio para regar manualmente a plantação de hortaliças que cultivara há dois anos, pois Edward acreditava que as regando manualmente podia ver quais plantas necessitavam de mais água e as que não precisavam. E isso sempre deu certo. Ao leste do feudo havia um pequeno cercado de madeira. Dentro da cerca se encontrava uma espécie de galinheiro onde haviam exatamente seis galinhas e um galo. Os ovos serviam de alimento para a família e em grandes quantidades eram comercializados. Ao oeste havia uma grande horta que pertencia a Edward e sua família. Eram cultivados diversos tipos de verduras e legumes. A família Saint-Clair possuía duas vacas que davam leite em abundância. O que era a base de alimentação da família. O feudo era naturalmente fertilizado, e o clima da região favorecia a agricultura.
Numa manhã de temperatura amena, Edward acorda e vai ao celeiro onde guarda suas únicas ferramentas: uma enxadinha de punho, uma pequena cesta onde havia sementes diversas e uma faca.
Vou adiantar um pouco minha tarefa e depois cuidar do galinheiro.
Ao chegar à horta, Edward cavou doze buracos. Ao cavá-los o garoto jogou exatamente seis sementes e cobriu-as com um adubo que produzira das vacas e cabras de sua família. Parecia coisa de louco, mas Edward se dava muito bem com as plantas. Parecia sentir o que elas sentiam. Quando estava sozinho ele sentava a baixo de um salgueiro e começava a conversar com a planta e esta, por sua vez, parecia que ela o respondia! Após terminar de cuidar da horta, Edward ouviu a voz de sua mãe lhe chamando:
– Edward! Venha cá.
– Já estou indo. Um momento, por favor.-gritou o garoto recolhendo a terra e pondo encima do adubo. –To indo, plantinhas, daqui a pouco eu volto.
Ao chegar a sua casa, o garoto encontrou sua mãe fazendo manteiga. Ela disse:
– Edward. Vá até a cidade comprar um florete e na vinda vá encontrar seu pai que está no campo.
Edward pegou o saco de couro com trezentas e oitenta moedas de prata e doze moedas de bronze, dirigiu-se para um pequeno cômodo onde dormia e calçou suas botas. Estas leves botas eram feitas de couro de cabra e amarradas com tripas secas de carneiro. Resistentes, eram leves e ainda aumentavam a estabilidade.
– Pronto! Já estou indo, dona Cicília.-disse Edward indo em direção a porta.
– Cuidado. Como você sabe, você deve ir à cidade e comprar o florete de seu pai. Na ida e na volta você passará pelos Campos Suspensos Del`Orences. O caminho é longo.-gritou Cicília vendo Edward correr até o quintal.
Cicília, sua mãe, sabia que Edward era responsável mas, como Edward Saint-Clair não possuía poderes, temia que algo ruim acontecesse no caminho. Então olhou da janela o garoto com seus cabelos voando ao vento conforme Edward corria até sumir na vegetação. Cicília orgulhosa deu um sorriso discreto e voltou a bater a manteiga.
No caminho Edward sabia que seus pais depositara toda sua confiança em seu único filho e, não querendo decepcioná-los, o garoto pensou consigo: Serei o melhor filho que toda a aldeia jamais viu... E verá.
Ao pensar isso, o garoto tomou fôlego e começou a correr. Olhando para sua direita, Edward pôde ver que não faltava muito para chegar nos Campos Suspensos Del`Orences. Agora, andando e nada cansado, Edward desceu um pequeno morro. Mas quando estava descendo, uma espécie de portal se abre no céu e um feicho de luz arroxeado cai no lago que se encontrava a direita de Edward.
–Que isso?!
Silêncio total. Edward, com o susto, escorregou e rolou quase seis metros de barro e pedras que se encontravam presas ao morro. Seu corpo estava todo sujo. Suas roupas estavam quase se rasgando e Edward estava com uma pequena ferida no joelho. Um pouco assustado, Edward pega um pedaço de madeira que rolara junto com ele e dirigiu-se a estranha criatura e, com a madeira tocou-a e ela se mexeu. Vendo que seja lá o que for estava vivo, Edward segurou os braços da criatura toda molhada e suja de lama e puxou-a para a margem. Quando virou o corpo para cima pôde perceber que era uma garota.
–Ela é linda!-disse Edward admirando sua beleza.
A tal garota tinha cabelos negros e duas franjas laterais vermelhas. Sua pele era macia como algodão e seus lábios eram “carnudos” porém, numa expressão feminina e não sensual, muito lindos por sinal. Seu rosto tinha um contorno que o realçava e o deixava com traços bem femininos. Embora a garota estivesse toda sua de lama e molhada, sua roupa era bastante detalhada: usava um tipo de blusa justa com mangas que caíam nos ombros. Por cima dessa blusa ela usava uma outra blusa de couro puro e um espartilho também de couro. Porém era de cor preta, mas não tão sensual como os atuais. Abaixo da cintura, ela usava uma saia que passava poucos centímetros do joelho. Era feita de couro e coberta por uma outra saia de linho azulado. Usava uma bota de couro estilo gladiadora. Só que era entrelaçada até o joelho.
Edward olhou para o morro onde havia descido e pensou consigo:
–Não tem como carregá-la até lá em cima. Terei que dar a volta ao lago e esperar que algum mercador passe pelo caminho para que eu possa pedir ajuda.
Edward aproximou sua mão direita das narinas da garota e percebeu: ela não estava respirando. Como nunca estivera perto de uma pessoa que estivesse se afogando ou mesmo afogada, Edward entrou em pânico e então pulsionou suas mãos contra a barriga da garota que não dava sinal de vida. Pulsionou outra vez. Desta vez Edward sentiu que o coração da tal garota estava pulsando. Respirou fundo e pulsionou outra vez e ela de repente levantou. Com a velocidade e a proximidade que estavam, os dois bateram com a testa um no outro e Edward com muita dor gritou. Sua testa estava com um pequeno corte produzido pela tiara que a garota usava. Ao olhar para Edward massageando a testa, a estranha garota com medo, deu um grito e das suas mãos um raio roxo saiu acertando Edward que, com o impacto, foi jogado a doze metros de distância, indo parar dentro do lago. Com dores em todo seu corpo, Edward estava quase se afogando. Vendo o que acontecera com Edward a garota percebeu que ele havia lhe salvado e então resolveu ajudar retribuindo o favor: uma espécie de energia envolveu suas mão e então ela tocou na água. Como por mágica a água começou a se levitar. Edward se debatendo, reparou que seus pés tocaram no chão e vendo que toda a água do lago estava acima dele, de medo, correu.
Vendo que o garoto já saíra da água, a estranha garota agora mais calma, desintegrou a energia que envolvia suas mãos e imediatamente as águas caíram fortemente no chão. Muito cansada a misteriosa garota sentou para descansar. Do outro lado do lago. Edward viu que era arriscado chegar perto da garota porém viu que ela não era normal.
De onde ela é? Como ela pôde fazer isso com a água do lago?
Foi então que Edward ouviu um barulho familiar. Parecia com o barulho que o gado de seu vizinho, Wistler, fazia quando ia comer a alta vegetação que cercava o quintal de sua fazenda. Quando ia chamá-lo para pedir ajuda, Edward viu a garota que salvara a poucos momentos sentada no chão toda inocente e pensou que não seria boa ideia pois, embora Wistler fosse casado, ele gostava de dar em cima de garotas mais novas. Edward respirou fundo e andando levemente, foi na direção da garota:
– Q-Quem é você?-perguntou Edward demostrando insegurança.
A garota pareceu confusa. Parecia não entender o que Edward falava. Então ela levantou e andando na direção de Edward, que estava parado a lama que estava em sua roupa, deu um grande beijo em Edward. O beijo foi daqueles de cinema. Edward nunca havia beijado em ninguém. Naquele momento ele sentiu uma ótima sensação de bem-estar e estava gostando. Muito relaxado, ele deixou que a garota o conduzisse. O beijo durou mais ou menos dois minutos. Após beijar Edward a garota olhou-o nos olhos. Sua expressão era de delicadeza e a de Edward, de surpresa. A garota então começou a falar com uma voz pacífica e terna:
– Sou Helleonora. Nasci na cidade de Tordellis. Não sei muito como vim parar aqui e nem sei onde estou. -disse Helleonora. –Minha cabeça dói mas... quem é você?
– Meu nome é Edward Saint-Clair.-apresentou-se Edward tentando amenizar a dor que estava sentindo. –Sou da aldeia de Owen.
Edward a olhava diretamente. Estava a admirando. A princípio Helleonora estava com medo, mas após perceber que Edward a havia salvado, percebeu que ele era uma boa pessoa. Além do mais, Helleonora era telepata. O que fazia com que ela soubesse as intenções de Edward. Aventurando-se a entrar na mente de Edward, Helleonora o olhou por um momento nos olhos. Durante alguns segundos Helleonora estava na mente de Edward avaliando-o e procurando saber onde estava. Mas de repente ela viu um enorme portão. Nele haviam símbolos e escrituras que começaram a brilhar. Na mesma hora, Helleonora sentiu uma forte dor de cabeça, mas logo passou. Sem dúvida nenhuma Edward tinha uma proteção mental muito forte. Helleonora estava sentada no solo. Na verdade o solo era um campo meio florido com a grama verdinha e um lago azul. Eram os Campos Suspensos Del`Orences! Helleonora estava sentindo-se segura perto de Edward, então ela chegou mais perto do garoto que estava todo dolorido e segurou sua mão. Assim que fez isso uma energia azul envolveu Edward e esta mesma energia parecia estar sarando o garoto.
– Incrível!!! Obrigado mesmo.-agradeceu o garoto meio em graça. –Desculpa te perguntar... Mas como você fez aquilo com a água do lago e agora comigo?
Helleonora não sabia como explicar, mas procurou a maneira mais correta de fazer isso. Quando ia começar a falar, Edward ouviu um grito vindo acima do barranco onde descera. Parecia ser Wistler correndo perigo.
– O que é isso?!-perguntou Edward com medo. –Será que são as feras de novo?
– Feras?-perguntou Helleonora levantando-se rapidamente. –Temos que correr.
– Não! Temos que ajudar.-disse Edward pegando uma madeira e correndo para a barragem e subindo para a estrada. Helleonora foi junto. Lá em cima, Edward e Helleonora puderam ver o que acontecia: seis horríveis lobos que pareciam possuir chifres estavam atacando Wistler. Eles haviam atacado o gado e agora estavam se preparando para atacar o velho mercador.
– Me ajudem!-implorou Wistler. –Por favor.
Edward então jogou uma pedra em um dos lobos. Eles eram enormes: possuíam aproximadamente 1, 60 metros e em pé mediam mais de dois metros! A pedra pareceu acertar logo o líder da alcatéia e este enfurecido, encarou Edward, que começou a correr. Imediatamente os lobos correram atrás de Edward. Helleonora observava a tudo. Então, de suas mãos, uma energia arroxeada começou a emanar. Foi quando ela disparou um raio em um dos lobos que, machucado, caiu. Agora, apenas cinco lobos corriam atrás de Edward. Pelo menos.
Edward corria o mais rápido que podia e os lobos nem precisavam se esforçar muito. Foi quando o líder da alcatéia deu um grande salto e caiu na frente de Edward, que assustado acabou escorregando e caindo no chão. Com um rugido forte, o grande lobo deu uma forte mordida na perna de Edward. Embora o lobo fosse muito grande, sua mordida só atingiu a parte da coxa e não chegou a tocar o fêmur. A perna de Edward sangrava sem parar. Morrendo de dor o garoto gritava. Helleonora, que estava batalhando com os lobos, parou para ajudar Edward. Mas quando preparou-se para correr, um dos lobos a atacou com a calda. Wistler via à cena de longe. Estava com medo e não sabia como ajudar. Edward não conseguia aguentar tamanha dor. Foi quando a vegetação ao redor começou a se movimentar. De repente, os olhos de Edward começaram a brilhar uma luz esverdeada. Parecia até que ele estava entrando no “estado de avatar”. Sua pele estava com um aspecto amadeirado e parecia não sentir mais dor. A ferida em sua perna estava sarando, tendões sendo ligados e seu sangue agora estancara. Do chão dois enormes troncos saíram e se enrolaram no lobo, que parecia estar imobilizado. Edward parecia não ter controle de suas ações. Seu cabelo, que antes eram vermelhos, agora estavam verdes. Com as duas mãos, Edward tocou no solo e a grama começou a crescer rapidamente, como se fosse algo à vácuo. Com aspecto metálico, elas brilhavam. Helleonora sabia que se ficasse no chão, seria mutilada por folhas navalhas, então deu um salto e impulsionando-se na cabeça do lobo que estava batalhando, começou a voar.
– Edward, se acalma!!!-gritou ela do alto, enquanto voava. –Vai acabar machucando alguém!
Edward parecia não se importar. Todos os lobos estavam totalmente mortos. Foi quando Edward e tudo a sua volta começou a voltar ao normal...
– Edward!!!-disse Helleonora segurando o garoto antes que ele caísse no chão. Na verdade, Edward não estava voando. Quando Edward começou a ficar estranho, a energia que emanava de seu corpo era tão forte, que ele começou a se levantar do chão.
– Você está bem, Edward?-perguntou Helleonora. As roupas de Edward eram de tecido. Apenas a bermuda que usava era de couro de cabra. Por causa das camadas de madeira que revestiu Edward, sua camisa e parte de sua bermuda foi rasgada, mas o garoto não estava nu e nem semi-nu.
Wistler olhou de relance para onde Edward e Helleonora estavam e, vendo que estava tudo bem, desceu o pequeno morrinho de barro.
– Ele está bem?-perguntou Wistler dirigindo-se à Edward. –Não podemos ficar aqui. Logo, logo as feras que se alimenta de corpos mortos irão sentir o cheio desses lobos. Temos que correr.
– Ele está bem.-respondeu Helleonora vendo que Edward estava se levantando. –Ele parece estar bem sim.
– Oh! Onde eu tô?-disse Edward pondo a mão na cabeça.
Vendo que estava todo rasgado, o garoto logo ficou corado de vergonha. Wistler, vendo que Edward já estava bem, começou a se lembrar do gado e começou a chorar. Mas logo foi consolado por Edward e Helleonora.
– Obrigado, crianças!-disse o senhor. –Mas vocês estavam indo para onde?
– Eu estava indo comprar um florete pro meu p..... Ai, Céus! O florete!
Com a confusão toda Edward esqueceu-se de comprar o florete. E quando foi verificar a sacola de moedas... Surpresa! Só estava com oito moedinhas de bronze. Seus olhos começaram a ficarem heios de lágrimas. Helleonora não sabia o que era um florete e muito menos para que servia. Foi quando Wistler vai até a sua carroça e pega um pequeno sabre de metal.
– Tome! Aqui está.
Edward olhou para o pequeno sabre de metal que era todo ornamentado por vinhas e pétalas. Segurou-o e depois entrego para Wistler novamente.
– Não posso ficar com ele. Não tenho dinheiro suficiente.
– Ora, meu caro Edward.-disse Wistler. –Vou me salvou e o mínimo que eu posso fazer é lhe ajudar eternamente. Tome, fique com ele.
Edward agradeceu e tomou o florete. Aproveitou e perguntou Helleonora se ela queria conhecer seus pais. Helleonora aceitou e eles correram até a aldeia de Owen onde se encontrava a casa de Edward. Você deve estar se perguntando o que aconteceu com Wistler, não é? Bem... Ele encontrou outro mercador. Este era da aldeia de Mérycles e então ele o acompanhou.
No caminho para a casa de Edward, Helleonora não estava conseguindo entender o motivo pelo qual Edward a salvou. Foi quando ela tomou coragem e a perguntou.
– Eu nem sei. Eu achei que você tava precisando de ajuda.-respondeu Edward. –Assim... Por que você me beijou naquela hora?
Helleonora não sabia como responder. Mas ela bem que gostou de ter feito aquilo.
–É que eu olhei para você e me deu vontade. Só isso.
Edward achou estranho. Mas como já estava chegando em casa, segurou a mão de Helleonora e a levou até o portão de entrada.
– Mãe, cheguei!-respondeu Edward.
– O que aconteceu com você, garoto.-perguntou Cicília desesperada. –O que houve?
– É uma longa história, mãe.-disse Edward dando um sorriso. –Ah! Esta é Helleonora. Ela não é daqui.
– Muito prazer.-apresentou-se Helleonora curvando-se diante de Cicília.
Dona Cicília ficou admirada. Durante anos ninguém teve essa atitude com ela. Helleonora foi a primeira.
– Não precisa curvar-se não. Eu me chamo Cicília. Muito prazer em conhecê-la.
– O prazer é todo meu.
Cicília estava admirada com a educação de Helleonora. Parecia a nora perfeita. Então ela a convidou para entrar. Minutos depois, o pai de Edward chega todo preocupado.
– Edward!!! Cicília, Edward tá aí?!
Quando o pai de Edward o encontrou, ele o abraçou durante um bom tempo. Só depois o soltou.
– Eu encontrei o velho Wistler no caminho. Ele me disse o que aconteceu. Querida, nosso filho é um Puro.-disse Carther, o pai de Edwrad. –Olá, você deve ser... Helleonora, não é?
Helleonora apresentou-se e, depois de algumas horas, eles já a tratavam como um membro da família.
– Você é de onde mesmo?-perguntou Cicília.
– Tordellis.-respondeu Helleonora.
Ninguém sabia onde era. Talvez fosse do outro lado do continente.
– Ela não pode ficar por aí com essas feras rondando a aldeia.-disse Carther.
– É verdade. Durma conosco hoje.-disse Cicília. –Ah! Você está um pouco suja... Gostaria de tomar um banho?
– Sim, claro!-respondeu Helleonora.
Já era noite, Helleonora já havia tomado um bom banho e vestiu umas roupas de dona Cicília. Não eram de tecidos finos e “importados” que nem a roupa que vestira. Mas dava para passar a noite assim que as suas roupas secassem no dia seguinte.
Todos jantaram e estavam prestes a dormir. Helleonora iria dormir no quarto de Edward. O garoto ofereceu sua cama, enquanto ele dormiria no chão. Estava fazendo calor naquela noite. Todos já estavam dormindo, menos Helleonora e Edward.
– ... Aí você transformou a grama em lâminas pontiagudas e afiadas que mataram as feras!-disse Helleonora já bocejando. –Foi demais!
– Sério!-disse Edward surpreso. –Puxa! Eu sempre quis ter poderes. Mas nunca pensei que poderia ter.
– Pois é. Mas você precisa treinar.-disse Helleonora deitando-se. –Para aperfeiçoar suas habilidades e usa-las melhor quando quiser. Se quiser eu te ensino. Mas eu tenho que dormir, tá?
– Tudo bem. Amanhã você me treina.-respondeu Edward ancioso. –Até amanhã.
– Até.
Edward agora estava deitado pensando no que poderia fazer com seus poderes. Em sua mente, mil coisas passavam por sua cabeça. Então uma lembrança muito boa vem a sua mente. Edward então tocou levemente seus lábios, tentando sentir o mesmo sabor e a mesma sensação que teve quando deu o seu primeiro beijo!
Enquanto isso, do lado de fora em cima de uma tronco que compõe a cerca, um misterioso garoto observa atentamente a pequena casa de pedras e telhado de fêno. Em contraste com a noite escura, uma enorme foice presa em suas coisas começa a brilhar fortemente em um tom roxo. Atrás de si, um “mar” de criaturas estavam mortes, arrependendo-se de ter cruzado o caminho do pequeno Chronnos...
Continua
Autor(a): weverton oliveira
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Os Lendários Guardiões –Templo dos deuses- Livro 1: Tempo .................................................... Capítulo: 2 O treinamento, a energia e a descoberta Estava fazendo calor no Arquipélago de Yan. Edward havia acordado cedo ...
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