Fanfic: DNA - Portiñón | Tema: Rebelde

Marcela: Achei que você não se lembraria de mim.
Dulce: Como que não, meu amor? - Cheguei perto dela e lhe dei um selinho - Como você está?
Marcela: Quero morrer. Não agüento mais essas dores.
Dulce: Já te deram remédio?
Marcela: Todos possíveis. Nada faz essas cólicas passarem.
Dulce: Está aqui faz muito tempo?
Marcela: Umas quatro horas, mais ou menos. E você?
Dulce: Um pouco menos que isso. Manuela também não está bem.
Marcela: Pelo menos ela não está com cólicas - Ela mirou a televisão e depois a mim - Ou está?
Dulce: Não, não está. Eu deixei-a comer doces demais ontem, e ela passou mal. Meus pais não estão em casa, então a deixei abusar um pouco.
Marcela: Não sei se você será uma ótima ou uma péssima mãe.
Dulce: Para eles serei uma ótima mãe, para você, pode ser que até uma péssima.
Marcela: E quem disse que eu quero casar com você? - Ela riu.
Dulce: Eu sei que quer - Cheguei perto de seu rosto e a beijei.

Pela primeira vez, a beijava sem sentir nenhuma vontade. Quer dizer, sentir eu sentia, mas parecia diferente de todos os beijos. Parecia simplesmente mais um beijo. Como os que damos quando estamos no colegial para falar para todos os amigos que nossa lista é maior do que a deles. Estava com ela há muito tempo, e a amava demais, mas as vezes sentia que a nossa relação era muito fria. Era raro quando saíamos e quando o fazíamos nossa tentativa acabava em duas coisas. Ou em motel ou em briga. Na maioria das vezes em briga, pois eu não podia agradecer a moça do caixa que ela já reclamava que eu estava olhando os peitos dela. Às vezes isso fazia com que eu achasse que ela não confiava em seu taco. Fiquei conversando com ela mais um pouco e depois fui ao quarto de Manuela. Encontrei o médico pelo caminho do quarto de Marcela até o quarto dela e o medico disse que as duas em menos de uma hora receberiam alta e poderiam ir para casa. Claro que eu sabia que Marcela voltaria no mesmo dia para o hospital, porque já a conhecia muito bem para isso.
Quando cheguei ao quarto de Manu ela ainda estava dormindo, mas logo acordou. O médico deu alta e disse que era para isso não se repetir, e disse a ela para se comportar. Fomos ao quarto de Marcela e esperamos por ela. Manuela e ela se adoravam, tinham uma amizade que era de impressionar. Acho que a que ela e Anahí deveriam ter por serem irmãs, o que não tinham. Como nenhuma das duas estavam boas para sair, resolvi leva-las para casa e lá faríamos alguma coisa.
Quando chegamos, nenhum sinal de Anahí e me alegrei pelo fato. Não saberia como olhar para sua cara com Marcela do meu lado. Acabamos ficando na sala assistindo alguma coisa enquanto Manuela brincava com sua Barbie sentada no tapete. Marcela: Estou enjoada. - Ela deitou a cabeça no meu ombro.
Dulce: Quer que eu te leve ao hospital de novo?
Marcela: Não. A cólica já cessou um pouco, mas sei lá, tô enjoada. Acho que é porque só fiquei no soro.
Dulce: Se quiser eu te levo, tá?
Marcela: Tá bom - Ela virou o rosto pra mim e fez biquinho. Cheguei perto e dei um selinho - Vou ao banheiro, já volto.
Dulce: Ok - Eu sorri e ela foi até lá.

Fiquei vendo Manuela brincar, e logo depois ouvi passos vindo da escada. Óbvio que era Anahí, mas não olhei. Evitaria falar com ela, principalmente com Marcela ali com a gente.

Anahí: Onde você estava? - Eu a ignorei - Porque não atendeu ao celular? Tive que ligar para todos os seus amiguinhos.
Dulce: E porque a preocupação agora?
Anahí: Eu não estava preocupada com você. Estava com ela - Apontou para Manuela.
Dulce: Você não se preocupa nem com você. Não seja hipócrita, Anahí.
Anahí: Onde você estava, Dulce? Ela é minha irmã, também tenho direito de saber.
Dulce: Estávamos no hospital - A olhei -, e meu celular estava no carro, por isso que não atendi. Satisfeita, madame?
Anahí: Você está passando mal? O que aconteceu? - Ela pareceu preocupada.
Dulce: Olá Anahí - Ela sorriu e se sentou ao meu lado.
Anahí: Ah sim, sua namorada - Ela revirou os olhos - Olá Marcela. Mas, e as toalhas molhadas?
Dulce: Nada que te interesse, Anahí.
Anahí: O que deu em você?
Marcela: Acho que a pergunta é o que deu em você, Anahí.
Anahí: Porque está se metendo? - Ela a olhou.
Marcela: Não quero arrumar confusão com você. Só que quem está estranha aqui é você. Nunca se preocupou com ninguém, e agora do nada vem querer saber coisas que nunca procurou saber.
Anahí: São minha irmãs. Tenho direito de saber, não tenho?
Marcelai: Tem - Deu os ombros e me olhou.
Dulce: Tudo bem mesmo?
Marcela: Se eu desmaiar, a gente volta pra lá, ok?
Dulce: Não diz isso - Dei um selinho nela.

Ouvi Anahí bufando e indo em direção a cozinha. Ignorei e fiquei conversando com Marcela.
Ao contrário do que pensam, Marcela não é um monstro. Todos os meus amigos gostavam dela e ela também gostava deles. Desde que começamos a namorar, nossa relação nunca "esfriou". Sempre havia aquelas briguinhas, mas nunca a ponto de terminarmos nem nada. Ela e Anahí nunca tiveram atrito nenhum, mas estava estampado na cara das duas que elas não se gostavam. Acho que era por isso que Maite , Poncho e Marcela se davam tão bem.
Passamos o resto do dia ali, até que escureceu e eu a levei até sua casa. Parecia já se sentir melhor, e não reclamou mais de dor, só de enjôo.
Quando voltei pra casa, Anahí estava assistindo TV na sala. Passei por ela sem dizer nada, ouvi seu suspiro de quem ia falar alguma coisa, mas no final, ficou quieta e me deixou subir com Manuela.
Dei um banho em Manuela, e pouco tempo depois ouvi as vozes de meu pai e minha mãe. Troquei Manuela e ela desceu disparada as escadas para ir com eles. Eles fizeram uma série de perguntas sobre o que nós fizemos enquanto estávamos sozinhos. Preferi não comentar o fato de ela ter passado mal pelos doces que eu havia dado a ela, e também estava torcendo para Anahí não falar nada. O que, por incrível que pareça, não fez nada.
Desde que meus pais haviam saído para visitar minha avó, notei uma mudança estranha em Anahí, ela parecia tão mais preocupada com tudo e com todos, que até meus pais me perguntaram o que havia acontecido.
Antes, geralmente, quando qualquer pessoa chegasse em casa, ela subia e ficava trancada em seu quarto, e só saía para comer ou sair. Mas nesse dia, ela ficou conosco na sala, sem dizer uma palavra, mas ficou. O que fez até Manuela estranhar.