Fanfic: DNA - Portiñón | Tema: Rebelde

Meu primeiro pensamento ao acordar foi: "Por que diabos, eu sempre esqueço de fechar as merdas das cortinas?". A claridade atingiu meus olhos assim que os abri, fazendo-me fechar novamente. Me espreguicei e me virei de bruços, querendo enterrar minha cara no travesseiro e dormir mais. O dia todo, de preferencia. Com a mão, procurei meu celular na cabeceira da cama e vi o horário. Hum... estava quase atrasada.

Está em casa? s2"
"Boa tarde, minha vida. Estou bem e você? KKK Não estou não, meu amor ): Queria me ver, é?"
"Queria que você me fizesse acordar."
"Hm... interessante. De que forma?"
"De todas. Qual você prefere?"
"Interessante. Quer sair hoje a noite?"
"Para fazer?"
"O que você quiser."
"Está me fazendo acordar, Dulce . Não posso ficar em alerta sem você aqui."
"Não vai me dizer que vai se divertir sozinha?"
"Não, meu nome não é Dulce. Mas poderia ser interessante, nunca fiz isso."
"Ah, tá bom."
"Eu tinha o Christopher quando eu quisesse, meu amor. E pára com isso... estou ficando excitada só em pensar."
"Adoro quando você fica animadinha, minha Anny."
"Vou te ligar e ficar gemendo só pra te provocar."
"Não faça isso, por favor."
"Já passou seu horário de almoço?"
"Ainda não. Tenho uns vinte minutos."
"Ah, não dá tempo ):"
"Queria fazer o que?"
"Te traçar. Brinks. Queria namorar um pouquinho, mas me contento em ficar deitada."
"Se continuar deitada, vai se atrasar."
"Argh! Por que tive a idéia de ir trabalhar tão cedo?"
"Por que você quer ser independente."
"Ok, você está certo. Amor, a gente se fala depois. Vou tomar vergonha na cara e ir fazer alguma coisa."
"Certo, meu amor. Qualquer coisa me liga, ok? Eu te amo."
"Pode deixar. Eu te amo mais s2"

Suspirei e abracei meu celular. Era impossível não se apaixonar por ela cada dia mais.

Anahí: Bom dia - me arrastei pela cozinha a dentro.
Blanca: Boa tarde, Anny. Você dorme muito.
Anahí: E eu iria dormir mais se não tivesse que ir trabalhar. Ainda bem que amanhã acaba isso.
Blanca: Quando você fo...
Anahí: Não fala. Não quero lembrar, ok?
Blanca: Como você consegue acordar de tanto mau humor com um dia tão lindo?
Anahí: Por que é um dia lindo para ficar na cama e dormir pra sempre. Ou pra ficar com alguém do seu lado. E como não posso fazer nenhum dos dois, não dá certo.
Blanca: Como você é dramática. O que vai comer?
Anahí: Qualquer coisa, mamãe. Eu não quero nem respirar. Até isso está me dando preguiça - me sentei na cadeira.
Blanca: Anny, esse seu sono constante e sua preguiça não são normais. Anda fazendo coisas que não deve?
Anahí: Tipo? - perguntei, como se não estivesse entendo o que ela queria dizer.
Blanca: Você sabe do que eu estou falando.
Anahí: Não, eu não sei. Fala logo e para de enrolar que eu não tenho o dia todo.
Blanca: Você não está grávida, não é verdade?
Anahí: Ah... isso? Estou sim. Grávida da Dulce, só se for, né? Pelo amor de Deus, mamãe, eu nem saio mais de casa. Acha que eu fico com quem? Nem namorado eu tenho.
Blanca: E o Christian? Vocês...
Anahí: Mamãe, pára de paranóia. Ele é só meu amigo, e é gay. Como eu vou engravidar dele sendo que nós só nos vemos no teatro e ele nem gosta da... fruta. Se é que me entende.
Blanca: Tem certeza?
Anahí: Absoluta. E outra, estou com cólicas. E outra de novo, como pode pensar isso de mim? Blanca: Ai, Anahí - riu, achando divertido - De você eu não duvido nada.Anahí: Nossa, que moral eu tenho nessa casa. Meu sono é cansasso e minha preguiça é o que ela quer dizer, preguiça. Então é isso.
Blanca: Ia ser bom ter netos.
Anahí: Nem vem com essa história, Blanca Saviñon . Sem chances, nada de filhos.
Blanca: Por quê?
Anahí: Por que não. Se Dulce quiser ter, problema dela. Eu não vou ter. E tem a Manuela também.
Blanca: Mas quando ela tiver filhos, eu já vou estar velha.
Anahí: Você não estava velha quando engravidou dela, né?
Blanca: Isso é... é outro caso.
Anahí: Ah, claro. Que eu me lembre, nossa querida Manuela foi gravidez de risco, por que a senhora já tinha passado do tempo de engravidar.
Blanca: Manuela foi um acidente, assim como você.
Anahí: Nossa, eu fico tão feliz por saber que não somos amadas.
Blanca: Não começa com dramas, Anahí. Eu e seu pai não tínhamos planejado nenhuma das duas.
Anahí: E engravidou dois meses depois de ter a Dulce? Mamãe, pode dizer, qual das duas é adotada?
Blanca: Anahí! Não sei de onde você tirou essa idéia de que um de vocês é adotada.
Anahí: Toda vez que toco no assunto você fica nervosa.
Blanca: Por que não gosto que duvidem de mim.
Anahí: Mamãe, não me importo. Sério mesmo. Foi você e o papai que me criaram. Não vou procurar meus pais verdadeiros.
Blanca: Não mesmo? - questionou, distraída.
Anahí: CONFESSOU - pulei da cadeira, animada - EU SOU ADOTADA? - quase berrei de emoção.
Blanca: Não, Anahí. Você não é adotada.
Anahí: Mas você acabou de dizer.
Blanca: Ok - jogou o pano de prato em cima da pia e se virou para mim -, você realmente quer saber qual das duas é adotada?
Anahí: Você vai dizer?
Blanca: Você quer saber?
Anahí: Quero.
Blanca: Ok, então eu vou dizer - respirou fundo.

No seguinte momento em que olhei para ela, senti meu coração disparar. Estava a ponto de sair pulando sem ela ao menos dizer qual das duas era adotada. Pra dizer que Dulce e eu éramos apaixonadas e que naquele momento sim, iríamos ficar juntas. E ao julgar pelo seu olhar, ela estava falando sério.

Anahí: E então?
Blanca: Nenhum das duas é adotada, Anahí.
Anahí: Ah, fala sério, né? Todo esse suspense pra ficar na mesma? Pode ir contando. Qual das duas?
Blanca: Nenhum.
Anahí: Eu não acredito. Eu ach...
Blanca: JÁ BASTA - gritou, irritada - Há tempos você vem falando dessa história. Por quê? Não quer que Enrique e eu sejamos seus pais? Por que todo esse interesse?
Anahí: Eu só acho que... ah... sei lá.
Blanca: Coloque uma coisa na sua cabeça. Eu nunca adotaria uma criança. E tive meus próprios filhos para cuidar, não preciso do filho dos outros.
Anahí: Sei lá, eu me sinto tão d...
Blanca: Diferente? Como, Anahí? Você, Manuela e seu pai são iguaizinhos. Dulce parece comigo, ou nunca notou?
Anahí: Acho que não.
Blanca: Você anda com essa história faz muito tempo. Mas minha dúvida é por que.
Anahí: Não tem porque.
Blanca: Sim, há um por quê. E você vai me contar.
Anahí: NÃO TEM UM POR QUE - aumentei a voz.
Blanca: Não grite, Anahí. Eu ainda sou sua mãe.
Anahí: Quer saber por que eu adoraria ser adotada? PRA NÃO TER A OBRIGAÇÃO DE AGUENTAR VOCÊS.
Blanca: Cada dia mais eu tenho certeza de que criei um monstro, não uma filha.
Anahí: Eu não pedi pra nascer - a encarei.
Blanca: Você sabe que pediu.
Anahí: Lá vem você com essa história - revirei os olhos.
Blanca: Não é história, Anahí, é a realidade.