Fanfic: DNA - Portiñón | Tema: Rebelde

Anahí: E eu não acredito.
Blanca: Mas deveria.
Anahí: Essa é a sua filosofia, mamãe. Não acredito que tive outra vida, e nem que vou ter outras.
Blanca: Sabe do que você precisa? De alguém que te imponha limites. E eu fui muito errada de não ter colocado.
Anahí: Isso é problema seu. Quem não cumpriu o papel de mãe foi você - a olhei e ela levantou o braço para me bater, mas eu o segurei - Não pense em me bater. Você não é louca.
Blanca: Você tem razão - puxou o braço - Não vale a pena. Mas tenha certeza de uma coisa, você vai passar o mesmo com seus filhos.
Anahí: Eu já falei que...
Blanca: Ok, ok - se virou, pegando o pano de prato - Se quiser comer, aqui está, se não quiser problema seu.
Anahí: Perdi a fome, muito obrigada - suspirei e saí da cozinha.
Manuela: Oi Anny.
Anahí: Oi querida, como está? - a peguei no colo, beijando seu rosto.
Manuela: Bem, e você?
Anahí: Estou bem - sorri.
Manuela: Nena, você tá triste?
Anahí: Não... por quê?
Manuela: Por que antes da Nini ir embora, ela me levou até o seu quarto, e você estava abraçada na boneca que eu te dei.
Anahí: Ah... é que eu durmo abraçada a ela, pra lembrar de você - menti.
Manuela: Ah sim - sorriu - Quer assistir TV comigo?
Anahí: Não vai dar. A Nena vai trabalhar. Amanhã, se eu tiver tempo, eu assisto com você, ok?
Manuela: Tá bom, né? - sorriu de canto e a coloquei no chão.
Anahí: Agora vai assistir TV, minha linda - pisquei para ela e fui em direção a escada - Manuela? - me virei e ela me olhou - Eu te amo.
Manuela: Eu também te amo, Nena - sorriu, correndo até o sofá
Suspirei e subi as escadas. Minha vontade de ir deitar e não acordar nunca mais predominava, mas eu sabia que não podia fazer aquilo. Fui até o banheiro e tomei o banho mais demorado que pude. Esfriei a cabeça após a discussão com minha mãe e me senti mais tranquila. Após ficar pronta, peguei minha bolsa e desci. Minha mãe, pela primeira vez, não estava na cozinha. Estava sentada na sala, fazendo trança no cabelo de Manuela.

Anahí: Mãe? - a chamei, e ela me olhou - Desculpa por aquilo.
Blanca: Sem problema - sorriu e voltou a atenção as tranças.
Anahí: Até a noite. Tchau - peguei a chave do meu carro e saí.

Qual era o problema de ela dizer qual da duas era adotada?

Ao chegar em casa, naquele mesmo dia, a noite, o clima com minha mãe ainda estava meio pesado, mas mesmo assim fiquei quieta durante todo o jantar. Dulce estranhou, óbvio. E foi exatamente isso que me perguntou após ficarmos sozinhas.

Anahí: Discuti com a mamãe - respondi, sem olhá-la.
Dulce: Por?
Anahí: Nada demais. O mesmo de sempre...
Dulce: E qual é o mesmo de sempre?
Anahí: Ah... o mesmo de sempre, Dulce. Você sabe.
Dulce: Vai, fala logo o que aconteceu.
Anahí: Foi sobre aquele papo de adoção.
Dulce: Ainda com essa história?
Anahí: Eu preciso saber disso, Dulce. Não é normal duas irmãs se apaixonarem.
Dulce: Ok, e se não formos? O que isso muda?
Anahí: Muda muita coisa. Se não formos irmãs poderemos ficar juntas com a consciência limpa. Se não formos, vamos poder ter filhos, quem sabe até nos c...
Dulce: Você está viajando, Anny. Calma ai. Acha que mesmo não sendo irmãs, eles iriam aceitar?
Anahí: Eles têm que aceitar.
Dulce: Eu sei que dói, mas estou começando a achar que você tem razão.
Anahí: Sobre sermos adotados?
Dulce: Não. Talvez seja melhor você ir embora.

Mirei-a incrédula. Senti que na minha cabeça se formava uma pressão. Eu não acreditava naquilo. Quando disse aquilo era para convencê-la, mas eu achava que não ia conseguir. Ouvi passos no corredor e toda destrambelhada, me afastei dela, ficando no outro extremo do sofá. Ainda pensando naquilo, comecei a falar outra coisa.
Anahí: Talvez... devessemos ver um filme. O que acha?
Dulce: Hum... pode ser.
Enrique: Anahí? - chamou-me, descendo as escadas.
Anahí: Sim, papai? O que faz acordado a essa hora?
Enrique: Insônia.
Anahí: Acabei de falar com Dulce para assistir um filme. O que acha?
Enrique: Bom, pode ser. Pior não pode ficar.
Dulce: Mas vamos assistir lá no meu quarto. É mais aconchegante.
Anahí: Por mim pode ser. Só vou dar uma passada no meu quarto antes pra tocar de roupa, e depois vou pra lá.
Dulce: Ok. Qual vocês querem assistir?
Enrique: Não me importo, escolha você. Vou pegar um copo de água e já subo.
Dulce: Certo. Anny, depois conversamos, ok?
Anahí: Uhum - assenti, e me levantei do sofá, indo para meu quarto.

Eu sabia que estava pensando de uma forma equivocada. Sabia que ela não queria se separar. E aquilo, foi só uma sugestão para que nós pudessemos viver vidas diferentes. Mas se eu sabia, não entendia por que aquilo me abatia tanto. Resolvi afastar aqueles pensamentos e aproveitar o momento que teria com meu pai. Ao voltar a realidade, ouvi um barulho estranho e saí do meu quarto, percebendo que o barulho vinha do quarto ao lado. Mas o que aquela menina estava fazendo acordada aquela hora? Abri a porta e a vi quase subindo em cima da cômoda para pegar algo.

Anahí: O que faz acordada?
Manuela: Anny, tô com medo.
Anahí: Medo do que, Manu?
Manuela: Dele - apontou para um canto do quarto.
Anahí: Manu, não tem ninguém aqui - fui até onde ela tinha apontado.
Manuela: Tem sim, Anny. E ele me disse que você e a Ni iam embora.
Anahí: Embora? Não, meu amor, ninguém aqui vai embora. Só a Nena que vai viajar. É só isso.
Manuela: Uhum - assentiu - Posso dormir com você?
Anahí: Não vou dormir agora, meu amor. O papai, a Nini e eu vamos assistir filme. Quer ver com a gente?
Manuela: Quero sim, Neninha.
Anahí: Então vamos - a peguei no colo e saí do quarto, indo para o de Dulce.

Ao chegar, Dulce já estava lá, arrumando algo que eu não sabia o que era na televisão. Coloquei Manuela em cima da cama e me sentei ao seu lado. Dulce nos olhos, não entendendo o que ela estava fazendo ali. Dei os ombros e respondi, antes que me ela perguntasse

Anahí: Ela estava com medo.
Dulce: Medo, princesa? Medo do que?
Manuela: Do homem?
Dulce: Que homem? - me olhou, parecendo nervosa.
Anahí: Ela disse que viu um homem no quarto dela.
Dulce: E o que ele fez?
Manuela: Me disse que você e a Nena vão embora.
Dulce: O que? Nós? Claro que não, meu amor. Irmos sem você? Nunca.
Manuela: É verdade que nunca vai ir embora sem me levar? - olhou-me.
Anahí: É verdade sim, minha linda. Como poderíamos fazer isso?
Manuela: Eu não sei, mas...
Dulce: Mas nada, minha princesa - abraçou-a, beijando-lhe os cabelos.
Enrique: Manu... o que ela faz acordada? - chegou ao quarto.
Anahí: Estava com medo.
Manuela: É, papai, eu...

E contou, pela terceira vez aquela história. Olhei para meu pai, após sentar-se ao lado dela e fiquei prestando atenção. Não era atoa que as pessoas pensava que Dulce ou eu éramos sua mãe. Ele parecia tão mais velho ao lado dela. Nem parecia que há menos de cinco anos antes, ele estava pulando de alegria ao saber que minha ia ter outro filho, e eu os fuzilava com os olhos. Suspirei e saí da cama, me sentando no chão. Após Manuela parar de falar, Dulce deu play no filme, desligou a luz, e para minha surpresa, se sentou ao meu lado, no chão.