Fanfic: DNA - Portiñón | Tema: Rebelde

Anahí: Meu bebê - me deitei de bruços na cama, animada.
Christian: Vadiaa... como você está?
Anahí: Bem, e você?
Christian: Cansado, na verdade. Mas e essa vozinha?
Anahí: Estou com cólicas.
Christian: Pós coito?
Anahí: Exato. E também discutimos...
Christian: Vocês duas não tem jeito mesmo.
Anahí: Dessa vez não foi culpa minha. Enfim, estou com saudades. Temos que marcar de sair.
Christian: É verdade. Depois que começou a namorar só saiu comigo uma vez.
Anahí: Foram três, ok? Aquela vez com ela e a outra só nós dois.
Christian: Que até hoje ela não sabe.
Anahí: E nem vai saber, se depender de mim.
Christian: Por quê?
Anahí: Por quê, meu amor? Por quê? Ah, fala sério. Até parece que vou contar pra ela.
Dulce: O que não vai me contar?
Anahí: Fodeu - olhei para o lado.
Christian: O quê?
Anahí: Hm... - me virei - Oi - sorri para Dulce. Dulce: Quem é?
Anahí: Ninguém - sorri - Dep...
Dulce: Dá aqui esse celular - veio até mim, pegando o celular da minha mão - Quem é? Ah, oi Christian - olhou para mim, séria.
Anahí: Eu falei que não era ninguém - disse a ela.
Dulce: A gente vai conversar agora. Depois ela te liga, ok? Abraço. Tchau, tchau - desligou o celular e jogou em mim - O que eu não posso saber?
Anahí: Nada - sorri.
Dulce: Pode ir me contando o que eu não posso saber.
Anahí: E quem disse que é pra você que eu não posso contar?
Dulce: Por que se pudesse, iria me contar.
Anahí: E se eu não quiser te contar?
Dulce: Vou ter que sair e pegar qualquer outra mulher que aparecer por ai como eu acho que você fez. Só que com um homem.
Anahí: Tá dizendo que eu te traí?
Dulce: Sim, eu estou.
Anahí: Peraí, você tá duvidando mesmo da minha fidelidade?
Dulce: Sim, eu estou. Ou quer que eu desenhe?
Anahí: Então pega a sua desconfiança e enfia no seu rabo, quer saber? Eu não te traí, ok? Dulce: E então, o que aconteceu?
Anahí: Eu saí com Christian. Pra balada. E não queria te contar pra poupar isso.
Dulce: Ah, fala sério, não é isso, né?
Anahí: Sim, é isso.
Dulce: Fala sério, se fosse isso nem ia ter problema.
Anahí: Então se acha que é alguma coisa, a porta é ali - apontei para a porta.
Dulce: Você está insuportável, Anahí.
Anahí: Posso te dar um conselho?
Dulce: Diz.
Anahí: Pega toda a sua raiva e desconfiança de mim, e vai pro seu quarto.
Dulce: O que acontece com você?
Anahí: Estamos brigadas e adoro quando estamos, então me faça o favor de sair e me deixar tomar meu banho e dormir, por favor.
Dulce: Então não quer ficar de bem?
Anahí: Não agora.
Dulce: Ok, então amanhã conversamos.
Anahí: Tchau - sorri para ela, que saiu irritada.

Neguei com a cabeça e me levantei, indo para o banheiro. Era difícil.
Na manhã seguinte, após acordar, Dulce já não estava mais em casa. O que era muito estranho, por que ela nunca trabalhava de sábado. Suspirei e me levantei. Eu tinha que chegar mais cedo ao teatro, mas minha real vontade era de ficar em casa pra sempre e nunca mais sair. Fiz tudo o que tinha pra fazer em casa, e saí pouco antes do meio dia. Passei na casa de Christian e o peguei. Sua moto - e ele - havia sofrido um pequeno acidente de trânsito. Eu o havia atropelado. Christian não ficou gravemente ferido, aliás, nem tinha ficado, só fazia drama para que eu fosse buscá-lo. Mas sua moto sim havia tido grandes estragos. Eu não havia mandado nenhuma mensagem para Dulce, e nem ela havia me mandado, por esse motivo, não era de se esperar que eu estivesse um pouco desanimada.

Christian: Vai putinha, diz o que aconteceu.
Anahí: Ah, foi a discussão de ontem. Nada de mais.
Christian: Espero que seja só isso. Hoje você tem que estar perfeita.
Anahí: Falando nisso, o Pedro soltou qual vai ser a peça da próxima temporada.
Christian: Qual?
Anahí: Mamma Mia.
Christian: Sério? Uau! Pena que não vai estar com a gente.
Anahí: Prometo tentar vir assistir na estréia - olhei para ele, sorrindo de canto.
Christian: Vou sentir sua falta.
Anahí: Você sabe que também vou. Acho que vai ser um dos únicos que vou sentir saudade - saímos do carro, e eu fechei as portas.
Christian: Vamos, pare de pensar nisso - me abraçou de lado.
Anahí: Não estou pensando - suspirei.

Es que no ves que en un segundo, haria cualquier cosa en el mundo por ti.

Sem dúvidas, essas foram umas das 16 palavras que mais me doeram dizer, ou cantar, na vida. Depois daquela frase, eu sabia: havia acabado. Quando a cortina se fechou, abracei Christian para não cair. Era diferente de todas as vezes que ela se fechava. Por que eu sabia que elas iriam se abrir novamente. Mas daquela vez... a peça realmente havia acabado. Senti minhas pernas fracas e então todos me abraçaram. Eu não iria chorar na frente de ninguém. Por que além de acabar aquela fase ali, sabia que meu relacionamento com Dulce estava chegando ao fim. Sorri, agradeci, e fiz o possível para que todos vissem que eu estava "feliz". Quando por fim, toda aquela tortura de despedida, de votos de boa sorte acabaram, fui com Christian até o carro e após fechar a porta, me encostei no volante e desmoronei. Não estava chorando pelo fato de que aquilo tinha acabado. Sim, estava abalada, mas não tanto ao ponto de chorar como estava chorando. Mas sim, pelo fato de que eu ia me afastar deles. De Dulce e Christian as pessoas mais importantes da minha vida, e da minha menina. Eu ia deixar a pessoa que mais me entendeu na vida, que sempre esteve comigo, e que aceitou minhas loucuras, sempre. Iria deixar o meu bebê, meu melhor amigo. Ia deixar a única pessoa que eu amei. E que me perdoou por tudo. E minha menininha, minha irmãzinha, minha quase filha. O ponto de partida da minha mudança. Quando consegui me acalmar, deixei Christian em casa e parti para a minha. Aquele seria o momento de conversar com Dulce.

Ao chegar em casa, não tive tempo nem de sentar. Eu já estava abalada pelo fato de tudo aquilo ter acabado, mas ao chegar em casa, a pressão foi pior.

Enrique: Anahí, vá arrumar sua mala.
Anahí: O que?
Enrique: Arrume sua mala - repetiu, passando por mim correndo.
Anahí: O que aconteceu?
Dulce: A vovó. Tá delirando. Acho que agora ela vai mesmo. E só pergunta por nós duas.
Anahí: Por nós?
Dulce: É... vamos, pegue suas coisas.
Anahí: Como assim? Dulce, eu...
Dulce: Não discuta e vamos, Anahí. É importante.
Anahí: Ok - indo para meu quarto.
Demorei o mínimo que pude. Menos de uma hora depois, já estavamos todos na estrada. Manuela dormia entre mim e Dulce, e minha mãe chorava desesperada no banco da frente. Meu pai, por mais que desejasse a morte da minha avó, também estava sentido com aquilo. Tanto que dirigiu o mais rápido que pode. Uma hora e meia depois, chegamos, e nos deparamos com uma situação não muito agradável. Minha avó se negava a ir para o hospital, e só ficava deitada na cama e cantando. Cantando coisas sem nexo. Gritava com quem chegasse perto dela, e dizia que meu avó estava ali, com ela. Nem minha mãe conseguiu se aproximar dela, mas ao vê-la, perguntou por nós. Eu estava receosa. O que tanto ela queria comigo e com Dulce? Me encorajando, ela me abraçou pela cintura e entramos no quarto, e ao nos ver, ela sorriu.
Anahí: Como está, vovó?
Luiza: Anahí, querida, como está?
Anahí: Bem - sorri, sem vontade - E a senhora?
Luiza: Muito bem, querida. Dulce, como cresceu.
Dulce: Muito tempo que não nos viamos, não é verdade?
Luiza: Sim - sorriu - Venham. Podem sentar aqui - apontou para o canto da cama.
Anahí: Claro - me sentando de um lado, e Dulce sentou do outro.
Luiza: Sabe quem está aqui?
Dulce: Nós, vovó.
Luiza: Não. Lua e Lorena.
Anahí: Quem são elas?
Luiza: Amigas.
Anahí: E onde estão?
Luiza: Aí, querida. Do seu lado.

Não estava gostando daquela história. Quem eram aquelas duas de que ela estava falando? Não via ninguém mais além de nós. Será que ela estava vendo espíritos? Ai não. Deus é mais!