Fanfic: DNA - Portiñón | Tema: Rebelde

 Anahí

Meses. Meses haviam se passado. E passamos nosso primeiro Natal e Ano Novo juntas. Como namoradas. Aquele ano de descobertas e decisões havia acabado. E também, os familiares tinham que ser muito idiotas e marcarem um casamento na segunda semana do ano, só para pagar mais barato pelas coisas. Aquele seria o último casamento de família que eu ia. Não ia aguentar mais a pressão. Eu era praticamente a mãe de Manuela. Principalmente depois que decidi que não iria mais trabalhar.

Manuela: Nena?
Anahí: Sim, princesa? - olhei-a.
Manuela: Telefone pra você.
Anahí: Quem? - me virei para ela.
Manuela: Tia Maite.
Anahí: Hm... ok. Tá bonito?
Manuela: Você tá linda, Nena.
Anahí: Obrigada amor - sorri, pegando o telefone - A Nena já vai colocar o sapato em você. Alô? - coloquei o telefone na orelha.
Maite: Hey Anny, Christopher e Ponchol estão chamando vocês pra uma noite de poker.
Anahí: Só se você tiver de poker com a minha face, né? Ok, não podia perder a piada. Dulce não disse que o casamento do meu primo é hoje?
Maite: Ah, é hoje? Anahí: Se Dulce não contou, eu contei, não se lembra?Maite: Você deve ter dito algo - suspirou - E amanhã?
Anahí: Estarei me recuperando de uma ressaca e a noite vou levar Christian no aeroporto.
Maite: Mas que inferno, Anahí. Semana que vem?
Anahí: Acho que estarei livre. Vou passar uma maquiagem preta, o que acha?
Maite: Ah, que se dane. Vamos ter que assistir filme de novo.
Anahí: Te prometo que na semana que vem vamos, ok? Se quiser, até durmo lá com vocês.
Maite: Ai já é demais. Não, obrigada.
Anahí: Ok, vou desligar. Tenho que me maquiar e terminar de arrumar Manuela.
Maite: Está bem. Bom casamento.
Anahí: Pra você também, tchau - desliguei, jogando o telefone em cima da cama - Por que eu disse "pra você também"? Ah, dane-se.
Depois de quase três horas, consegui me arrumar e arrumar Manuela. Depois de mais duas horas, eu estava quase dormindo em um banco de uma igreja. Mas como casamento era chato, pelo amor de Deus. Dulce me cutucava a maioria das vezes para eu acordar, e só consegui acordar mesmo, quando já estávamos na festa. Apesar da festa de casamento ser legal, por que você come e bebe de graça, a pior coisa do mundo era encontrar seus familiares. Aquele bando de povo falso que nunca olha na sua cara e depois quando precisa vem pedir dinheiro. Eram por esses e outros motivos que no passado, odiava minha família.

Anahí: A maluca tá vindo.
Dulce: Quem?
Anahí: A tia. A maluca, Dulce - virei o rosto, olhando para Manuela que estava no colo de Dulce.
Tania: Querida - chegou perto de Dulce, sorrindo.
Dulce: Tia, como está?
Tania: Estou bem - sorriu - Olá querida - sorriu pra mim, que retribuí o sorrido - Vejo que se casou. E tem uma filha, que linda...
Dulce: Hã?
Tania: A filha de vocês. Como se chama?
Dulce: Tia, essa é Manuela. Minha irmã.
Tania: Ah, desculpe. Imaginei que não tivessem tido filhos.
Anahí: Tia, sou eu, Anahí. Sua sobrinha, irmã da Dulce.
Tania: Anahí? Claro, Anahí, querida. Como vai?
Anahí: Bem... e você?
Tania: Estou ótima, querida. Mas ora, eu não sabia que Enrique e Marichelo haviam tido outra filha.
Dulce: Quem?
Tania: Enrique e Marichelo.
Anahí: Tia, nossa mãe se chama Blanca. Blanca, não Marichelo.
Tania: Blanca, é verdade. Que cabeça minha... - riu - E então querida, aconteceu muita coisa após seu aniversário?
Anahí: Faz quase um ano - sorri sem mostrar os dentes - Acho um pouco óbvio.
Tania: E o seu amor?
Anahí: Hã? - mirei-a, tentando me lembrar do que falava.
Quando cheguei em casa, querendo que o mundo acabasse ali, nada podia ser pior do que aquilo. Um festa surpresa. Acho que tinha gente que nem eu conhecia ali. Olhei ao redor e vi Rodrigo, Marcela, meus tios. Até aquela minha tia doida que um dia me falou que eu ia me apaixonar por quem eu menos esperava. É, ela tava certa. Não tinha pessoa pior que o Rodrigo.

Dulce: Do que ela está falando? - sussurrou no meu ouvido.
Anahí: Ele está bem, tia. Muito bem.
Tania: Mande lembranças a ele, querida. Tchau, meus amores.
Anahí: Ei, tia - segurei seu braço - Quem é Marichelo?
Tania: Marichelo Portilla, querida. Sua mãe - e saiu.
Anahí: Mas minha mãe se chama Blanca Saviñon - cocei minha cabeça - Aliás, minha tia te mandou lembranças.
Dulce: Acho que a louca aqui é você - revirou os olhos, me puxando para ir para a mesa.

Enquanto íamos para a mesa fiquei pensando. "Não sabia que Enrique e Marichelo haviam tido outra filha". Sim, outra filha. O que significava que eu... que eu era a adotada. E que sim, eu era adotada. E Dulce e eu não éramos irmãs. Por que eu não era filha de Blanca. Mas... mas era filha de Enrique do mesmo jeito. Mas Dulce... Dulce não se parece nada com meu pai, somente com minha mãe. Talvez sejamos de casamentos diferentes. Sabia que Manuela não podia ser filha de Marichelo, mas... mas eu sim. E antes que eu pudesse me sentar, a pergunta disparou dos meus lábios.

Anahí: Mamãe, quem é Marichelo Portilla?
A pergunta a pegou de surpresa, e Dulce me puxou para a cadeira e me deu um beliscão. Eu precisava saber. Eu precisava mais que tudo saber quem era aquela mulher que minha tia disse que era minha mãe. E ainda achou que Dulce e eu fossemos casadas. Tudo estava se encaixando.

Blanca: Por que a pergunta?
Anahí: Quem é ela?
Blanca: Como sabe dela?
Anahí: Perguntei primeiro - revirei os olhos.
Blanca: É uma velha amiga da família. Ou melhor, do seu pai. E agora, como sabe quem é ela?
Anahí: Ela e meu pai tiveram um filho?
Blanca: Como sabe disso?
Anahí: Sou eu?
Blanca: O que? Anahí, de onde tirou isso?
Anahí: Quem é ela? Eles tiveram um filho?
Blanca: Marichelo e Enrique se conheceram antes dele e eu termos algo. Tiveram uma filha, porém ela faleceu seis meses após o nascimento.
Dulce: Então quer dizer que temos uma irmã? Mais velha do que nós? Eu não sou a primogenita? Estou chocada.
Anahí: Calada - sussurrei - A criança sou eu. E ela morreu do que?
Blanca: Acho que pegou uma infecção hospitalar, não sei.
Anahí: Qual era o nome da criança?
Blanca: Marichelo... Como a mãe.
Dulce: E por que nunca nos contaram dela?
Blanca: Não víamos necessidade de contar. Ela já faleceu há muitos anos, Dulce. Vocês nem eram nascidas.
Anahí: Hm... ok - tentei ocultar um sorriso, e peguei meu celular.
"Tive uma ideia. É meio doida, mas é boa."
"O que é dessa vez, Anahí?"
"Quando chegarmos em casa eu te conto."
"Você é louca, Anahí. Nem vem que não vou topar."
"Você vai. Eu te amo, minha Dulce."

Sorri e guardei o celular. Logo acabei esquecendo daquela história e comecei a aproveitar a festa. Por causa de Manuela, não pudemos ficar muito, e acabamos vontando para casa cedo. Após colocar Manuela em seu quarto, e me garantir que meus pais já estavam dormindo, fui ao quarto de Dulce, que estava deitada olhando pro nada.
Dulce : Manda a de agora - suspirou.
Anahí: Quero fazer um exame de DNA.
Dulce: O que? - me olhou, incréuloa - Só se você estiver doida, Anahí. Não faço, não faço e não faço
Anahí: Ah, você vai fazer. Dulce, está na cara, eu sou adotada.
Dulce: Você ainda não desistiu dessa parada? Meu, esquece.
Anahí: Dulce, faz sentido, entende?
Dulce: Por que você não aceita que somos irmãs e pronto?
Anahí: Por que não somos, Dulce. Você e eu não somos irmãs.
Dulce: Sim, nós somos e já chega disso.
Anahí: Topa fazer o exame?
Dulce: Não. Eu não vou duvidar dos nossos pais, Anahí.
Anahí: E a nossa felicidade, como fica?
Dulce: Nossa felicidade é essa, Anny. Juntas legalmente ou não, somos felizes.
Anahí: Dulce, a tia doida lá, me disse uma vez que eu ia me apaixonar por quem eu menos esperava, e olha eu aqui, agora. Por favor, é só um exame.
Dulce: Isso é duvidar de uma vida. E se o resultado der negativo? E não formos irmãs?
Anahí: Vai ser ótimo. Por qu...
Dulce: Como vai ser pra eles, Anahí? Como eles vão se sentir sabendo que descobrimos que eles nos enganaram toda a vida? Isso não, Anny. O que você quiser, menos isso.
Anahí: Você está só pensando pelos lados negativos, e os positivos, Dul? Poderemos ficar juntas. Foda-se a sociedade... juntas.
Dulce: E se der positivo? Vamos nos iludir, Anahí. E não vale a pena.