Fanfic: DNA - Portiñón | Tema: Rebelde

Dulce: Tava falando com alguém?
Anahí: Com o Christian.
Dulce: Por que não foi me ver?
Anahí: Por que tinha outras coisas a fazer.
Dulce: O que, por exemplo?
Anahí: Ver algumas coisas da faculdade que irei fazer, e conversar com meu bebê.
Dulce: Isso é mais importante que eu? - se fez de ofendida.
Anahí: Não e sim. Você está no quarto ao lado. E Christian no país ao lado. Então prefiro, no momento, falar com ele.
Dulce: Você é uma grossa.
Anahí: E eu te amo - sorri, mandando um beijo no ar pra ela.
Dulce: Só que vim falar uma coisa. Mas já que você quer falar com o Christian...
Anahí: NÃO - gritei, e ao olhar pra tela vi Christian me xingar - O que tem pra falar?
Dulce: Não, pode falar com o Christian.
Anahí: Dulce.
Dulce: Ok - suspirou, saindo do quarto e olhando o corredor - Não tem ninguém.
Anahí: Então?
Dulce: Recebi uma ligação da clínica hoje.
Anahí: E?
Dulce: O exame já está pronto. É só passa lá amanhã e pegar.

Senti meu estômago revirar e de repente não queria mais falar com ninguém. Por que sabia que depois que soubessemos do resultado, a vida de uma das duas ia mudar.

No dia seguinte, Dulce nem foi trabalhar. Minha mãe havia saído com algumas amigas, Manuela estava na escolinha e meu pai havia ido trabalhar. Seríamos somente nós duas para descobrir o resultado do exame. Resolvemos não ver em casa, mas sim em um lugar público, pois, se o resultado fosse negativo, seria ali mesmo que iríamos dizer a todos que íriamos ficar juntas.

Dulce: É agora - suspirou, me entregando o envelope - Vamos receber uma notícia muito boa ou muito ruim.
Anahí: Dul... - suspirei - Abre você - estendi minha mão com o envelope para ela.
Dulce: Não quero abrir - me olhou.
Anahí: Certo - respirei fundo e abri o envelope.

Eu queria logo acabar com aquela tensão. Mas ao mesmo tempo, tinha medo do que poderia ler. Por que sabia, que negativo ou positivo o resultado iria doer. Tirei o papel de dentro do envelope e olhei para Dulce. Ela colocou a mão em cima da minha e a apertou. Abri o papel e vi o resultado. E então comecei a chorar. Mas não sabia se eu estava chorando de felicidade ou de tristeza. Não sabia se eu gritava, ou ficava quieta. Senti uma dor no coração e as lágrimas começaram a jorrar dos meus olhos. Larguei o papel na mesa e levei minhas mãos até os olhos, tentando parar de chorar. Nós só havíamos pensado em uma das possibilidades.
Não sei se chorava pelo fato de sermos irmãs ou de nossos pais nunca terem mentido para nós. Se ficava feliz por sermos irmãs, e triste por sermos. Se gritava de angustia, ou se ficava quieta e me consolando de que aquilo era uma loucura e que não poderíamos ficar juntas. 
Dulce: Anny - levou a mão até a boca.
Anahí: Eu daria tudo... - solucei - tudo para esse resultado dar negativo.
Dulce: Calma - levantou-se e foi até mim.

Abracei-a e chorei. Não havia nada, absolutamente nada que pudessemos fazer naquele momento. Acho que as pessoas que estavam ali não entendiam o motivo do meu desespero, e com certeza ficaram preocupadas. Imaginei que se um dia Dulce me deixasse, não iria doer tanto como aquilo estava doente.

Dulce: Calma, meu amor - tentou me acalmar.
Anahí: Eu te amo demais, Dulce.
Dulce: Eu sei, eu sei. Mas calma... - beijou minha cabeça - Eu também te amo, meu amor. Mas vamos pra casa, sim? Eu fico com voce...
Anahí: Eu não posso... - tentei parar de soluçar - Eu não posso voltar pra lá sabendo que...
Dulce: Anny - abaixou-se, - eu te amo. Você ouviu bem? Você não é minha irmã, Anahí. Você é a mulher da minha vida. E isso aqui - pegou o papel - não significa nada pra mim. Por que eu vou te amar pra sempre, mas não como minha irmã, como minha namorada, como minha esposa, como a mulher da minha vida.
Anahí: Dul... - cheguei perto de seu rosto, selando nossos lábios.
Dulce: Anny, aqui não. Alguém pode nos ver... - secou minhas lágrimas.
Anahí: Eu não aguento mais esconder que te amo. Eu sei que nosso caso é... que ninguém pode saber. Mas já estou cansada disso. Eu preciso mostrar ao mundo que eu sou sua, e que você é minha.
Dulce: Vamos para casa - deu um beijo na minha testa e eu me levantei - Eu te prometo uma surpresa quando chegarmos em casa - sussurrou em meu ouvido e eu sorri.

O caminho de volta para casa só não foi mais silencioso pela música que tocava na rádio. Ao chegarmos me senti melhor, pois não havia ninguém em casa. Eu sabia que se houvesse, eu ia acabar falando e não ia aguentar. Dulce me levou para o quarto e ficou ali comigo. Ouvi-a fungar um tempo depois e a abracei mais forte.

Anahí: Eu te amo muito, meu amor.
Dulce: Eu também te amo muito, minha Anny - beijando minha cabeça.
Anahí: Eu quero sumir. Não posso ficar aqui sabendo que não posso ficar com você.
Dulce: Não diz isso, por favor - sussurrou - Nós vamos ficar juntas.
Anahí: Não podemos - afundei meu rosto em seu pescoço e chorei mais.
Dulce: Calma. Eu vou buscar algo pra você se acalmar.
Anahí: Não - abracei-a mais forte - Não sai de perto de mim.
Dulce: Eu vou ali e já volto. Prometo que não vou sair do seu lado depois.
Anahí: Fica comigo...
Dulce: Já venho. E prometo não trazer o remédio errado - sorriu, segurando meu rosto - Você é a mulher que eu mais amo no mundo, minha Anahí - selou nossos lábios.

Em seguida saiu do quarto e eu fiquei olhando para o nada. Me sentia tão desprotegida sem ela ali. Eu tinha que superar aquilo. E nós duas tínhamos que ficar juntas. Ao voltar, me entregou alguns calmantes e deitamos, ficando abraçadas.