Fanfic: DNA - Portiñón | Tema: Rebelde

 Manuela

Minha mãe esteve em uma situação que não sabia o que fazia. Se chorava pela morte da minha irmã Dulce ou se chorava pelo coma da minha irmã Anahí . Acho que o que mais a havia chocado, era o fato de haver perdido Dulce, por que sabia que ela não ia voltar. E Anahí... bom, Anahí estava em uma cama. Mas continuava viva. E de repente aquela era eu. Manuela, aos cinco anos, no velório da minha irmã. Pessoas que eu não conhecia, ou que até conhecia, mas não lembrava do rosto, estavam ali. Familiares, amigos, conhecidos... naquele momento todos estavam ali. A cena de vê-la ali, eu tinha certeza que nunca ia esquecer. A única pessoa que se atreveu a vir perto de mim, foi Maite. Todos pensavam: "Pobre Manuela, nem deve saber o que está acontecendo", mas eu sabia... como eu sabia. Eu sabia exatamente o que estava acontecendo. E nem todos entendiam aquilo. No momento em que me senti mais sozinha, Maite me pegou no colo, e eu pude ver minha irmã, minha heróina,minha Ni pela última vez

Manuela: E quando eu crescer?
Dulce: Ai sim você vai poder ter um coelho.
Manuela: E promete pra mim que você vai estar comigo pra cuidar dele?
Dulce: Claro que sim. Eu sempre vou estar com você.
Manuela: Sempre?`

Manuela: Você prometeu que nunca ia me abandonar - sussurrei, sentindo as lágrimas caindo.

Senti que depois daquilo, Maite não agüentou mais me segurar. Aquilo estava doendo muito nela também.

No dia seguinte, minha mãe não permitiu que eu fosse no enterro. Acho que ela não estava nem em condições de cuidar dela mesma, imagina de uma criança. Mas ao termino do enterro, me pegou na casa da mãe de Maite e fomos direto para o hospital, e chegando lá, tivemos mais noticias não tão boas assim.

Blanca: E então? - olhou Anahí.

Eram os aparelhos que a mantinham viva. Tinham aparelhos para o coração, para respiração, soro nos pulsos, um tubo na garganta que a alimentava, uma sonda. Horrível. Agora que eu nunca desejaria a ninguém, muito menos a minha irmã.
Médico: Ela está bem, mas não pudemos salvar o bebê.
Blanca: O quê? - sussurrou.
Médico: Sua filha estava grávida. De cinco meses , por inseminação .
Blanca: Grávida?
Médico: Sinto muito. Sem previsão para ela sair do coma. Pode ser amanhã, daqui a uma semana... ou quem sabe daqui a anos. Talvez ela acorde com danos, ou sem, tudo depende de como o cérebro vai reagir.
Manuela: Ela vai viver, né moço?
Médico: Vai sim, querida - sorriu, passando a mão no meu rosto - Essa moça teve sorte. Perder um bebê aos cinco meses é muito complicado. O bebê já está formado e perdê-lo assim... seria morte para as duas.
Blanca: Mas ela está quase morta.
Médico: Não seja pessimista, senhora. Ela está viva. A senhora perdeu uma, mas ainda tem duas vivas e que precisam de você. Tenha fé - sorriu e saiu do quarto.

Oito meses depois, já havíamos perdido toda essa fé da qual ele falava.

Anahí

Blanca: É normal abrir os olhos? - perguntou ao médico, abraçada a um porta retrato com uma foto minha, da Dulce e de Manuela, pela milésima vez.
Médico: Sim, é. Apesar do estado dela ser bem complicado, é normal.
Blanca: Ela parece tão pálida com esses tubos. E essa coisa na garganta?
Enrique: Ela precisa comer, Blanca.
Médico: Bom, com licença. Os senhores têm mais dez minutos.
Enrique: Obrigado doutor.
Blanca: Anny, acorda meu amor - passou a mão no meu rosto, abri os olhos e a vi chorando.
Manuela: Nena - a senti pegando minha mão, mas meu pescoço não obedecia aos meus comandos.
Blanca: Ela sente sua falta, meu anjo. Acorda, por ela, acorda.
Enrique: Precisamos ir.
Blamca: Está certo. Eu te amo, minha filha - deu um beijo em minha testa e saiu do quarto logo em seguida.
Enrique: Fica com Deus, meu amor - me olhou e pegou Manuela no colo.
Manuela: Quero falar com ela rapidinho, papai.
Enrique: Certo - colocou-ao chão e ela veio até mim.
Manuela: Tchau Nena - deu um beijo na minha bochecha e saiu atrás do meu pai.
Anahí: Dulce, não consigo falar.
Dulce: Não adianta nem tentar, Anny, você não vai conseguir.
Anahí: Ela estava chorando de novo. Isso tá me angustiando.
Dulce: Calma Anny, que impaciência, eu hein?
Anahí: Vai demorar muito para voltar ao normal?
Dulce: Mais ou menos. Você vai ter que ser paciente.
Anahí: Até morta você não para de encher meu saco.
Dulce: Hoje você vai receber uma visita - me ignorou.
Anahí: E de quem?
Dulce: De uma pessoa. Pare de ser curiosa.
Anahí: E você chata.