Fanfic: DNA - Portiñón | Tema: Rebelde

Médico: Pode entrar, senhor Chávez. Tem só quinze minutos.
Christian: Obrigado - se aproximando da cama - Anny... - sorriu, passando o dedo na minha testa - Como está, minha rainha? Que saudades de você - fungou. Eu sabia que ele não queria chorar. Abri os olhos e o encarei - Seus olhos continuam lindos, minha putinha - sorriu. Senti vontade de rir, mas não pude fazê-lo - Estava com tantas saudades - suspirou e não pode conter o choro.

Eu também estava, meu bebê.
Christian: Desculpa por não ter vindo antes, minha rainha. Tantas coisas aconteceram. Deixa eu te contar, gravei meu CD. E eu trouxe um pra você, olha... - pegou o CD colocando na minha frente. Almas transparentes - Ele está autografado, especialmente pra você. Vou ler a dedicatória do CD pra você. "A todos que me acompanharam nesse projeto. Aos que estiveram comigo sempre, e que sempre me apoiaram. E principalmente a Anny, a minha rainha, que esteja onde estiver, longe, perto, no diabo que seja, sempre vai ser minha rainha, e eu sempre vou amar. Por você ter me apoiado, por ter me dado a oportunidade de estar aqui hoje, por ter feito com que eu aprendesse a viver, por fazer parte da minha vida. Por haver sido simplesmente a Anahí que você foi. Eu te amo, minha rainha, e sempre, sempre, você vai ser a minha melhor amiga". O que achou? Falei bonito, né? - riu, secando uma lágrima - Às vezes me sinto culpado por tudo isso... Por que foi por minha causa que você e Dulce acabaram assim. Mas sei que no ano em que ficaram juntas, valeu a pena. E Anny, se algo acontecer a você, nunca se esqueça que ninguém ocupará o lugar que você tem no meu coração. Eu tenho que ir, mas... nunca se esqueça que eu te amo muito. E que eu estou do seu lado pra tudo. E que o seu Chrisinho, seu bebê, sempre vai estar aqui. Tchau, minha rainha - beijando-me a testa - Até a próxima... quem sabe!
Dulce: Finalmente isso está acabando.
Anahí: Eu vou sair desse coma, finalmente?
Dulce: Vai. Essa é a última vez que a gente se fala em vida, ou na sua, quero dizer.
Anahí: Não, então quero continuar.
Dulce: Faça o que eu digo, ok?
Anahí: Só me responde uma coisa antes. Há exatamente quanto tempo estou aqui?
Dulce: Oito meses e dezesseis dias. Feche os olhos...
Anahí: Alf...
Dulce: Feche os olhos.
Anahí: Certo - fechei os olhos e esperei seus comandos.
Dulce: Agora me diga o que mais quer nesse momento e abra os olhos.
Anahí: Quero te abraçar - abri os olhos, e de repente, não ouvia mais sua voz.`

Meu pescoço doía. Mexi meus dedos e pisquei três vezes olhando para o teto do quarto.
Anahí: Dulce? - falei e olhei para a porta que começara a se abrir.

Manuela entrou correndo e minha mãe logo em seguida, com uma cara não muito feliz. Quando ela me olhou, dei um sorriso meio forçado, pois ainda não tinha forças o suficiente para fazer algo sinceramente. Um sorriso enorme brotou em seus lábios e eu senti uma forte dor no pescoço. Foi quando notei que tinha uma coisa horrível no meio da minha garganta. Ela correu até mim e começou a chorar. Tentei falar uma vez, mas minha voz não saiu. Manuela veio até mim e começou a sorrir. Tentei me sentar e senti uma tontura horrível.

Blanca: Anny, você está bem? - perguntou, preocupada.
Anahí: Tonta - respondi, com a voz falhada.
Blanca: Fique parada. Manuela, fique aqui. Já venho, vou buscar um médico - saiu disparada pela porta.
Anahí: Manu - estendi a mão.

De repente senti um arrepio enorme vindo de dentro de mim. Era como se um espírito entrasse em mim e eu estivesse possuída. Bom, não era por um demônio, mas naquele momento, dividia o mesmo corpo com minha irmã. Não sentia, mas dor nenhuma, mas era como se eu não estivesse dentro de mim.

Dulce: Manu - chamou-a e ela veio para perto do meu corpo.
Manuela: Ni?
Dulce: Eu tenho pouco tempo, princesa. Quero que você saiba, que onde quer que a Ni esteja, ela te vai te amar pra sempre e vai sempre te proteger. Nunca desista do que você quer, e lute por aquilo até a morte. Eu sei que você é muito pequena, mas também sei que você vai se lembrar desse dia todos os dias de sua vida. A gente vai se encontrar ainda, e quando você me ver, vai me reconhecer na hora. Mesmo que eu não te conheça, você vai saber quem sou eu. A Ni te ama muito.
Manuela: Eu também te amo, Ni - segurou minha mão e chorou.
Dulce: Até mais, princesa.

Então ela saiu do meu corpo, e me senti novamente. Olhei para Manu e não pude evitar pegar sua mão e beija-la. Não havia outro momento para aquilo, eu sabia que não.
Anahí: Eu te amo muito, Manuela - sorri e minha mãe entrou no quarto.

Quando a vi senti uma forte dor no peito e falta de ar. Sentia que estava caindo, e ouvi o médico gritando para que tirassem minha mãe do quarto, e que meus batimentos estavam diminuindo a cada segundo. Senti minha vista escura e senti uma mão no meu pulso. De repente, percebi. Eu havia esperado 8 meses e 16 dias para ficar com ela. Como ela havia esperado pra ficar comigo.