Fanfic: DNA - Portiñón | Tema: Rebelde

Manuela: Anny - chegou a sala.
Anahí: Oi? - a mirei.
Manuela: A Ni tá chorando.
Anahí: Como é que é? - me levantei em um pulo, indo para a cozinha.
Manuela: Ela tá chorando.
Anahí: E por que? - a peguei no colo.
Manuela: Não sei - deu os ombros.
Anahí: Tá chorando por que, Dulce?
Blanca: Seja mais sensível Anahí.

Quando ela me olhou, quase soltei Manuela. O Castanho tão bonito, que eu sempre admirei, estava banhado em lágrimas. Senti uma enorme vontade de largar tudo e abraçá-la. Coloquei Manuela com cuidado no chão e me aproximei dela. Peguei uma cadeira e me sentei a sua frente. Engoli seco ao ver que a cada movimento que eu fazia, ela me olhava.
Anahí: O que aconteceu? - coloquei minha mão em cima da dela.
Dulce: Nada - puxou a mão.
Anahí: Fala o que aconteceu, quem sabe eu possa te ajudar.
Dulce: Não adianda Anahí, o que você fez já tá feito, não adianta mais.
Anahí: Do que você está falando? - o mirei, assustada.
Dulce: Você sabe do que eu estou falando.
Anahí: Eu não sei, por que eu não fiz nada.
Blanca: Vocês podem me dizer do que estão falando?

Como ela havia descoberto? Eu não tinha dito nada a ninguém só a Christian. Será que ela havia me seguido? Ai meu Deus.

Anahí: Mas eu não fiz nada.
Dulce: Você sabe o que você fez - se levantou.
Anahí: Então me diz o que eu fiz.

Me olhou e saiu da cozinha, deixando-me falar sozinha. Olhei para minha mãe e depois para a porta.
Blanca: O que aconteceu?
Anahí: É o que eu quero saber. Vou lá falar com ela - me levantei.
Blanca: Anahí...
Anahí: Eu não vou brigar com ela, eu só vou conversar - fui em direção a seu quarto - Dulce, deixa eu entrar - bati na porta, que estava trancada - Dulce, você quer me dizer que diabos eu fiz?
Dulce: JÁ DISSE QUE VOCÊ SABE O QUE FEZ.
Anahí: SE EU SOUBESSE NÃO ESTARIA PERGUNTANDO, PORRA! - gritei no mesmo tom e ela abriu a porta, me puxando para dentro.
Dulce: Você é uma cobra. Uma falsa.
Anahí: Ok, isso eu já estou cansada de ouvir. Mas como chegou a essa conclusão?
Dulce: Você conquistou a Manuela só para eu me sentir mal, e agora que ela tá te enchendo o saco, você quer jogar ela pra cima de mim de novo, não é?
Anahí: Ai... ai - coloquei a mão no peito e senti minhas pernas ficarem bambas - É isso?
Dulce: Você quer mais que isso?
Anahí: Ela não tá me enchendo o saco, Dulce. Eu gosto dela.
Dulce: Você não gosta nem de você, Anahí.
Anahí: Eu gosto dela. E gosto de você. Só que a gente... não se entende.
Dulce: Eu não quero me entender com você, minha irmã. Se eu tivesse escolha, iria ser ótimo que você não existisse.
Anahí: Aham - mordi meu lábio.

Meu coração já não batia mais tão forte, sentia uma batida a cada 15 segundos. Minha garganta estava seca, e eu não tive mais nenhuma reação a não ser sair do quarto.O feitiço estava virando contra o feiticeiro. Eu desejei por anos, com todas as minhas forças que nenhum das duas existissem, e quando uma delas me dizia a mesma coisa, aquilo me ferira muito.

Ao acordar no dia seguinte, me lembrei que aquele seria o dia. Resolvi dormir mais um pouco, pois seria o tempo que eu levaria para me arrumar. Levantei meia hora depois e desci, ainda de pijama.

Enrique: Bom dia, Anny. Por que ainda está de pijama?
Anahí: Bom dia. Não estou passando bem, estou enjoada.
Blanca: Mas você está assim desde ontem, não está? Comeu algo que não deveria?
Anahí: Não, mas eu quero comer... nachos - disse a primeira coisa que me veio a mente.
Blanca: Nachos? Há essa hora?
Anahí: É, nachos. Sei lá, estou com vontade.
Blanca: Anahí - me olhou e em seguida olhou meu pai.
Enrique: Você anda se cuidando?
Anahí: Sim - respondi, óbvio.
Enrique: Digo, você anda se cuidando com o Rodrigo?
Anahí: O quê? - engasguei com a saliva - Co... Com o Rodrigo? Claro que sim - comecei a tossir - Aliás, eu tomo anti-concepcional todo mês.
Blanca: Espero - colocando o suco na mesa, enquanto eu não parava de tossir.
Anahí: Pensando bem, não vou comer nada - fui em direção a geladeira e a abri, procurando meu limão.
Dulce: Bom dia, família.
Blanca: Bom dia, minha filha. Está melhor?
Dulce: Estou - sorriu - Bom, só vim falar bom dia, por que já estou de saída.
Enrique: Onde vai?
Dulce: Tenho que comprar umas coisas.
Ruth: Mas está tão cedo, Dul.
Dulce: Vou comprar antes de ir trabalhar, tenho que decidir o que quero ainda.
Anahí: Perfeito - ri, com o limão na boca e olhando para o nada.
Enrique: O que disse?
Anahí: Pensei alto demais. Vou voltar lá pra cima. Bom dia - ri e sai dali.
Quando me certifiquei de que todos haviam ido embora, e minha mãe estava ocupada demais com seus afazeres, e Manuela estava dormindo, devido a sua febre costumeira da madrugada, fui até meu quarto e peguei os pacotes. O quarto de Dulce era arrumado, acho que conseguia ser mais arrumado do que o de uma mulher, e muito mais do que o meu. Era arrumado mas estava sujo, e eu sabia que logo ela iria limpar aquilo. Abri sua gaveta de roupas e coloquei um dos três pacotes lá. Outro coloquei dentro do guarda-roupas e por fim, o último, coloquei debaixo da cama. Ao sair, fechei a porta como se não tivesse entrado, mas senti que tinha alguém atrás de mim. 

Anahí: Eu juro que só fui usar o banheiro - me virei e quase amoleci ao ver quem era - O que está fazendo acordada?
Manuela: Eu estou com fome, Anny.
Anahí: Vamos lá embaixo. Eu te dou o que comer - a peguei no colo e fui até a cozinha.
Blanca: Está melhor?
Anahí: Um pouco. Mas sua filha quer comer, então vou dar algo para ela comer. O que dou?
Blanca: Acho que ainda tem algumas panquecas, pode dar pra ela. Eu vou limpar lá em cima.
Anahí: Hum... ok. Quer como?
Manuela: Igual a Ni faz.
Anahí: E como ela faz?
Manuela: Com mel, Anny - bufou, como se eu fosse obrigada a saber.
Blanca: Qualquer coisa estou lá em cima - saindo da cozinha.
Anahí: Certo. Você come sozinha, né?
Manuela: Claro que sim, eu tenho quatro anos já.
Anahí: Uau. Como você está grande - a mirei, figindo estar espantada.
Manuela: É, eu sei.
Anahí: Então tá - dei os ombros.
De repente olhei para a sala, e me veio uma dor no coração. Eu não poderia fazer aquilo com Dulce. Quem merecia aquilo era eu, não ela. Deixei Manuela na cozinha sozinha, quando cheguei no quarto de Dulce, já era tarde demais.

Anahí: Mãe... - tentei desfarçar, mas não conseguia.
Blanca: O que é isso? - mostrou o paco que eu havia colocado debaixo da cama.
Anahí: Eu... não sei.
Blanca: O que minha filha está fazendo com ele? - jogou o pacote em cima da cama, e abriu o guarda-roupas.

Ao ver o outro pacote dentro do guarda-roupas, senti que ela não aguentaria mais. Olhei para cima, tentando fazer com que as lágrimas que viessem, não caissem pelo meu rosto. Ela se sentou na cama e começou a chorar. Engoli seco, e queria naquele momento ter uma máquina do tempo. Mas eu não sabia por que estava naquele estado. Era o que eu queria, e eu havia conseguido. Ouvi passos pela escada, e sua voz surgiu do nada. Me virei e dei de cara com ela, que sorriu para mim e entrou no quarto.