Fanfic: DNA - Portiñón | Tema: Rebelde

 Dulce

Após o ocorrido, tudo estava indo as mil maravilhas. Anahí continuava ignorante e fechada, mas em compensação, passava um tempo indeterminado com Manuela quando podia. O que a deixava super feliz, e a encantava. A partir do momento em que começou a "ter" duas irmãs, o amor de Manu havia se multiplicado. Ela adorava ficar comigo, tanto quanto gostava de ficar com Anahí. Mas principalmente, adorava quando ficávamos nós três brincando juntos. Ou com ela. Nossa mãe havia ficado quieta sobre o assunto das drogas, mas ainda no tratava com um pouco de indiferença uma vez ou outra.
Em quanto Anahí tinha uma série de brigas com Rodrigo, que sem dúvidas poderia ser ouvida até na Europa, eu e Marcela estávamos melhor do que nunca. Anahí parecia a maioria das vezes nervosa e não querendo falar com ninguém, alegando que era por causa da peça, que teria sua estréia em menos de três meses. Mas era difícil acreditar nela. Nós já tinhamos um diálogo aceitável, sem brigas tampouco discussões.
Poncho nem Maite tinham engolido a história das drogas, e principalmente Poncho, ainda desconfiava da mudança que Anahí havia tido repentinamente. Dizia que as pessoas não mudam de uma hora para a outra, especialmente Anahí que era uma "cobra, venenosa, traidora e vadia". Poncho conseguia fazer todo mundo se sentir mal sem ao menos abrir a boca. A cada vez que via Anahí, sentia vontade de matá-la, e acho que só com seu olhar, ele conseguia fazê-lo, pouco a pouco. Era tão apaixonadopor ela , que isso o cegava. Pobre Poncho!

Anahí: Eu estou nervosa, muito nervosa - se jogou no sofá.
Dulce: Só não desconta em mim - ri, e ela me olhou, sério - Ok, o que aconteceu?
Anahí: Rodrigo está me perseguindo, eu estou ficando nervosa.
Dulce: Como assim te perseguindo?
Anahí: Ele fica o tempo todo atrás de mim. Me ligando pra saber se eu comi, se eu fui ao banheiro, como eu acordei. Isso irrita.
Dulce: Ah - olhei para a tv, mudando de canal - Ele gosta de você e quer o seu bem.
Anahí: Mas isso irrita muito. Desde que me deu essa porcaria de anel tá assim - revirou os olhos, tirando o anel do dedo.
Dulce: Por que aceitou se não quer ficar com ele? - repeti a pergunta que havia feito semanas antes.
Anahí: Já disse. Dulce, e se você pedisse Marcela em casamento e ela dissesse não na sua cara, e além disse, se dissesse que está apaixonado por outra? - me mirou.
Dulce: O que? - perguntei, não entendendo o que ela havia dito.
Anahí: O que você faria se ela te dissesse não?
Dulce: Não Anahí. O que você disse no final?
Anahí: Isso - disse, como se fosse óbvio.
Dulce: Não, você disse que está apaixonado por outro.
Anahí: Não, claro que não - riu, nervosa - Eu não disse isso.
Dulce: Disse sim, Anny - ri de seu nervosismo.
Anahí: Eu? Por Deus - se levantou - Eu... vou dormir, boa noite - saiu correndo da sala.
Dulce: Apaixonada? - olhei para o chão e vi seu anel caído ali - Inteligente - revirei os olhos pegando o anel.

O observei um pouco. Era tão pequeno. O ideal para Anahí. Desliguei a televisão, a luz e saí da sala. Anahí e seu costume de chegar em casa todos os dias tarde. Quando cheguei na frente de seu quarto, ouvi sua voz, e não parecia estar sozinha.

Anahí: Não encosta em mim - disse, parecendo chorosa - Todo esse tempo eu te quis e você... você simplesmente me ignorou - entrei no quarto e ela se virou pra mim. Estava com o livro do roteiro na mão, e então entendi com quem estava falando.
Dulce: Desculpe te incomodar.
Anahí: Sem problemas. O que você quer?
Dulce: Ah sim. Você esqueceu isso lá na sala - estiquei o anel para ela.
Anahí: Ah sim - revirou os olhos, pegando-o e colocando no dedo.
Dulce: Boa noite.
Anahí: Está com sono? - perguntou, antes que eu saísse.
Dulce: Não muito, por quê?
Anahí: Pode me ajudar? Estou com um probleminha com as falas.
Dulce: Ajudo, claro. Sem problema - sorri, ela me entregou o roteiro que tinha nas mãos e eu me sentei em sua cama.
Anahí: Começa aqui - se abaixou, para me mostrar onde estava, ficando com os seios no meu rosto.

Olhei aquele decote e mordi meu lábio. Senti uma enorme vontade de agarrá-la e beijá-la ali mesmo. Mas não poderia pensar mais naquilo. Por fim, eu a considerava como minha irmã. E ela me considerava como sua irmã.

Anahí: Dulce? - me tirando do transe.
Dulce: Desculpe, onde é mesmo?
Anahí: Aqui - me mostrou e ficou reta - Pode começar.
Dulce: Ok - respirei fundo - Johanna, acho que precisamos conversar.
Anahí: Não Fernando, não precisamos.
Dulce: Por que nunca disse que era apaixonado por mim?
Anahí: E precisava?
Dulce: Claro que sim. Por um acaso você sabia dos meus sentimentos?
Anahí: Eu... eu esqueci - riu, indo em direção a poltrona que tinha em seu quarto, onde estava sua bolsa - Tenho outro aqui. Sempre perco o meu - pegou e abriu na página - Repete, por favor?
Dulce: Ok. Por um acaso você sabia dos meus sentimentos?
Anahí: Eu sempre soube que você nunca foi apaixonado por mim, Fernando. Por Deus - abaixou o roteiro.
Dulce: Você não sabe.
Anahí: Então prove que foi apaixonado por mim.
Dulce: Eu não fui - a mirei -, eu sou completamente apaixonado por você - nos olhamos, em silêncio. Ficamos assim por algum tempo, até ela quebrar o silêncio.
Anahí: Obrigada. Daqui em diante eu já sei como são as falas - olhei para o roteiro e vi: [Fernando beija Johanna].
Dulce: Acho que não - joguei o livro na cama e fui até ela, puxando-a pela cintura.