Fanfic: DNA - Portiñón | Tema: Rebelde

Anahí

Os dias estavam passando mais rápido do que eu queria. Minha relação com Dulce estava instável, porém não havia dito nada sobre a ligação que havia recebido. Em geral, saía do teatro e ia pra casa. Alguns dias Dulce estava lá, e em outros eu a esperava chegar. Nossa convivência com Manuela, depois de começarmos a ter um relacionamento, não estava lá muito bem, pois quase não dávamos atenção a ela para podermos ficar juntas. Ela ficava emburrada e às vezes nem com a gente queria falar conosco. Quando conseguíamos fazê-la ficar bem, metíamos o pé na jaca, e novamente, ela ficava brava. Fazia semanas que não via Christopher, e ele já havia me ligado diversas vezes, e eu sempre dava uma desculpa para não ir.

Christian: Vai pra casa? - me tirando dos meus pensamentos.
Anahí: Não... vou... passar em um lugar antes.
Christian: Que lugar?
Anahí: No mercado. Vou comprar umas coisinhas - sorri, olhando-o maliciosa.
Christian: No mercado? Ok - deu os ombros e beijando minha bochecha - Eu vou embora. Tchau.
Anahí: Bye - olhei-o sair e coloquei a mão sobre o peito.
Aquilo me doía. Me doía demais. Mas eu tinha que fazê-lo. Fechei os olhos e joguei minha cabeça para trás, tentando engolir o choro e peguei meu celular, discando o número que eu tanto gostava. Em dois toques, ele atendeu.

Christopher: Giovanna, a que devo a honra da ligação?
Anahí: Está sozinho? Gostaria de te fazer uma visita - mordi meu lábio.
Quando cheguei em casa, arrasada pelo que havia feito, nem me dei ao trabalho de ver se Dulce estava em casa. Somente fui para meu quarto e tomei um banho, deixando que tudo aquilo fosse embora pelo ralo. Respirei fundo diversas vezes tentando me acalmar, mas era tudo em vão. Quando saí do banheiro, me surpreendi com Dulce deitada na minha cama mexendo em meu celular.

Anahí: Está aqui faz tempo? - perguntei, sem olhá-lo.
Dulce: Não, faz uns cinco minutos. Engraçado... por que tem uma ligação para Christopher?
Anahí: Foi ele quem me ligou.
Dulce: Que coisa. Aqui está escrito chamadas realizadas, não chamadas recebidas.
Anahí: Esse celular é louco - mordi meu lábio, tirando uma blusa da gaveta.
Dulce: Você achou mesmo que eu não ia ficar sabendo que você foi a casa dele?
Anahí: Dulce, eu... - me virei para ele.
Dulce: Eu não sei se você se lembra, mas ele é meu melhor amigo - me interrompendo.
Anahí: Dulce, nó...
Dulce: E também, esqueceu do fato de que Maite estava entrando quando você estava saindo?
Anahí: Eu... não... não a...
Dulce: Então, qual é a sua?
Anahí: QUER ME DEIXAR FALAR, MERDA? - berrei.
Dulce: Não grita - me repreendeu.
Anahí: Então quer me deixar falar?
Dulce: Fala.
Anahí: Eu que liguei pra ele e fui até sua casa. Mas não foi pra isso que você está pensando.
Dulce: Quem me garante, Anahí? Quem me garante que comigo foi diferente?
Anahí: Eu juro - senti um nó em minha garganta nascendo - Eu te juro que não fiz nada com ele. Pelo nosso amor, eu juro que depois de você, não fui de mais ninguém - e sem que eu pudesse controlar, lágrimas grossas caíram dos meus olhos e a minha vista ficou embaçada.

Eu não tinha o que falar. Se ela falasse com Christopher, iria descobrir a verdade, então eu não podia fazer nada, por que ela não acreditaria em mim.
Ouvi um riso dela e em seguida me puxou pelo braço, fazendo-me abraçá-la. Enterrei meu rosto em seu pescoço e chorei, enquanto ela passava a mão pelo meu cabelo. Quando o ritmo do meu choro diminuiu, ela colocou a mão no meu queixo e levantou meu rosto, para que meus olhos focassem os dela. Ainda rindo, ela me deu um selinho e quebrou o silencio.

Dulce: Eu estava brincando, minha Anny. O Christopher me ligou pra dizer que você foi até a casa dele para terminar com ele.
Anahí: Sua idiota - exclamei, dando socos em seu peito - Olha como você me deixou, sua maldita.
Dulce: Ei, calminha - riu, segurando meus braços - Antes de mais nada eu quero que você me conte tudinho. Como começou, e como terminou.
Anahí: Eu não queria terminar com ele - sequei minhas lágrimas, me afastando dele e colocando a blusa - Bom, na verdade eu queria. Por que eu sou só sua. Mas terminar com uma pessoa que você gosta é bem mais difícil do que terminar com uma que você não gosta. Eu gosto muito dele. Ele é um amigo que eu quero para toda a minha vida - peguei uma calcinha, colocando-a - Depois que terminamos o ensaio, eu fiquei no meu camarim pensando, e resolvi que não dava mais para ficar enrolando-o. Eu precisava dar um basta de uma vez por todas naquilo. E então fui até a casa dele...

Christopher: Até que em fim, Anny. Já estava achando que você estava cansado de mim - riu, me abraçando.
Anahí: Como você está, Chris?
Christopher: Bem melhor agora. Estou com saudades - sorriu, malicioso.
Anahí: A gente tem que conversar - sorri forçada, segurando sua mão.
Christopher: Claro - sorriu - Quer beber algo?
Anahí: Não, obrigada - me sentei em uma poltrona e ele se sentou no sofá ao lado.
Christopher: E então? - me olhou.
Anahí: Eu... você... - respirei fundo - Você sabe que eu gosto muito de você, não sabe?
Christopher: Sei - riu, estranhando e eu fiquei quieta - Tem certeza que quer ter essa conversa agora? Vamos lá pro quarto. Eu te faço uma massagem e ai depois você me conta.
Anahí: Chris, esse é o problema - respirei fundo outra vez, tomando coragem - Não dá mais.
Christopher: O que não dá mais?
Anahí: Quando eu estava com o Rodrigo, eu estava com você por que seu sexo é maravilhoso, mas não só por isso, mas por que eu não gostava do Rodrigo, eu não o amava. E você era carinhoso comigo, e me dava o que eu queria.
Christopher: Não estou entendendo.
Anahí: Eu o traia por que não o amava. Nunca o amei. Chris... não dá mais pra gente ficar junto. Eu gosto muito de você, mas não posso trair a pessoa que eu amo.
Christopher: Como? - perguntou-me, desentendido.
Anahí: Eu gosto muito de você - segurei em sua mão, sentindo que ia chorar - Mas nosso relacionamento acaba aqui. O nosso "caso de amor" - fiz aspas com os dedos - tem um fim agora. Por que, pela primeira, eu sei que eu tenho que ser só da pessoa que eu amo.
Christopher: Uau - olhou para o chão - Nunca pensei que isso fosse acontecer.
Anahí: Peço que me desculpe, de verdade. Mas não posso continuar com isso.
Christopher: Que cara de sorte. Eu... - me olhou, sorrindo - eu espero que vocês possam ser muito felizes.
Anahí: Obrigada - sorri, pulando da poltrona e indo abraçá-lo.