Fanfic: DNA - Portiñón | Tema: Rebelde

 Dulce

A noite de quarta-feira chegou mais rápido do que eu queria. Anahí mantinha segredo sobre seu "namorado" e eu me irritava todas às vezes em que ela mudava de assunto quando falavamos dele.. No dia do famoso jantar, meus pais estavam mais animados do que de costume, ao contrário de mim, que despertei com o mau humor estampado na cara, impossível de não ser notado. Até Maite, que evitava falar no assunto, notou que havia algo de estranho.

Maite: O que aconteceu? - me perguntou, enquanto eu revelava algumas fotos que havia tirado dela.
Dulce: Nada - respondi, curta e grossa.
Maite: Eu sei que aconteceu algo. É por causa da... Anahí? - me olhou com atenção e eu não respondi - O que aconteceu? - repetiu a pergunta.
Dulce: Hoje é o dia do jantar.
Maite: E o que em?
Dulce: O que tem é que ela não me disse nada sobre o que vai fazer, e quando pergunto ela muda de assunto.
Maite: Acho que ela deve saber o que está fazedo. Não se preocupe. Vai dar tudo certo... eu acho!
Dulce: Não estou satisfeita com isso, Mai. Ela pode saber o que está fazendo, mas não precisa esconder de mim.
Maite: Não se preocupa - ficou atrás de mim, me fazendo uma massagem.
Dulce: Mai, você é solteira, e não tem que se preocupar com nada. Sai quando quer e com quem quer, e não...
Maite: Dul, calma - me interrompeu - Eu já disse que não precisa se preocupar. Eu sei que ela não vai fazer nada que prejudique o "relacionamento" de vocês - fez aspas com os dedos. ulce: Você ainda não acredita nela, não é verdade?
Maite: Não, Dul - confessou - Quem errou mais de uma vez, não se arrepende assim tão facilmente.
Dulce: Ela mudou muito, Maite. Mesmo que você não acredite, ela mudou. Por que nós n...
Maite: Não... Sinto muito, mas não. Ela pode ser sua irmã, sua namorada, qualquer coisa, mas eu não gosto dela.
Dulce: Mai...
Maite: Já conversamos sobre isso. Ela não me desce.
Dulce: Ela quer te conhecer melhor. E o Poncho também... Embora eu saiba que...
Maite: Uma pessoa que te fez tão mal, Dulce. Colocou drogas no seu quarto pra você sair de casa, sinto muito, mas uma pessoa assim não muda de uma hora para outra. Eu já disse.
Dulce: Ok... se você acha assim - dei os ombros.
Maite: Quero que você seja feliz. E se ela te faz feliz, quem sou eu para te dizer que não deve ficar com ela?
Dulce: Mai - coloquei o álcool em cima da prateleira e me virei para ela -, estou ciente de tudo. Dos riscos que corremos juntas, das consequencias que isso pode nos trazer, mas da mesma forma, quando estou com ela e vejo como ela mudou, vejo que vale a pena correr o risco. Foi como eu disse a ela... de repente tudo fez sentido, e eu vi que ela é a pessoa certa.
Maite: Se o melhor amigo dela entende e apoia vocês, sinto te dizer que eu não. Às vezes posso ter sido criada de uma outra forma, mas incesto pra mim é algo que eu não aceito e tampouco entendo. E também, não quero entender.

Eu sabia que fazê-la entender ia ser muito difícil, mas eu não ia desistir. Me virei novamente, tirando as fotos do álcool e vendo-as aparecer no papel. Sorri e a vi se posicionando ao meu lado.
Dulce: Ficaram muito boas. Você ficou linda.
Maite: Obrigada - sorriu, um pouco constrangida.

Quando contei a Maite o que eu e Anahí tínhamos, ela ficou quase um mês sem mencionar nenhuma palavra comigo. Ela, eu, e qualquer pessoa que se inteirasse, sabia que tudo aquilo podia ser de uma certa forma errado, mas não tinha como controlar. Eu estava completamente apaixonada por Anahí, como nunca havia estado por ninguém.Por isso que, quando terminei de revelar as fotos e rumei a minha casa, meu mau humor em pensar no maldito namorado de dela voltou pior do que nunca. O ciumes estava estampado na minha cara. Tomei um banho, me troquei e desci para a sala. Fiquei no sofá assistindo televisão - ou mudando de canal o tempo todo, como queira - como de costume, Manuela brincando no chão, e meu pai e minha mãe na cozinha, fazendo o jantar para uma pessoa que nem se quer existia. Quando Anahí entrou em casa, nem olhei para a porta, mas somente ouvi meus pais afobados chegando na sala.

Blanca: E então? Cadê ele? - perguntou ao vê-la sozinha.

Olhei para trás e a vi sozinha. Nem se quer me olhou. Só colocou a mão na cabeça e então respondeu, tranquila.

Anahí: Ah... esqueci ele no carro. É que ele é meio timido - voltou a sair.

Minutos depois ela voltou, sorridente. Olhou para meus pais, e eles ficaram perplexos. Os olhos de Manuela brilharam, e eu olhava, sem nenhuma expressão, para ela.

Anahí: Mamãe, papai... esse é o Fred.

E então eu tive um ataque de risos.
Aquilo era a cara dela. Por isso que ele era vegetariano. Ele era um coelho. Não conseguia me aguentar. Eu ria como nunca, e simplesmente não havia como controlar. Anahí havia levado um coelho a minha casa e dito que ele era seu namorado. Ainda incorformada com aquilo, vi Manuela indo até ela, ainda com os olhos brilhando, e toda animada.

Manuela: Anny, Anny, posso segurar ele?
Anahí: Claro, meu amor. Mas cuidado, ok? - entregando o coelho a ela.
Blanca: O que significa isso, Anahí Giovanna?
Anahí: Isso o que?
Blanca: Cadê o seu namorado?
Anahí: Com a Manuela - sorriu - E você... - se virando para mim -, por que está rindo?
Dulce: Por nada - tentei recuperar o fôlego, mas voltei a cair na risada.
Enrique: Anahí, você não está falando sério, não é, minha filha?
Anahí: E por que eu não estaria?
O discurso seguinte eu preferiria nunca ter ouvido. Meus pais ficaram tão nervosos com o que Anahí havia feito, que nem se quer se deram ao trabalho de chamar a mim e nem Manuela para comer. Anahí ficou um pouco conosco na sala, brincando com Manuela e com o coelho, e eu, ainda não acreditando naquilo, rindo.

Anahí: Ele não é lindo? - comentou, animada, olhando-o se mover.
Manuela: É sim. É seu?
Anahí: Não, meu amor. Infelizmente não é meu.
Dulce: Acho que você se meteu em uma confusão - respirei fundo, deitando no sofá.
Anahí: Eu disse que tinha um plano - deu os ombros.
Enrique: Boa noite! - passou por nós, e notamos que nossa mãe nem disse nada.
Dulce: Boa.
Blanca: Dulce, dê jantar a sua irmã e depois a coloque na cama.
Dulce: Como se a filha fosse minha - revirei os olhos.
Blanca: Você pode fazer isso? - perguntou, irritada.
Dulce: Claro - sorri e a vi subindo as escadas - Viu?
Anahí: Não fiz nada - deu os ombros novamente - Vamos comer?
Dulce: Aham... vou dar comida a minha filha - me levantei.
Anahí: Não, pode deixar que eu mesma dou - pegando-a no colo - Como está pesada... né, minha filhota?
Dulce: Como?
Anahí: Se é sua, é minha também - sorriu, encostando sua cabeça no meu peito e erguendo o rosto para me dar um selinho.
Manuela: Hey - cruzou os braços -, e eu? - fez bico.