Fanfics Brasil - 6 O homem perfeito - vondy - adaptada

Fanfic: O homem perfeito - vondy - adaptada


Capítulo: 6

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Dulce as arrumou para passar o fim de semana sem mais confrontações com seu desagradável vizinho, e na segunda-feira chegou ao trabalho com quinze minutos de antecipação, em um esforço por compensar o atraso da sexta-feira, embora esse dia já se ficou um pouco mais de tempo por esse motivo. Ao deter-se frente à entrada, o vigilante se inclinou para fora e observou o Viper com desaprovação.
— Quando vai desfazer se dessa sucata e comprar um Chevrolet?
Escutava-o quase diariamente. Aquilo era o que acontecia quando as pessoas trabalhavam na zona de Detroit em algo remotamente relacionado com a indústria do automóvel. As pessoas tinham que mostrar fidelidade à marca dos Três Grandes para o que trabalhava, já fora direta ou indiretamente.
— Quando puder me permitir —replicou isso, como fazia sempre. Pouco importava que o Viper lhe houvesse levado uma fortuna, embora fosse de segunda mão e já tivesse oitenta mil quilômetros quando o comprou. — Acabo de comprar uma casa, sabe. Se este carro não me tivesse dado o meu pai, não estaria conduzindo-o.
Aquilo último era uma absoluta mentira, mas estava acostumado a lhe tirar às pessoas de cima durante um tempo. Graças a Deus, ninguém de por ali conhecia seu pai, porque então saberiam que era um homem da Ford até a túmulo. Sentiu-se insultado quando ela comprou o Viper, e jamais deixou de fazer uns quantos comentários depreciativos a respeito dele.
— Já, bom, seu pai deveria estar mais informado.
— Não entende nada de carros. —Dulce ficou tensa e temeu ser fulminada por um raio por semelhante mentira.
Estacionou o Viper em um canto de trás do estacionamento, onde havia menos possibilidades de que lhe dessem um golpe. As pessoas do Hammerstead brincava dizendo que estava cheio de buracos.


Dulce tinha que admitir que resultava incômodo, sobre tudo quando fazia mau tempo, mas molhar-se era preferível a deixar que o Viper sofresse danos. O só fato de conduzir pela I-696 para ir ao trabalho já bastava para que lhe saíssem cabelos brancos.
Hammerstead ocupava um edifício de tijolo vermelho de quatro andares com uma arcada cinza na entrada e seis degraus em curva que conduziam a uma impressionantes porta dupla. Entre-tanto, aquela entrada era utilizada exclusivamente pelos visitantes. Todos os empregados penetravam por uma porta metálica lateral dotada de uma fechadura eletrônica que dava a um estreito corredor de cor verde, no que se encontravam os escritórios de manutenção e eletricidade, além de uma sala escura e fedorento que levava o rótulo de «Armazém». Dulce não queria saber o que tinha armazenado ali dentro.
Ao final do corredor verde havia três degraus que conduziam a outra porta metálica. Esta dava a um recinto de carpete cinza que ocupava toda a longitude do edifício e de que partiam escritórios e outros corredores como se fossem veias. Os dois andares de baixo estavam reservados para os loucos da informática, aqueles seres estranhos e irreverentes que falavam uma língua desconhecida a respeito de bytes e portas USB. O acesso àqueles andares estava restringido; terei que ter um cartão de identificação para entrar no corredor verde, depois outra para entrar em qualquer dos escritórios e salas. Havia dois elevadores, e no extremo oposto do edifício, para os mais enérgicos, encontravam-se as escadas.
Quando entrou na sala de carpete cinza, atraiu sua atenção um enorme pôster escrito em letras grandes. Estava colocado diretamente em cima dos botões dos elevadores. A lápis verde e arroxeado, ressaltado com linha negra para maior ênfase, lia-se uma diretiva da empresa: COM EFEITO IMEDIATO, TODOS OS EMPREGADOS DEVERÃO TOMAR UMA MISTURA DO GINKO E VIAGRA, PARA QUE SE LEMBREM DE QUE MERDA ESTÃO FAZENDO.


Dulce rompeu a rir. Os pirados da informática estavam em boa forma aquele dia. Por natureza se rebelavam contra toda autoridade e toda estrutura; aqueles pôsteres eram coisa comum, pelo menos até que chegasse alguém da direção e os retirasse. imaginou um montão de olhos acima e abaixo do corredor pegos a minúsculas gretas enquanto os culpados desfrutavam vendo as reações de outros a aquele novo ataque à dignidade da empresa.
Naquele momento se abriu a porta que tinha a suas costas, e ao voltar-se viu quem acabava de chegar. Apenas se absteve de enrugar o nariz.
Leah Street trabalhava no recursos humanos, e se podia contar com que não apreciava o humor em nada. Era uma mulher alta cuja ambição consistia em subir até a direção, embora pelo visto não sabia como atuar para consegui-lo. Vestia roupas de garota jovem em vez dos trajes mais próprios de empresa que teriam destacado sua esbelta constituição. Era uma mulher atrativa, com um cabelo loiro e oco, e uma boa cútis, mas totalmente alheia ao que era se vestir bem. Seu melhor traço eram suas mãos, magras e elegantes, que ela sempre levava perfeitamente cuidadas.
Fiel à norma, Leah lançou uma exclamação afogada ao ler o pôster, e começou a ficar de cor vermelha.
— Que vergonha —disse, estendendo a mão para tirá-lo.
— Se o tocar, deixará seus rastros —disse Dulce em tom totalmente inexpressivo.
Leah ficou congelada no lugar com a mão a só um centímetro do papel.
— Não há forma de saber quantas pessoas o terão visto já —prosseguiu Dulce ao mesmo tempo que apertava o botão de subir.— Alguém da direção se inteirará disto e ficará a investigar embora se tire o pôster daqui. A não ser que lhe tenha pensado tocar isso coisa que eu não faria, tendo em conta que os germes que contém devem contar-se por trilhões, como vais desfazer te dele sem que te veja ninguém?


Leah dirigiu ao Dulce um rápido olhar de desaprovação.
— Seguro que a ti este asqueroso lixo parece até engraçado.
— De fato, assim é.
— Não me surpreenderia que o tivesse posto você.
— Possivelmente devesse me delatar —sugeriu Dulce ao mesmo tempo que se abriam as portas do elevador e entrava dentro. — Prova a chamar à Associação Nos Importa um Centavo.
As portas do elevador se fecharam deixando ao Leah ali de pé, olhando furiosa ao Dulce. Aquele tinha sido o diálogo mais hostil que tinham tido nunca, embora Leah não era famosa precisamente por sua capacidade para levar-se bem com a gente. Dulce não alcançava a compreender como tinha terminado trabalhando em recursos humanos. Durante a maior parte do tempo, simplesmente sentia lástima por ela.
Mas hoje não era uma dessas ocasiões.
As segundas-feiras sempre eram o dia mais ocupado da semana no departamento de folhas de pagamento, porque era então quando se entregavam tudo os cartões de horários dos últimos cinco dias. A missão do Hammerstead consistia em fornecer tecnologia informática a General Motores, não em levar por computador seu próprio sistema de folhas de pagamento. Seguiam-no fazendo ao estilo antigo, com cartões de horários que se picavam em um relógio. Aquilo supunha um montão de papelada, mas até o momento o pagamento dos contracheques não se viu interrompido por uma sentença de software ou porque se rompesse um disco rígido. Possivelmente fora isso pelo que Hammerstead não tinha modernizado o sistema: a lista de nomes, ao igual ao correio, tinha que seguir funcionando.
Às dez já estava precisando tirar um descanso. Em cada andar havia uma sala de café sortido de máquinas vendedoras, mesas baratas de cafeteria e cadeiras metálicas, uma geladeira, uma cafeteira e um forno de microondas. Quando Dulce entrou, havia várias mulheres e um homem apinhados em torno de uma única mesa; todas as mulheres riam a gargalhadas, e o homem parecia indignado.


Dulce se serviu a xícara de café que tanto necessitava.
— O que ocorre? —perguntou.
— Uma edição especial do boletim de notícias —respondeu uma das mulheres, Dominica Floresça. Tinha os olhos úmidos de tanto rir. — Isto vai fazer história.
— Eu não vejo o que tem de engraçado —disse o homem com o cenho franzido.
— Você não, claro está —replicou uma mulher entre risadas, e estendeu a folha a Dulce. — Dê uma olhada.
O boletim da empresa não se sancionava oficialmente, até fazendo um grande esforço de imaginação. Tinha sua origem nos dois primeiros andares; se dava a todas aquelas imaginações acesso à edição por computador, tinha que acontecer necessariamente. O boletim aparecia a intervalos regulares, e pelo geral sempre continha algo que fazia que a direção tentasse confiscar todas as cópias.
Dulce bebeu outro gole de café ao mesmo tempo que tomava a folha. Os meninos tinham realizado certamente um trabalho do mais profissional, embora com a equipe e o software que tinham ao seu dispor, seria vergonhoso que não o tivessem feito bem. O boletim se titulava «Peixe martelo», e seu logotipo consistia em um tubarão de aspecto feroz. Não era um chantagista martelo, mas isso carecia de importância. Os artigos estavam dispostos em colunas, havia gráficos de qualidade, e um desenhista de tiras cômicas bastante engenhoso que assinava com o nome do Mako» estava acostumado a fazer piadas de aspectos da vida dentro da empresa.
Aquele dia o cabeçalho estava escrito em enormes letras de imprensa: «DÁ VOCÊ A MEDIDA?». Debaixo se lia a seguinte frase: «O que as mulheres desejam na realidade», junto com uma fita métrica enroscada como se fosse uma cobra disposta para o ataque.
«Esqueçam, meninos», começava o artigo. «A maioria de nós não temos a menor possibilidade. Durante anos nos há dito que o importante não é o que temos, a não ser como o usamos, mas agora sabemos qual é a verdade.


Nosso painel de peritos composto por quatro mulheres, amigas que trabalham aqui, no Hammerstead, elaboraram uma lista do que tem que ter o homem perfeito.»
Deus santo, Dulce esteve a ponto de deixar escapar um gemido, mas conseguiu reprimi-lo e não demonstrar outra coisa que interesse com a expressão da cara. Maldita seja, o que tinha feito Carol com a lista que tinha confeccionado? Agora todo mundo ia rir delas sem piedade, e aquela era uma dessas coisas que não se esquecem nunca. Já se estava imaginando dúzias e dúzias de fitas métricas amontoadas em sua mesa de trabalho todas as manhãs.
Leu o artigo a toda pressa, levianamente. Graças a Deus, não se mencionava nenhum de seus nomes. As quatro amigas figuravam como A, B, C e D. Ainda tinha vontades de retorcer o pescoço de Carol, mas agora não teria que atá-la, empalá-la e mutilá-la.
Ali estava a lista inteira, começando pela condição «fiel» no primeiro posto. A lista não ia mal até o número oito, «estupendo na cama», mas a partir daí se deteriorava rapidamente. O número nove o ocupava o requisito de «vinte e cinco centímetros» do Carol, junto com todos os comentários que o acompanhavam, incluído o seu próprio a respeito de que os cinco últimos centímetros eram sobras.
O número dez tinha que ver com o tempo que o homem perfeito deveria poder agüentar na cama. «Decididamente, mais que um anúncio de televisão» tinha sido o decreto mas bem mordaz do CAROL, que figurava como «senhorita D». Tinham estabelecido que meia hora era a duração ótima para fazer amor, sem contar o jogo prévio.
«Por que não?», dizia a senhorita C, que correspondia ao Dulce. «Isto é uma fantasia, não? E se supõe que uma fantasia deve ser exatamente o que alguém quer que seja. Meu homem perfeito tem que me proporcionar trinta minutos de empurrar, a não ser que se trate de um pó rápido, em cujo caso trinta minutos resultariam contraproducentes dada a finalidade da ocasião.»


Todas as mulheres riam a gargalhadas, de modo que Dulce imaginou que devia mostrar alguma expressão no rosto. Só esperava que fosse de surpresa mais que de horror. O homem —não estava segura de que se chamava Cary ou Craig, um pouco parecido— se estava pondo mais avermelhado a cada minuto que passava.
— Não lhes resultaria tão engraçado que um grupinho de homens dissesse que sua mulher ideal teria que ter as tetas grandes —exclamou ao mesmo tempo que ficava de pé.
— OH, vamos —disse a Dominica, ainda sorrindo. — Como se aos homens não gostasse das tetas grandes desde que engatinha. Resulta agradável ver uma pequena revanche.
OH, genial. Uma guerra entre sexos. Dulce se imaginou como iriam estender as conversações como aquela por todo o edifício. Obrigou-se a sorrir e devolveu a folha do boletim.
— Imagino que vamos ter história para momento.
— Está de brincadeira? —disse a Dominica com um largo sorriso. — Eu vou emoldurar minha folha e a pendurá-la onde meu marido a veja pela manhã, nada mais ao despertar, e onde seja o último que veja de noite ao ir-se à cama!
Assim que Dulce retornou a seu escritório, marcou a extensão do Carol.
— Adivinha o que acabo de ver no boletim —disse, procurando manter o tom grave.
— Maldita seja — gemeu Carol em voz alta. — É muito horrível? Ainda não o vi.
— A julgar pelo que tenho lido, é absolutamente literal. Maldita seja, Carol, como pudeste fazê-lo?
— Tem que pagar um quarto de dólar por haver dito um palavrão —disse Carol automaticamente. — Foi um acidente. Não quero falar muito aqui, no escritório, mas se comermos juntas te contarei o que aconteceu.
— De acordo. No Railroad Pizza às doze. Vou chamar ao CAROL e a Maite; provavelmente também quererão vir.
— Isto se parece com um linchamento —comentou Carol em tom dolorido.




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Autor(a): natyvondy

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— Poderia ser —replicou Dulce, e desligou. Railroad Pizza se encontrava a uns oitocentos metros do Hammerstead, motivo pelo qual era um lugar muito freqüentado pelos empregados. Tinha um florescente negócio de comida para levar, mas também dispunha de meia dúzia de mesas. Dulce escolheu uma mesa com sofás situada ao fundo, onde ...


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Comentários da Fanfic 109



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  • vondyatrevidinha Postado em 20/06/2012 - 13:56:22

    Oh My Gosh! A Dulce é diva até na hora de brigar!kkkkk... mas esse bêbado é mt folgado mermo (não q tds os outros não sejam u.u) #PostaMais!

  • vondyatrevidinha Postado em 20/06/2012 - 13:56:22

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  • vondyatrevidinha Postado em 20/06/2012 - 13:56:21

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