Fanfics Brasil - 8 O homem perfeito - vondy - adaptada

Fanfic: O homem perfeito - vondy - adaptada


Capítulo: 8

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Dulce esteve em tensão o resto do dia, aguardando outros sucessos. Imaginava o nervosa que devia estar CAROL porque se aquilo saía à luz e Galan chegava a inteirar-se, amarguraria a existência ao CAROL durante toda a vida. No que se referia ao resultado final, CAROL era a que mais tinha que perder. Carol estava imersa em uma relação, mas pelo menos não estava casada com o Poncho. O que Maite tinha com o Shamal King era como muito uma relação intermitente, sem compromisso.
Das quatro, Dulce era a que teria menos dificuldades se chegavam a revelar-se suas identidades. Não tinha relação alguma, tinha renunciado aos homens, e não respondia ante ninguém exceto ela mesma. Teria que suportar as brincadeiras, mas isso era tudo.
Uma vez que analisou a situação e chegou a essa conclusão, deixou de preocupar-se tanto. De modo que, o que importava que algum palhaço do escritório tentasse fazer uma brincadeira? Estava preparada para lhe plantar cara a qualquer imbecil.
Aquele estado de ânimo lhe durou até que chegou em casa e se encontrou com que Xuxu, em um intento de fazê-la ver o muito que o desgostava ter que viver em uma casa desconhecida, tinha destroçado completamente os almofadões do sofá. Havia pedaços de enchimentos espalhados por todo o salão. Fechou os olhos e contou até dez, e depois até vinte. Não merecia a pena enfurecer-se com o gato: provavelmente não o entenderia, nem tampouco lhe importaria o mínimo.
Ele era uma vítima daquelas circunstâncias tanto como o era ela. Miou quando Dulce tratou de tocá-lo. Quando fazia isso, normal-mente o deixava sozinho, mas em um arranque de comiseração o levantou do chão e afundou os dedos no cabelo para lhe massagear os flexíveis músculos do lombo.
— Pobre gatinho — Não sabe o que ocorre, não é verdade?
Xuxu respondeu com um grunhido, mas em seguida danificou o efeito convertendo-o em um grave ronrono.
— Já só tem que agüentar quatro semanas e cinco dias. Isso faz trinta e três dias. Poderá me suportar todo esse tempo, não é verdade?
O gato não parecia estar muito de acordo, mas nada lhe importava enquanto ela continuasse lhe massageando as costas. Dulce o levou a cozinha, deu-lhe de comer e depois o depositou no chão com um camundongo peludo de brinquedo para que se entretivesse.
De acordo. O gato lhe estava fazendo migalhas a casa. Podia suportá-lo. Sua mãe ficaria horrorizada pelos destroços e os pagaria, naturalmente, assim, em conjunto, Dulce só estava sofren-do ligeiros desconfortos.
Estava impressionada por sua própria maturidade.
Serviu-se um copo de água, e enquanto estava ali de pé junto à pia seu vizinho chegou a casa. Ao ver aquele Pontiac marrom, notou que sua maturidade começava a desaparecer pelo ralo, mas o carro estava silencioso, de modo que era evidente que o dono tinha posto um silenciador. Se ele se estava esforçando, também o faria ela. Mentalmente, pôs a tampa no ralo.
Observou pela janela como o vizinho desembarcava do carro e abria a porta da cozinha, que estava em frente da de Dulce. Levava umas calças largas e uma camisa branca de vestir, com uma gravata solta ao redor do pescoço e uma jaqueta jogada sobre o ombro. Tinha aspecto de cansado, e quando se voltou para entrar na casa, Dulce viu a pistola grande e negra que levava na capa do cinturão. Aquela era a primeira vez que o via vestido com outra coisa que não fosse roupa velha e suja, e se sentiu um pouco desorientada, como se o mundo se desfocou. Saber que era polícia e vê-lo como polícia eram duas coisas distintas. O fato de que fora vestido a paisana em lugar de usar uniforme indicava que não era agente de patrulha, mas sim como mínimo tinha o distintivo de detetive.
Seguia sendo um tipo, mas era um tipo com responsabilidades, de modo que possivelmente ela devesse ser um pouco mais compreensiva. Não tinha forma de saber se estava dormindo, a não ser que batesse na porta para perguntar-lhe o qual era mas bem contraproducente se não desejava incomodá-lo enquanto dormia. Limitaria-se a não cortar a grama quando ele estivesse em casa, e ponto. Isso não queria dizer que não fora a lhe arrancar uma tira daquela pele de rinoceronte cada vez que ele a incomodasse, pois o que era justo era justo, mas sim que tentaria levar-se bem com ele. Afinal de contas, era provável que fossem vizinhos durante 7 anos.
Deus, aquele pensamento resultava do mais deprimente.
Sua maturidade e caridade para tudo tinha durado... OH, um par de horas.
Às sete e meia, se recostou em sua enorme e cômoda poltrona para ver um pouco a televisão e ler um momento. Freqüentemente fazia ambas as coisas de uma vez, pois supunha que se saía na televisão algo que fosse interessante de verdade, atrairia sua atenção. Uma xícara de chá verde fumegava lentamente a seu lado, e a cada tanto se antioxidava tomando um pequeno gole.
Nisso, um forte golpe rompeu a quietude da pequena vizinhança.
Dulce se levantou da poltrona a toda pressa, deslizou os pés nas sandálias e correu à porta principal. Conhecia aquele som, pois o tinha ouvida centenas, milhares de vezes em sua infância, quando seu pai a levava a lugares de provas nos que via como batia um carro contra outro.
Por toda a rua se acendiam luzes de alpendres; abriam-se portas pelas que apareciam as cabeças de curiosos como se fossem pequenas tartarugas saindo de sua carapaça. Cinco casas mais à frente, iluminado pela luz da esquina, havia uma massa de metal retorcido.
Dulce se precipitou rua abaixo com o coração desbocado e o estômago encolhido, fazendo provisão de forças pelo que pudesse ver e tratando de recordar o básico dos primeiros auxílios.



Naquele momento já havia outras pessoas saindo de suas casas, em sua maioria anciões, as mulheres em bata e sapatilhas ou com roupa informal, os homens com camisetas interiores sem mangas. Ouviam-se várias vozes de crianças, excitadas e agudas, junto com as de mães que tentavam manter a seus filhos no redil, enquanto os pais diziam:
— Atrás, atrás, poderia explodir.
Depois de haver visto numerosas colisões, Dulce sabia que não era provável que tivesse lugar uma explosão, mas sempre existia a possibilidade de um incêndio. Justo antes de chegar ao automóvel sinistrado, abriu-se de repente a porta do condutor e saiu de atrás do volante um homem jovem em atitude beligerante.
— O que acontece, que saco! —chiou, olhando fixamente a destroçada parte dianteira de seu carro. Tinha golpeado por detrás um dos carros que estavam estacionados com o passar do meio-fio.
Uma moça chegou correndo da casa situada justamente ao lado, com os olhos aumentados pelo horror.
— OH, Meu Deus! Meu carro!
O jovem beligerante se dirigiu para ela.
— Este carro é teu, vadia? Que merda faz estacionando-o na rua?
Estava bêbado. Os vapores alcançaram o nariz do Dulce, que deu um passo atrás. A seu redor ouviu como a preocupação coletiva dos vizinhos se ia convertendo em asco.
— Que alguém vá procurar ao Christopher —ouviu dizer um ancião.
— Já vou eu.
A senhora Kulavich pôs-se a andar rua abaixo, todo o rápido que lhe permitiam suas sapatilhas de felpa.
Sim, onde estava?, perguntou-se Dulce. Todos os que viviam naquela rua se encontravam ali fora.
A jovem cujo carro tinha ficado destroçado estava chorando com as mãos sobre a boca enquanto contemplava o sinistro. A suas costas havia dois meninos pequenos, de uns cinco e sete anos, de pé na calçada com expressão desconcertada.
— Maldita vadia —rugiu o bêbado, dirigindo-se para a jovem.
— Não —interveio um dos vizinhos. — Cuidado com essa língua.
— Que lhe encha o saco, vovô. —Chegou até a mulher que chorava e a agarrou com uma mão pelo ombro para obrigá-la a voltar-se.
Dulce saltou para frente em um arrebatamento de ira que lhe alagou o peito.
— Não, colega —lhe disse em tom duro. — Deixa-a em paz.
— Sim —disse a suas costas a voz trêmula de algum ancião.
— Que lhe enchem o saco a ti também, vadia —disse ele. —Esta maldita puta me destroçou o carro.
— Você te destroçaste o carro sozinho. Está bêbado e chocaste contra um carro que estava estacionado.
Dulce sabia que era um esforço inútil; não se podia raciocinar com um bêbado. O problema era que aquele tipo estava precisa-mente o bastante bêbado para ser agressivo, mas não o suficiente para cambalear-se. Deu um empurrão à mulher, que tropeçou para trás, travou-se com um salto na raiz que sobressaía de uma das grandes árvores que haviam na rua e caiu escancarada sobre a calçada. Lançou um grito, e seus filhos gritaram e romperam a chorar.
Dulce arremeteu contra ele e o investiu por um lado. O impacto o fez cambalear-se. Tentou recuperar o equilíbrio, mas em vez disso se desabou sobre sua nádegas com os pés no ar. Conseguiu incorporar-se fazendo um esforço, e se lançou contra Dulce acompanhando-se de outro pitoresco palavrão.
Esta se afastou para um lado e lhe pôs a rasteira. Ele deu um tropeção, mas dessa vez conseguiu manter-se erguido. Quando se deu a volta, tinha o queixo baixo, colocada para o peito, e os olhos injetados em sangue. OH, merda, desta vez sim a tinha feito boa.
Dulce adotou automaticamente a postura de boxear, aprendida das muitas brigas com seu irmão. Aquelas brigas se perdiam no passado, e Dulce supôs que estavam a ponto de lhe dar uma boa sova, mas possivelmente pudesse lançar uns quantos murros bem colocados.
Ouviu vozes excitadas e alarmadas a seu redor, mas lhe pareceram estranhamente distantes, pois estava concentrada em seguir viva.


 


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Autor(a): natyvondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 109



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  • vondyatrevidinha Postado em 20/06/2012 - 13:56:22

    Oh My Gosh! A Dulce é diva até na hora de brigar!kkkkk... mas esse bêbado é mt folgado mermo (não q tds os outros não sejam u.u) #PostaMais!

  • vondyatrevidinha Postado em 20/06/2012 - 13:56:22

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  • vondyatrevidinha Postado em 20/06/2012 - 13:56:21

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  • vondyatrevidinha Postado em 20/06/2012 - 13:56:21

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  • vondyatrevidinha Postado em 20/06/2012 - 13:56:20

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  • vondyatrevidinha Postado em 20/06/2012 - 13:56:20

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