Fanfic: O Preço da Felicidade - Vondy | Tema: Romance/Drama

Capítulo 11: Um Dia Normal...

Acordei antes mesmo do sol aparecer. Tomei um banho, escovei os dentes e antes de sair, entrei com cuidado ao quarto de meu irmão para verificar se estava tudo bem. Miguel tinha cerca de 5 anos e era totalmente diferente de mim. Não preciso nem dizer que não contarei mais nada sobre ele ou sobre minha casa.

Segui em direção a praça que ficava bem próximo de onde eu morava. Era um local comercial e várias barraquinhas se erguiam em toda parte. Passei perto a barraca de Amanda, uma conhecida.

- Vou levar para ele mais tarde – falou ela ao me ver.

- Tudo bem, ele está dormindo agora.

Amanda era uma velha conhecida no local e me ajudava bastante a cuidar de Miguel.

- Fiquei sabendo sobre uma confusão... – ela começou a dizer.

- Desculpe, tenho que ir. Por favor, não esqueça de levar para ele.

Ela sorriu, assentido. Conversar sobre certos assuntos eram perigosos onde eu morava e ela sabia disso. Segui mais adentro da praça até, perto a uma barraquinha de salgadinho, avistar meu parceiro, Vincent.

- Por que os deixou viver? – disse ele logo ao me ver. – Sabe que isso causará problemas no futuro.

Vicente era estrangeiro. Tinha um sotaque bastante forte e as vezes dava vontade de rir dele. Tinha, com certeza, mais de trinta anos, mais eu não sabia ao certo.

- Eu não podia mata-los. Tinha uma civil...

- Não acredito que hesitou só por causa de uma pessoa... – me interrompeu.

- Era de fora – completei.

Ele me olhou, supresso.

- Fora? – se aproximou ainda mais – Seriam eles?

Difícil... nós não estávamos chamando tanta atenção.

- Não. Mas avise o pessoal para tomar cuidado. Tenho que ir...

Me afastei. Vincent pigarreou e virei apenas meu rosto para traz.

- Ainda brincando de escolinha?

Continuei em frente sem lhe responder. Ele apenas solto um de seus sorrisos sarcásticos.

Segui em direção ao ponto de ônibus. Mas antes, passei em casa para pegar meus materiais. Para chegar até a escola, eu precisava pegar cerca de dois ônibus. E ainda andar cerca de dois quarteirões. Era bem cansativo, mas eu já havia me acostumado.

Quando cheguei, já havia uma boa quantidade de alunos. E com sempre, por onde eu passava, o pessoal saia do meu caminho e me olhava com medo. Acho que eu era conhecido como o “bad boy” da escola, apesar de sequer ter me metido em uma briga ali. Nunca se quer ameacei alguém.

Era mais uma vez o humano mostrando seu poder de julgar. Não que eu deseja-se que eles me tratassem diferente. Era até melhor assim...

Entrei em minha sala. Todos olharam para mim. O professor ainda não havia chegado. Andei até minha carteira (a última da primeira fila) e me sentei. Cruzei os braços e ali fiquei até a aula começar.

Enquanto as aulas passavam, eu sempre percebia algumas garotas comentando algo entre si enquanto olhavam para mim. Os professores evitavam me perguntar algo sobre tarefas, mas eu sempre as fazia ou então não teria sentido em ir estudar.

Eu não tinha amigos. Para falar a verdade, eu nem sabia o significado dessa palavra. As vezes, eu observava um colega que se sentava a minha frente, ficar vários minutos olhando pela janela e naquele dia ele estava fazendo isso. Curioso, também olhei. Só havia o clube de atletismo treinando. Acho que já entendi...

O sinal avisando o fim das aulas tocou. Meu colega saio em disparada na frente. Peguei lentamente meus materiais e segui para fora da sala. Quase acabei trombado com uma garota da sala ao lado que veio correndo e entrou em minha sala.

Ouvi no corredor um boato de que havia aberto uma lanchonete nova na redondeza. Decidi ir da uma olhada, se fosse bom, eu pensaria em levar Miguel uma outra vez. Passei pelos corredores sendo novamente alvo de olhares de medo.

Na saída, um grupo de garotas estava olhando para mim enquanto riam e tentavam empurrar uma garota em minha direção. Era uma aluna do primeiro ano, de cabelos castanhos e olhos verdes. Acho que tinha uns dois a três anos a menos que eu.

Ela se aproximou e tentou falar comigo. Apenas passei direto. As amigas delas ficaram surpresas com minha atitude e pude escutar alguns palavrões. No caminho para a lanchonete, dois alunos passaram por mim de bicicleta. Reconheci que um deles era o meu colega que se sentava na minha frente, e o outro era a garota que quase havia trombado em mim.

A lanchonete ficava logo em frente. Quando entrei, muito olharam e minha direção. Apenas segui e me sentei em uma das mesas vazias...

Fim da Narração