Fanfic: O Preço da Felicidade - Vondy | Tema: Romance/Drama

Capitulo 52: Surpresa

Narrado por Anahi

   Cheguei ao portão da escola o mais rápido que pude. Poncho estava descendo a rua, provavelmente para pegar o ônibus. Coloquei um óculos escuro e amarrei meu cabelo enquanto andava devagar a uma boa quantidade de distância. Eu dificilmente usava esse estilo na escola, então seria mais dificil alguem me reconhecer (ser abordada por algum colega ou algum rapaz tentando me convidar para sair seria a pior hora possivel naquele momento).

   Poncho entrou no ônibus. Me apressei e entrei logo em seguida. De relance pude ver que estava na última cadeira da última fileira, bem tipico dele. Me sentei na primeira cadeira vaga a minha frente. As chances dele me reconhecer eram menores.

   Algum tempo se passou. Pude notar minhas mãos tremerem de nervosismo. Eu sabia aonde iriamos. Para a mesma região na qual eu havia sido atacada semanas antes. Dessa vez eu iria tomar mais cuidado, não teria a mesma sorte de novo. Claro, isso se Poncho fosse mesmo o cara que eu estava procurando.

   As vezes eu pegava o celular e usava o reflexo da tela para tentar checar como Poncho estava. Com um pouco de dificuldade eu podia enxergá-lo. Na maioria das vezes colocava com o rosto encostado na janela fechada, as luzes da cidade passando. Pensativo, como quase todas as vezes que eu tinha oportunidade de observá-lo.

   O dia foi acabando, não iria demorar para o sol se por. O ônibus chegou a sua última parada e tive que ser obrigada a descer para que Poncho não supeitasse. Se eu esperasse era capaz dele perceber.

   Andei alguns metros, o celular em minhas mãos. Consegui visualizar se relance ele descer. Virei para a esquerda, logo atrás de um muro. As casas nessa região eram simples e bem próximas umas as outras. Em sua maioria não aparentavam ter 3 comodos. As ruas também eram estreitas, quase um labirinto para alguem despreparada como eu.

   Poncho começou a descer a rua, uma boa quantidade de pessoas a sua volta seguindo diferentes direções. Era minha chance de me misturar a elas. Ele desceu algumas quadras, sempre olhando para frente. Vez ou outra alguém acenava para ela. Parecia ser uma pessoa conhecida nessa região, bem conhecida.

   Comecei a notar que as casas iam ficando cada vez mais precárias a medida que ele avançava a seu destino. De tijolos, as paredesse transofaram em lonas e tábuas. Em uma das ruélas que Poncho estava a quase meia hora andando, pude notar que levava a um local mais aberto. Já não existia asfalto a um bom tempo, era somente cascalho e terra.

   Era extremamente simples, com tábuas de vários tamanhos servindo como paredes e uma lona bem grande cobrindo uma parte. Havia uma janela pequena em um dos cantos, estava com um dos vidros quebrados e os que haviam pernacidos inteiras tinham poeira suficiente para não conseguir ver nada do outro lado, mas dava para notar que uma lâmpada estava acessa. Era assim a casa de Poncho.

   Ele levou a mão a maçaneta e entrou. Como a casa ficava de frente a uma área aberta, precisei me esconder nas proximidades. Estava bem dificil de ver a minha frente, tendo em vista que não havia postes de luz e a maioria das casa se tinha no máximo uma lâmpada acesa.

   O frio começou a me perseguir e tive que começar a esfregar meu corpo. Nunca pensei que chegaria ao ponto em que eu estava naquele momento. Olhei a tela do celular, marcava 20:32. Estava começando a ficar tarde, logo meu pai ligaria.

  A maçaneta girou. Poncho surgiu de costas para rua, parecia olhar algo dentro da sua cabana. Seu celular tocou, ele fechou a porta e atendeu.

- Sim, já estou a caminho.Temos muito o que conversar.

   Logo após desligar seu telefone, começou a andar. Fiquei o observando sair da área. Eu deveria segui-lo, mas algo me dizia para olhar aquela cabana. Talvez tivesse algo ali que pudesse me dar alguma pista.

   Sorrateiramente me aproximei da porta, era de madeira assim como o resto da casa. Havia algumas fissuras e pude ver o piso do outro lado, além de algum móvel que talvez fosse um guarda roupas. A casa não deveria ter dois cômodos no máximo, o suficiente apenas para Poncho viver. Era seguro eu entrar, presumi.

   Abri a porta devagar, havia notado que ela fazia barulho ao se movimentar. Meu coração acelerava. Eu sentia que estava perto do que tanto procurava, mais perto do que nunca.

- Irmão? – uma voz fina ressoou pela casa.

   Olhe automaticamente para a direita. Ao canto da parede havia um colchão.

- Irmão,  você voltou?

  Uma criança estava deitado nele.

Fim da Narração