Fanfic: O Preço da Felicidade - Vondy | Tema: Romance/Drama

Capítulo 07: Ajudante

Passei a aula inteira pensando no que fazer. Eu precisava realmente da ajuda de alguém da outra sala, alguém que eu tivesse certeza de que não poderia ser o rapaz (obvio que se eu oferece-se justamente para o rapaz que eu queria descobrir, ele saberia de minha investigação) e que pudesse me ajudar.

O problema era que eu não conhecia ninguém daquela sala, pelo menos, não o suficiente para pedir um favor. Droga... e agora, o que eu faria?

Fiquei observando o clube de atletismo treinar lá em baixo. Eu digo em baixo porque eu sentava na janela do primeiro andar. É, minha escola é bem grande, mas isso não vem ao caso agora, eu precisava encontrar uma maneira de continuar minha investigação.

- Ei... – disse alguém sentado atrás de mim. – Pensando na vida de novo?

Deixei um sorriso aparecer ao canto do rosto.

- O que é agora, Maite?

Maite era uma das colegas que eu conversava, não posso dizer que era minha amiga, mas eu gostava dela. Ela era simpática e também pegava no meu pé assim como as outras por causa do meu jeito. Certo, descrição bastante rasa essa, mas não conheço muito ela.

- Nada... só que o pessoal tá querendo saber se você que ir em uma lanchonete nova que abriu esses dias.

- Hum... não sei...

- Vai ser legal. Conseguimos fazer alguns garotos do terceiro ano e do segundo ao lado irem. É a sua chance.

Virei meu rosto um pouco para o lado para poder encara-la.

- Como assim “chance”?

Ela sorriu para mim.

- Você sabe... de encontrar um cara legal...

Revirei os olhos e voltei para frente.

- Não estou atrás de macho – anunciei.

- Mais uma vez, desperdício de beleza – disse alguém sentada ao eu lado. – Fala isso só porque é bonita e pode pegar quem quiser.

Era Mariana, outra de minhas colegas com a mentalidade do “desperdício”.

- Você é mais bonita que eu Lali – falei. Ela gostava que a chamassem assim. – E que história é essa de pegar quem quiser? Parece papo de garoto.

Ela me deu a língua, como sempre fazia...

- Preconceito de sua parte pensar assim – disse ela.

- Pode até ser, mas você fala como se eu tivesse essa bola toda. Fato que nenhum garoto veio tentar se assanhar por meu lado esses dias - o que me era um alivio.

 - Nem mesmo o Peter? – perguntou ela, fingindo não estar muito interessada na resposta.

Olhei para Maite, que deixou um suspiro sair. Lali tinha um daqueles amores não correspondidos, típico de adolescentes. Eu a achava a mais bonita da sala. Não que beleza fala-se como ela era. Mas era só isso que eu podia afirmar, que ela era bonita e que aparentava gostar de Peter, um garoto que estudava na sala ao lado.

- Não, e nem vou dar bola se ele vier – lhe avisei.

- Você já não pediu ele em namoro? – perguntou Maite.

- Claro que não! – disse Lali assustada. – Peter e eu somos amigos, vocês sabem muito bem disso. Eu só... só estava pensado...

- Por que? – perguntou Maite. – Ele está interessado nela?

O sinal tocou. Lali apressada se levantou e saio na frente simplesmente para não responder a pergunta. Era obvia a resposta. Mas eu nem ligava para o que aquele garoto sentia por mim, só tinha pena de minha colega...

Peguei meus materiais e sai da sala. Maite veio logo atrás e começou a insistir para que eu fosse a essa tal lanchonete.

- E ai, vai ou não? Olha, além de mim a...

- Te vejo na saída, preciso fazer uma coisa antes – disse eu a deixando para traz e seguindo para a sala ao lado.

Maite ainda gritou um “espera!”. Eu já havia adentrado a outra sala. Havia poucos alunos que ainda estavam dentro. Nenhum deles eu conhecia bem, e certamente, nenhum parecia ser o rapaz da noite passada. Desanimada, segui sem pensar em direção a janela da sala, para ver a vista dali. E quando me aproximei, percebi que havia um garoto escondido em meio a algumas árvores. Ele tinha a mesma camisa que o pessoal dessa sala. Foi então que enxerguei uma possível solução.

Correndo, segui até onde ele estava. Eu conhecia aquele garoto, seu nome era Christopher e era um dos poucos que não haviam se metido a tentar se declarar para mim.

Me aproximei devagar para ver o que ele estava fazendo. Quase sorri ao perceber que o garoto usava um binóculo. Era mais do que obvio que ele estava espiando as garotas. Não... ele parecia o tipo de cara que só olhava para uma. E observando aquela cena, percebi que finalmente poderia ter encontrado a ajuda para minha investigação...   

Fim da Narração