Fanfic: Innocent AyA | Tema: Ponny

Flashback on

Um mês se passara desde que Anahí fora embora de Madri. Já voltava de uma nova missão. Planejava como iria ter o filho longe das garras de Rodrigo, pensara em ir para o Brasil e lá ter seu filho em paz. Pelo o que sabia o país não era dos melhores, mas tinha consciência de que Rodrigo não iria atrás dela lá porque tivera alguns problemas com o visto naquele país.

Caminhava num corredor estreito de uma casa em Bahamas, o novo paraíso fiscal escolhido por Rodrigo. A missão já tinha sido cumprida, faltava agora fechar os últimos detalhes para suas próximas duas missões e as merecidas férias. Ela havia feito essa escolha, pois assim conseguiria deixar a barriga crescer longe dele e ainda poderia ter seu filho em paz.

Estava até que feliz, passara no médico e verificara se seu bebê estava bem. Conseguira até ouvir as primeiras batidas do coração dele e não conseguiu evitar o choro. Era incrível como uma vida podia se desenvolver dentro dela. No ultrassom vira o formato dele e já podia imaginar como se pareceria com Alfonso.

Mas tudo o que é bom dura pouco, Anahí estava de volta ao covil do lobo. Ou pior, ao covil de Rodrigo. Batera na porta e entrara sem nem esperar a permissão dele. Mas, ao contrário do que esperava ver, Rodrigo estava de pé, nervoso.

- Que bom que chegou senhorita Portilla! – deu um sorriso amargo.

- O que quer Rodrigo? – perguntou rispidamente. Mais para disfarçar o medo do que qualquer outra coisa.

- Que bom que percebeu que estou uma fera com você! – elevou o tom e bateu com força na mesa do escritório.

- E por quê? – manteve a postura firme.

- Ah não sabe? – zombou – Ótimo! Assim posso ser direto! Você está grávida do Herrera!

- Não estou!

- Você não entendeu querida! Isso não foi uma pergunta! Estou afirmando categoricamente que sim, você está grávida daquele lá! – gritou, os olhos vermelhos de raiva.

- O que? Co-Como... – as palavras morreram. Quem havia contado?

- Ninguém me contou Anahí! – adivinhou a perguntou que viria – Fiquei sabendo porque tenho capangas que te seguem em cada missão!

- Você o que? – perguntou indignada. Já ouvira sobre isso, mas nunca levou fé.

- Exatamente isso querida! A sua ida ao médico foi vistoriada por uma pessoa de minha confiança. Ao contrário de você, que acabou com toda a confiança que tinha.

- Ok! – se exaltou – E se eu estiver mesmo grávida? O que fará a respeito disso?

- Eu? Nada! A pergunta é: o que você vai fazer?

- Vou ter meu filho longe de você! – cuspiu.

- Claro! Nesse caso terei que interferir...

- O que vai fazer? – perguntou enquanto recuava para perto da porta.

- Simples! Você escolhe: ou aborta ou eu mesmo acabo com essa merda de vida que você carrega no ventre!

- Você não tem o direito... – disse entre dentes.

- Ah tenho! Tenho esse direito desde o dia em que você abandonou Madri e veio comigo para cá!

- Você é um lixo! – grunhiu e tocou na maçaneta da porta.

- Posso até ser, mas bem que você gostava, não é mesmo? – riu.

- Seu nojento! Eu nunca gostei de nada que tenha a ver com você! Nada! Entendeu bem? – gritou.

- Não foi isso que você disse na nossa primeira noite amor! – se aproximou dela.

- Sai de perto de mim! – abriu a porta e tentou correr, em vão, o corredor estreito impedia uma fuga e um cara enorme estava parado bem a frente dela.

- Não vai fugir do seu destino Anahí! – sorriu – Já que não quer tirar esse bebê nojento por bem, será por mal mesmo...

- Você não vai fazer nada contra nós, ouviu bem? – as lágrimas de raiva encharcavam seu rosto.

- Eu não! Não sujarei minhas mãos com esse mini Herrera! Mas o médico para onde irei te levar sim...

- Eu não vou!

- É, eu sei que não. Pelo menos não por vontade própria, mas sabe, tenho algumas coisas que podem ajudar...

- O que? – perguntou incrédula quando o viu colocar um líquido em um lenço.

- O nosso combinado Anahí era que você deixaria o passado para trás e voltaria a ser a Anahí Portilla de sempre, mas com esse bebê você não irá ser a mesma.

- Posso ser!

- Eu não acredito nisso querida... Ser mãe significa muitas mudanças, novas responsabilidades e isso inclui o abandono da sua profissão. Não quero você fora dos meus negócios...

- Isso só eu posso decidir!

- Você nunca decidiu nada sozinha Anahí! – soltou um riso – Não será agora que virará independente. Você depende de mim, assim como há alguns anos dependia dos seus pais.

- Você não vai tirar o meu filho de mim! Eu não vou deixar! – gritou em desespero.

- Segure ela! – ordenou para o homem parado atrás de Anahí. Ela não teve tempo de reação, logo seus braços estavam presos nas mãos dele. Rodrigo se aproximou dela com o pano na altura de seu nariz.

- Shh vai ficar tudo bem... – ele dizia calmo.

- Me solta! – se debatia e virava a cabeça de um lado para o outro.

Mas ninguém poderia salvá-la, nada poderia evitar o inevitável. Aquele pano continha um calmante forte, Anahí aspirou um pouco o líquido e já caíra mortificada nos braços do capanga.

O resto parecia ter sido um pesadelo. A memória dela tinha sido apagada durante certo período. Tudo de que ela se recordava era ter acordado em uma maca em um quarto escuro e ter sentido um vazio que jamais sentira, seu filho já não estava mais em seu ventre...

Flashback off