Fanfic: Innocent AyA | Tema: Ponny

Ponce jazia no chão. Parecia não ter mais sinal nenhum de vida. Anahí arregalou os olhos e começou a olhar para todas as direções, precisava achar o culpado daquilo. Levantou-se da mesa, uma aglomeração se formava. Ela foi no contra fluxo mesmo e percorreu a rua com os olhos, quem quer que tenha sido não seria tão rápido assim.

Ela viu um prédio à frente do café. Verificou janela por janela até encontrar o culpado: Kuno! Claro! Por isso ele não era estranho a ela em Madri! Kuno era um dos capangas de Rodrigo, mais um em meio a vários.

Então era isso? Ele era o que ficava em sua cola o tempo todo? Teve a impressão de que ele a viu. Suou frio. Não poderia ser pega, muito menos por ele. Estancou. Parecia em um transe profundo. Não vira quando Kuno saiu nem quando Alfonso gritara por seu nome. Aquilo tudo era um choque, um choque que ela nunca tinha tomado.

- Anahí! – Alfonso gritou ainda mais alto, fazendo-a despertar. Os olhos ainda aflitos mostravam medo.

- O-o que aconteceu? – gaguejou olhando para o corpo de Ponce.

- Não sei! Ele... – Alfonso respirou fundo – Já chamei a ambulância, eles estão vindo...

- Mas ainda está vivo?

- Creio que não... – suspirou.

Anahí abaixou até o corpo de Ponce e segurou-lhe o pulso. Nenhuma pulsação, nenhum sinal de vida. Fechou os olhos fortemente e deixou as lágrimas inundarem seu rosto. Só agora percebia a consequência de suas ações. Precisava de um baque forte para poder entender que ela era apenas uma parte do jogo, uma peça que destruía tudo o que via pela frente.

- Acho difícil alguém conseguir reanimá-lo... – Alfonso comentou – Três tiros, um na altura do pescoço, outro na cabeça e um no coração... Foi tão rápido... Como não conseguimos perceber nada? – Alfonso ameaçava a chorar, a voz já alterada.

- Eu... Eu sinto muito Poncho! – Anahí escondeu o rosto entre as mãos. Não aguentava mais aquilo, era sufocante demais, torturante demais.

A ambulância e os médicos chegaram com pressa. Colocaram Ponce na maca e realizaram os procedimentos legais. Alfonso, num impulso, puxou Anahí para um abraço. Ela chorou ainda mais e sentiu algumas lágrimas caírem em sua cabeça, Alfonso também estava sofrendo.

- O senhor é? – um dos médicos perguntou.

- Alfonso Herrera, amigo de Ponce! – ele respondeu sem soltar Anahí.

- Sinto muito, mas não conseguimos reanimá-lo...

Alfonso apenas balançou a cabeça em afirmativa. Era uma dor triplicada, um sentimento inexplicável.

Anahí chorava por ter noção da realidade que a cercava. Falar em morte é totalmente diferente de vê-la. Já Alfonso sofria pela perda do amigo.

Um silêncio tomou conta do local. Logo o aglomerado de pessoas se desfez, todas cochichavam sobre o fato. Ninguém ali havia entendido coisa alguma. Muito menos o casal que continuava abraçado à espera de algo que pudesse lhes confortar.