Fanfic: Innocent AyA | Tema: Ponny

- Eu sei sobre o tráfico de mulheres... – despejei – Sei que vocês estão atrás dessa informação há anos. Tenho todas as informações de que necessitam! – fiz uma pequena pausa e observei Ian acenando para que eu continuasse – Eu fui vítima disso tudo, quer dizer, até certo ponto. Fui levada para a Holanda, meu corpo foi vendido e eu não ganhei nem um centavo em troca. O senhor deve conhecer a história, delegado. Isso não é nada diferente do que dizem por aí...

- Sei exatamente como funciona o tráfico senhorita...

- Portilla! Anahí Portilla.

- Certo, senhorita Portilla. Sei bem como é o esquema do tráfico de mulheres, vocês são seduzidas de alguma forma, colocadas em uma boate ou num prostíbulo qualquer e obrigadas a fazerem tudo que seja lucrativo para eles... Vou facilitar sua vida, resuma a história aos pontos que realmente me interessariam, se é que me entende... – ele estreitou os olhos e me encarou. Entendia perfeitamente o que queria dizer, dar a localização, revelar as informações relevantes para o caso, enfim, entregar a cabeça de Rodrigo numa bandeja.

I have hours, only lonely

Passo horas sozinho

My love is vengeance

Meu amor é uma vingança

That`s never free

Que nunca se liberta.

- Rodrigo Ruiz, esse é o nome dele – disse certa.

- Rodrigo Ruiz? – o delegado me olhou – De onde ele é?

- Não sei exatamente onde ele nasceu... Creio que em algum país cuja a língua seja o espanhol ou então os pais dele sejam de lá... – pensei um pouco, realmente não sabia muito sobre Rodrigo – Mas você pode encontrá-lo na Holanda ou Suíça, normalmente são os países que ele mais fica...

- Já ouvi falar sobre ele – Ian relaxou um pouco, o que me aliviou de certa forma – Mas infelizmente não sei muito... A polícia espanhola sabe mais e poderia ajudar mais, porém a senhorita está aqui, o que torna esse caso meu. Vou precisar de mais informações... – ele pareceu fazer uma nota mental sobre aquilo.

No one knows what it`s like

Ninguém sabe como é

To feel these feelings

Sentir essas coisas

Like I do. And I blame you

Como eu sinto. E a culpa é sua.

- Eu posso ajudar! – falei e ele repousou os olhos azuis cheios de sarcasmo em cima de mim novamente.

- Sério? – ele soltou um riso irônico – Você sabe tanto quanto eu!

- Sei mais!

- Tem certeza? Quer dizer, o tráfico não era nenhuma novidade. O cabeça do tráfico também não. Você só confirmou nossas hipóteses, nada além disso!

- Eu acho que o fato de ela ter confirmado já ajuda e muito! – Alfonso interveio.

- Em partes. Se não fosse ela poderia ser qualquer outra pessoa, até mesmo a polícia poderia chegar nessa conclusão sozinha!

Me segurei para não derramar uma gota de lágrima. No fim era verdade, eu sabia tanto quanto eles. Esse foi meu erro, eu não sabia jogar o jogo de Rodrigo e ele sabia disso, por isso nunca se importou em me impedir. No final, mesmo que eu tivesse coragem suficiente, nunca chegaria à verdade. Mas talvez houvesse um último apelo, talvez a última verdade, a única que eu sabia por inteiro: a parte da minha confissão.

- Mas nunca chegariam até o fato dos roubos e mortes! – disse e um silêncio se seguiu.

- Que roubos e mortes?

No one bites back as hard on their anger

Ninguém disfarça tão bem sua ira

None of my pain an` woes

Minha dor e desgraça

Can show through

Não podem ser demonstradas

- A polícia nunca ligou esse ponto... – soltei o ar pesarosamente – Por isso que estou aqui, para confessar a minha parte nisso tudo! Não sou apenas uma vítima do tráfico, passei a ser uma ladra na primeira oportunidade. Já ouviu falar sobre “ladras de luxo” doutor?

- Obviamente! Mas o que isso tem a ver com o caso Rodrigo?

- Rodrigo comanda tudo, tráfico, roubos e assassinatos. É uma quadrilha completa!

- Roubos? – assenti – Você roubava, certo?

- Sim. Mas alguém precisava me encobrir e apagar os rastros.

- Tudo comandado por Rodrigo?

- Sim!

- Entendo... – Ian me pareceu pensativo novamente – Como isso ocorre?

- Ele manda uma de nós atrás de algum milionário, conquistamos a pessoa, roubamos e saímos de cena. Nosso papel é meramente roubar. O trabalho sujo, de matar fica ao encargo de um dos vários capangas que ele tem – joguei as palavras com raiva em minha voz.

But my dreams, they aren`t as empty

Mas meus sonhos não são vazios,

As my conscience seems to be

Quanto minha consciência parece ser