Fanfic: Innocent AyA | Tema: Ponny

- Finalmente voltou! – Rodrigo exclamou em alto e bom som – Está perdendo a prática? Pensei que não fosse tão difícil assim se livrar de um reles motorista...

- E não é! A não ser que você esteja se passando por um policial e precisa tomar cuidado com qualquer pessoa próxima de você! – o olhou com ironia.

- Ótimo, ótimo! Agora temos que decidir o que faremos com ela! – olhou por sobre o ombro em direção à Anahí.

- Por que não a leva para Holanda? – Kuno sugeriu de forma simples.

- Porque ela não irá de livre e espontânea vontade! – disse óbvio – E tudo o que eu menos preciso nesse momento é de mais encrencas com a polícia!

- Você pode ameaçá-la, como sempre!

- Não funciona mais, infelizmente... O querido Alfonso está protegido pelos policiais!

- Mas e os amigos? Ela tem vários! Pode atingi-los também!

- Sim, mas este não é o momento! Vamos esperar a poeira abaixar. Por enquanto continuaremos aqui... Com Anahí nesse estado de inércia e toda a polícia voltada para o centro não há perigo – deu dois tapas nas costas do falso policial e caminhou para fora da pequena sala.

- E os negócios?

- Vão bem... Tivemos que amenizar um pouco as transações, mas nada muito brusco a ponto de nos levar à falência!

Os dois continuaram a conversar, sem ao menos reparar que logo atrás deles uma Anahí recobria os sentidos. Ela abriu os olhos com esforço, olhou à sua volta e logo se lembrou de tudo, sentiu nojo. Tentou se apoiar pelos braços e levantar, porém não conseguiu nada além de uma flexão de pouquíssimos centímetros. Não recuou e tentou novamente, até que sua força retornasse o suficiente para que pudesse rastejar até a mesa de Rodrigo.

O conhecia bem o bastante para saber onde achar uma arma. Ele sempre guardava na primeira gaveta à direita, pois isso facilitava qualquer incidente. Lembrava-se exatamente do discurso dele: “Tenha sempre por perto uma arma e nunca se descuide dela! Você não sabe quando terá que usá-la em eventuais incidentes... E sempre a guarde em algum lugar ao lado da sua mão boa! Isso é essencial!”

Fez o que pôde e conseguiu agarrar a gaveta, respirou fundo, sabia que a droga invadira seu consciente e agora tudo ficava turvo e difícil, mas também sabia que essa era uma batalha dela com a própria mente. Tentou se concentrar ao máximo e eliminar os resquícios de insanidade.

Sentiu o cabo frio da arma em suas mãos e a tirou rapidamente do local. Precisava reagir e fugir daquele local. Queria se explicar para Alfonso e viver finalmente sua vida.

- Pensa em como sair dessa agora Anahí, pensa! – sussurrava para si enquanto batia a cabeça contra a escrivaninha.

Não tinha mais tempo, fato. Ouviu alguns passos de aproximação e pela última vez respirou fundo, ignorou as dores, a insanidade e deixou a adrenalina se apossar de seu corpo. Levantou-se num rompante com a arma engatilhada e na mira da porta, andou até lá e topou com Rodrigo.