Fanfic: Innocent AyA | Tema: Ponny

Anahí estava sentada em sua cela. Parecia que aquele seria seu lar por um bom tempo. Fechou os olhos e deixou algumas lágrimas escorrerem pelo rosto. No fim nada aconteceu como planejara, a vida tinha sido cruel. Mas ela queria recomeçar, da forma certa, merecia essa chance ao menos. Um barulho de chaves se tornou audível e ela secou o rosto rapidamente. Olhou para a grade e viu um agente abrindo-a.

- Visitas... – ele disse somente.

Anahí assentiu e o acompanhou. Provavelmente era Christopher ou Dulce... “Ou Alfonso”, pensou. Sacudiu a cabeça, aquela era a opção menos provável. Mas, como em um passe de mágica, o que pensava ser impossível se tornou real. Ela o viu sentado na pequena sala, cabisbaixo.

- Poncho? – abriu um sorriso casto.

- Annie... – e o sorriso se intensificou ao ouvir o apelido. Sem jeito, ela sentou, queria abraça-lo, mas sabia que era pedir demais.

- Como... Como você está? – Anahí começou ao ver que ele apenas a mirava.

- Normal... E você? – ela deu de ombros.

- Melhor agora... – deu um meio sorriso. Céus, como Alfonso lhe fazia bem.

- Ucker conseguiu sua transferência... Hoje mesmo voltamos para Madrid...

- É muito bom saber disso!

- Maite quer que você seja madrinha do casamento dela...

- Mai? – ela se surpreendeu – Ela e Chris...? – ficara muito tempo fora e não estava atualizada.

- Sim, daqui cinco meses...

- Ok, por essa eu não esperava! – disse sincera e se recostou na cadeira. O encarou por um instante e moveu os lábios – Me perdoa por tudo, Poncho! – tocou a mão dele que estava na mesa.

Ele observou o ato e seu corpo tencionou imediatamente. Não queria aquele toque, aquilo só o deixava ainda mais em dúvida.

- Eu vou ser o padrinho com você... – mudou de assunto depois de um minuto em silêncio. Anahí relaxou instintivamente.

- Ainda há chances para nós dois? – perguntou. Precisava daquela resposta, por mais que fosse lhe doer a alma um não.

- Talvez... Só o futuro pode dizer... – disse simplesmente e um meio sorriso nasceu no rosto dela.

- Obrigada Poncho! Obrigada por estar comigo nesse momento e... – ela respirou fundo, não queria chorar de novo – Desculpa! Eu errei muito, mas agora quero consertar tudo, virar essa página e escrever uma nova história. Sem mentiras nem sofrimentos...

Alfonso assentiu, se levantou e a abraçou. Anahí já estava desarmada, mas com o abraço desmoronou. Chorou o quanto pôde, encharcando a camisa dele. Como sentira falta daqueles braços a rodeando, do cheiro dele, de tudo! Alfonso olhava fixamente pro chão, queria que seu coração parasse de responder à ela, mas era impossível. A mente estava nublada, queria que ela sofresse sim, mas frágil como Anahí estava no momento era impossível pra ele pensar em vingança. Apenas a apertou contra os braços, um sinal para si mesmo de que aquele seria o divisor de águas na vida dele. Se quisesse vingança teria que ser muito mais forte do que aquilo, não podia deixar seu coração fraquejar. Mas naquele momento nada mais importava, eram só ele e ela e nada mais, nem mortes, roubos ou assassinatos. Só a cúpula deles, frágil, sim, mas deles.