Fanfic: Innocent AyA | Tema: Ponny

Alfonso ajeitava a gravata pela milésima vez, sentia-se enforcado e soava frio. Olhava os bancos da igreja serem completados minuto a minuto, que pareciam horas intermináveis. Respirou fundo e torceu os dedos, não sabia mais o que fazer, parado sozinho naquele altar.

- Então levará essa porcaria adiante mesmo? – ouviu uma voz feminina e esganiçada atrás de si.

- Não irei lhe responder, Dama. – Alfonso respondeu pausadamente. Estava nervoso o suficiente, não precisava ter aquela conversa, não quando seus neurônios trabalhavam a mil e pareciam não tomar uma decisão acerca daquele momento.

- Porque está indeciso – cantarolou feliz – Pena que tenha levado o jogo até o final para destroça-la, mas quer saber? Acho isso o máximo, quanto mais alto, maior a queda.

- Não pretendo fazer isso!

- É por isso que o seu pai não está aqui hoje! – Alfonso a encarou furioso – Oh! Não me refiro apenas de corpo, mas espiritualmente também. Mesmo que estivesse vivo, com certeza recusaria a assistir esse teatro mal armado! Você realmente quer ser pobre, não é?

- Cala a boca Damayante!

- Isso são palavras para se pronunciar na casa de Deus, Alfonso? – fingiu-se indignada – Aliás, convidei Cláudia para me acompanhar. De repente me afeiçoei a ela, acredita? – deu uma piscadela e saiu de volta ao seu lugar.

Alfonso ficou visivelmente irritado, não precisava de ninguém lhe dizendo o que fazer, muito menos de um apelo para “o que o seu pai faria no seu lugar”, aquilo era ridículo.

- Está tudo bem? – Christopher tocou-lhe o ombro e Alfonso desviou rapidamente, como se a mão do amigo queimasse – Hey! Calminha aí!

- Desculpa Ucker, estou nervoso, só isso.

- Está pior que Christian! – ele riu – Mas se quer saber, Anahí está divina, pelo o que Dulce me contou. – Alfonso sorriu. Anahí não precisava de muito para estar perfeita.

- Será que vão demorar muito mais?

- Cara, você a esperou por mais de um ano, o que são alguns minutos?

- Eu estou nervoso, só isso... – olhou para os convidados presentes, a maioria eram funcionários e modelos da empresa. Viu sua mãe sorridente na primeira fileira e Damayante na outra ponta, com um olhar de escárnio. Droga, teria aquela maldita visão da posição que ficaria.

- Ok, quem convidou a Cláudia? – Christian chegou bufando – Vocês sabem que na hora que o padre perguntar se alguém tem algo contra esse casamento ela estará pronta para levantar, certo?

- Foi Damayante.

- A prima louca? – Christian riu irônico – Era o que me faltava, duas potenciais destruidoras de casamentos.

- Elas não ousariam fazer nada. Pelo menos não com toda a família aqui!

- Isso é o que eu espero, meu caro. – Chistopher pôs a mão no ombro de Alfonso e soltou um suspiro – Espero que essa seja a única surpresa.

- Ah não! – Alfonso resmungou ao colocar a mão no peito.

- O que foi? – Christian perguntou de imediato e projetou seu corpo para segurar Alfonso, caso ele desmaiasse.

- Acho que esqueci as alianças! – bateu na própria testa.

- É isso? – Christopher arqueou a sobrancelha e remexeu no bolso interno do terno – Aqui! Você deixou comigo!

- Obrigado Ucker! – agradeceu sincero – Estou uma pilha de nervos, não sei o que fazer ou pensar...

- Calma! Eu sei como isso é estressante, principalmente quando algumas pessoas te pressionam, dizendo que ela não é a pessoa certa. Mas, acredite, depois que tudo isso passar você vai agradecer por ter dito “sim”.

- Christian tem razão Poncho! Não há nada com o que se preocupar! Só não dê ouvidos a ninguém e siga seu coração.

Alfonso concordou com a cabeça e respirou fundo. Aquele era um momento importante e não poderia recuar, não tinha esse direito, nem poderia destroça-la de forma alguma, pois aquilo acabaria de vez com a vida de ambos.