Fanfic: Innocent AyA | Tema: Ponny

POV Anahí on

Olhei-me no espelho. Os lábios inchados por causa do beijo. Que efeito aquele homem exercia sobre mim? Sentia-me uma adolescente tola e apaixonada novamente. Talvez fosse o ambiente de Madrid que me deixava assim. Coloquei a mão em meu peito esquerdo a fim de acalmar meu coração acelerado. Abri a tornei e lavei o rosto. Levantei o olhar para o espelho novamente. Os olhos demarcados pelo lápis preto, o blush fraco na maçã do rosto e a boca sem batom revelavam uma Anahí que eu jamais fui.

Lembrei-me da garota de vinte e um anos, que, apesar da idade, ainda era ingênua. Usava pouca maquiagem, apenas uma base para corrigir imperfeições, nada de mais. Mas foi o coração palpitar mais forte que uma nova Annie surgiu. Pelo menos exteriormente mudara, mas por dentro continuava sendo a mesma boba.

Maquiagem pesada, cabelos loiros e roupas mais justas. Era assim que me produzia para Rodrigo, talvez fosse por isso que ele me vira como uma prostituta. Meus amigos me alertaram, mas eu não dei ouvido. Penso que, se eu tivesse optado por ficar em Madrid, teria me casado com Aaron e já teria filhos. Esse era o meu sonho, não o que estava vivendo no momento.

Uma lágrima escorreu de meu rosto. Era tão difícil eu me permitir relembrar o passado que, quando o fazia, uma pontada de dor surgia em meu coração. Seria possível que estava redescobrindo o amor? Não! É uma atração física, nada mais!

Com esse pensamento enxuguei o rosto, retoquei a maquiagem e voltei para a mesa. Mas Alfonso não estava sozinho. O mesmo homem que eu esbarrara mais cedo na empresa estava sentado na minha cadeira. Franzi o cenho, de onde o conhecia? Não me lembrava, mas não ia com a cara dele.

- Annie! Esse é Kuno, nosso novo diretor financeiro! – Alfonso apresentou-lhe a mim.

- Acho que nos esbarramos de manhã! – disse – Como vai? – estendi a mão para cumprimentá-lo.

- Sim, nos esbarramos! – riu – Prazer! – puxou minha mão e lá depositou um beijo.

Forcei-me a um sorriso, realmente não gostava dele. Puxei minha mão de volta ao corpo e a limpei discretamente na roupa.

- Creio que vão se dar bem! Annie era minha secretária, mas revelou um talento como estilista que não pude mantê-la em tal cargo! – Alfonso riu se levantando – Vamos então? – olhou para mim.

- Vamos! – sorri.

- Vem com a gente Kuno? – Alfonso perguntou.

- Não, na verdade ainda não almocei... Estou esperando minha acompanhante! – riu e bateu de leve o cotovelo em Alfonso.

- Tudo bem então! Tenha um bom almoço, mas não vai esquecer da responsabilidade, viu? – piscou para Kuno – Até mais parceiro! – bateram as mãos.

- Tchau! – acenei para ele. Estava um pouco mais afastada. Ele retribuiu o gesto.

Alfonso colocou a mão em minha cintura e me guiou para fora do restaurante. Fomos com o carro dele, que estava estacionado a duas quadras de lá.

- Tenho a impressão de que conheço Kuno... – disse um pouco alto demais.

- Sério? Ele foi meu colega de sala! – Alfonso me olhou. Sua mão ainda repousava em minha cintura e ele me apertou ainda mais sobre seu corpo – Não conversávamos muito, Christopher que era meu melhor amigo!

- Você estudou com Christopher? – parei em frente a ele.

- Sim... – deu de ombros.

- Não acredito! Como não nos conhecemos antes?

- Falta de sorte? – tentou – Ou simplesmente porque não era para ter acontecido naquele momento! É até melhor, porque eu era um menino magricelo e ridículo! – riu.

- Duvido! – e duvidava mesmo – Meus pais eram amigos dos pais de Ucker! Eu vivia na casa dele!

- Eu era amigo dele, mas não frequentava sua casa... – vi a expressão de Alfonso se alterar um pouco ao relembrar de tal fato. Fiquei curiosa para saber o porquê de ele não ir à casa de Ucker, já que dizia ser tão amigo dele, mas resolvi me calar.

- Então Kuno é apenas um conhecido? – tentei mudar de assunto, ainda queria descobrir porque o rosto do novo diretor financeiro me era tão familiar.

- Sim! – Alfonso saiu do transe – Foi uma incrível coincidência!

- Assim como aconteceu comigo? – sorri.

- Exatamente! – me abraçou novamente.

E eu estava começando a gostar daquele gesto. Não éramos namorados nem nada do tipo, mas Alfonso me protegia de tal maneira que podia me sentir segura em seus braços fortes. Balancei a cabeça para afastar tais pensamentos. O que eu estava pensando? Tinha que roubá-lo, tinha que ser fria! Talvez meu alvo devesse ser Kuno, não Alfonso. Afinal, ele mexia com as finanças diretamente. E o fato de enganar um outro que não fosse Alfonso me dava certo alívio.

POV Anahí off

Que bom que está gostando onlydm! Dedico este capítulo a ti! Beijos :D