Fanfic: Innocent AyA | Tema: Ponny

POV Anahí on

Despertei um pouco confusa. Não lembrava de nada. Um aroma delicioso invadiu minhas narinas. Um perfume masculino, o perfume de Alfonso! Sobressaltei-me não me lembrava de ter feito nada. Como poderia estar em uma cama, num lugar desconhecido?

Olhei em volta. Estava em um quarto espaçoso, tinha tons de azul e lembrava muito o escritório de Alfonso. A cama de casal estava coberta por uma manta azul-escura deliciosa. Remexi-me um pouco e fiz menção de levantar, mas uma fraqueza percorreu meu corpo e senti necessidade de voltar a deitar.

Um outro aroma invadiu o ar, um cheiro de comida. Meu estômago protestou no mesmo instante, estava morta de fome. Virei o rosto em direção à porta e quase ri da cena. Alfonso de terno e gravata com uma bandeja de sopa em mãos.

- Que bom que está acordada! – sua voz grave me afetou – Está na hora do almoço!

- Estou morrendo de fome! – sorri – Você que fez?

- Foi, mas eu juro que dá para comer! – riu.

- Parece delicioso!

Alfonso me ajudou a sentar na cama. Realmente ele era uma pessoa maravilhosa em todos os aspectos. Por um momento imaginei como seria conviver com ele na mesma casa, mas logo deixei de lado a possibilidade. Era impossível nós vivermos como dois apaixonados!

- Se você não gostar avisa que eu providencio outro!

- Sim senhor! – ri.

Ele pegou a tigela e levou a colher com sopa até minha boca. O conteúdo quente queimou minha língua. Fiz uma careta.

- Não está bom? – afastou a colher dos meus lábios.

- Está ótimo, mas está fervendo! – exclamei.

- Nossa, esqueci de assoprar! Falha minha! – riu.

Pegou novamente a colher, assoprou o conteúdo dela, a fim de esfriar um pouco, e levou até a minha boca. Engoli com gosto. Alfonso cozinhava muito bem e meu estômago necessitava de comida.

- Pode deixar que eu como sozinha! Sei que tem vários assuntos a resolver! Vá lá, não se prenda aqui por minha causa! – estiquei minhas mãos para retirar a tigela das mãos dele.

- De jeito nenhum! – ele afastou a tigela de mim – Vou ficar cuidando de você!

- Fica tranquilo que não vou roubar nada! – brinquei. Mas saiu como uma verdade.

- Eu sei que não! – ele disse sério – Confio plenamente em você!

Aquilo acabou comigo. Confiava plenamente em uma ladra como eu? Meu coração se apertou. Fiquei com vontade de chorar de emoção. Ninguém me falava palavras carinhosas há tempos, desde que meus pais estavam vivos. Estar com Alfonso era redescobrir sentimentos que eu tinha quase certeza ter perdido.

- Agora vamos parar de teimosia! Se comer tudo tem sobremesa! – Alfonso riu.

- Não sou mais uma criança! – fiz uma cara de emburrada.

Alfonso sorriu. Um sorriso devastador. Os dentes perfeitos e os olhos verdes brilhando. Ótimo, assim eu me apaixonaria facilmente. Fechei os olhos para tentar desviar meus pensamentos. Ele continuou a me alimentar pacientemente até que não restasse nada na tigela de porcelana.

- E a minha sobremesa? – perguntei enquanto ele deixava a tigela no criado-mudo.

- Está aqui! – se aproximou de mim e me beijou. Um beijo rápido, mas que conseguiu me tirar de órbita.

- Isso não vale! – bati de leve em seu braço.

- Por que não?

- Porque eu estava esperando algum doce! – cruzei os braços como uma criança.

- E o meu beijo não foi doce?

Ok. Minha vontade era me atirar novamente em seus braços e saborear os lábios doces e carnudos. Mas respirei fundo, lembrei-me da missão. Seria horrível completá-la com um vínculo nos unindo.

- Estou brincando Anahí! – tirou algo do bolso – Aqui está sua sobremesa! – estendeu um pequeno bombom.

- Obrigada! – peguei o bombom.

- Bom, agora eu vou almoçar! Fica bem aqui?

- Você não almoçou até agora por minha culpa? – encarei-o

- Não... Não almocei porque tinha coisas mais importantes a fazer!

- Cuidar de mim não poderia ser sua prioridade Alfonso! Já imaginou dois doentes? Quem vai cuidar da gente? – brinquei.

- Fica tranquila Anahí! Sou forte e não estou há uma semana sem me alimentar direito que nem você! – cutucou minha barriga.