Fanfic: Innocent AyA | Tema: Ponny

Innocent

Capítulo 3 – Primeiro dia

Anahí vestiu um terno claro e uma saia social que moldava perfeitamente seu corpo. O pequeno apartamento era só o que lhe restara de herança. Há muito tempo não voltava para a cidade em que nasceu. Desde seu primeiro “trabalho” não voltava para lá. Agora, se via no lugar onde sua vida trágica começara. Onde roubou pela primeira vez e de onde fugiu para não ser pega.

Colocou os pequenos brincos de pérolas, soltou os cabelos castanhos em cachos pelas costas, calçou os sapatos sociais, pegou a bolsa e saiu de casa. Se quisesse ganhar a confiança de seu chefe teria que impressionar, a começar pela pontualidade, boa disposição e figurino impecável, afinal, não podia usar qualquer roupa em uma empresa que trabalhava diretamente com moda.

Dirigiu sem pressa até a Herrera Enterprises, o trânsito estava tranquilo, até conseguiu parar em um café e comprar algo. Chegou à empresa e saiu do carro com um capuccino na mão e a bolsa na outra. Trancou o carro e prosseguiu até o elevador. Viu que as portas começavam a se fechar, apressou-se e conseguiu chegar a tempo. Viu o homem alto e moreno parado numa expressão séria. “Alfonso”, pensou.

- Bom dia! – sorriu da melhor forma.

- Bom dia. – disse um tanto seco – Creio que seja Anahí, estou certo? – mirou-a.

- Sim, prazer! – estendeu a mão em um gesto típico e sorriu, o homem retribuiu o cumprimento sem mudar a expressão – Senhor Herrera? – perguntou cautelosa.

Alfonso assentiu. O resto da subida foi no mais cálido silêncio. Anahí não se sentia confortável para falar e muito menos Alfonso. Por algum motivo ela não fora capaz de começar o jogo de sedução a que estava acostumada, aquele homem a inibia apenas com o olhar. Ela o olhou se soslaio e seus olhos se encontraram. Tamanho foi o choque que ambos tiveram necessidade de desviar. Chegaram ao último andar e saltaram do elevador. Aquilo foi, de certa forma, um alívio.

- Siga até minha sala, por favor, terei de lhe passar algumas instruções antes que comece. – disse suavemente. Anahí assentiu e o seguiu.

A sala emanava o cheiro de Alfonso. Anahí aspirou e logo se arrependeu de tal feito. Seu coração disparou como uma adolescente. Ela meneou a cabeça a fim de se acalmar.

- Então, sua mesa fica lá fora, não sei se reparou antes de entrarmos? – ela assentiu – Ótimo. A chamarei poucas vezes, na verdade terá apenas que me manter atualizado em relação à minha agenda e me acompanhar em algumas reuniões. E em hipótese alguma entre sem bater na porta.

- Entendido! – sorriu – Algo mais?

- Divido a empresa com minha irmã, Maite. Por isso, às vezes terá que trabalhar tanto para mim quanto para ela. E acredite, ela consegue ser mais enrolada do que eu! – sorriu pela primeira vez. Anahí ficou com os olhos vidrados nas feições fortes de Alfonso. Tinha algo nele que a encantara, mas sabia que não podia se apaixonar ou ter qualquer relação que fosse com ele. Seu dever era conquistá-lo e depois roubá-lo. Simples, fácil e rápido. Pelo menos era o que pensava.