Fanfic: Innocent AyA | Tema: Ponny

Alfonso estava a ponto de socar o primo. Era atrevimento demais dar em cima da sua namorada e ainda mais na sua frente!

- Mas é uma reunião de família e ninguém me chama? – a voz esganiçada soou um pouco alto.

- Daminha! – Jensen falou – Esquecemos de você! Sabe, sempre nos esquecemos das pessoas mais adoráveis... – disse cínico.

- Também te amo priminho! – sorriu falsa – Pon! Tia Ruth está te procurando...

- Ok, já vou lá... – bufou e levantou-se.

- O que aconteceu por aqui? O Pon está tão bravo... – perguntou quando ele já tinha saído a passos firmes – Oh! – colocou a mão sobre a boca, como se estivesse surpresa – Ele descobriu que Ana está dando o golpe no baú nele!

- Anahí! – quase soletrou – Olha aqui Dama... Sei lá o que! Eu não estou interessada no dinheiro do seu primo!

- Claro que não! Assim como Cláudia não estava...

- Já chega Dama! Como uma mulher tão linda como Anahí poderia fazer isso? – Jensen interferiu – Os olhos azuis dela não mentem!

Anahí sorriu sem graça. Aquilo estava indo longe demais. Pediu licença aos dois e seguiu para dentro da casa à procura de Alfonso. As lágrimas estavam a ponto de desabar. Não poderia enganar Alfonso, não quando todos a achavam sincera. Respirou fundo e enxugou os olhos. A hora da verdade estava próxima.

- Poncho? – o tocou nas costas. Ele conversava com a mãe.

- Oi amor! Jensen e Dama te irritaram? – perguntou com um sorriso nos lábios.

- Damayanti sim, mas Jensen é uma boa pessoa! – sorriu – Dona Ruth, a senhora me deixaria levar seu filho por um tempinho? – olhou para a senhora com um sorriso nos lábios.

- Claro querida! Divirtam-se! – Ruth sorriu e voltou a conversar com os convidados.

- Aconteceu algo Annie? – a mirou nos olhos.

- Não, só quero ter aquela conversa a sós!

- Claro amor! Mas que tal nos divertir um pouco antes? – perguntou quando ouviu a música soar pelo recinto. Anahí assentiu e encaixou sua mão na mão de Alfonso. Já adiara tanto aquela conversa que uma hora a mais não faria diferença.

Chegaram ao centro da pista montada no jardim. Anahí adorava dançar, portanto seu corpo já se movia no ritmo da música. Alfonso balançava um pouco, mas logo ria pelos movimentos desengonçados que ele fazia. Não estava acostumado a dançar, mas por Anahí fazia qualquer coisa.

A hora do parabéns chegou. Cantaram e comeram o bolo. Anahí engolia cada pedaço com esforço, já que seu estômago ainda não estava dos melhores. Estranhamente não vira Damayanti mais naquela noite. Era até melhor, afinal, aquele ser a irritava. Por vezes colidia seu olhar com o de Jensen, ele a olhava com desejo e isso era estranho para Anahí. Ela desviava o olhar e voltava para perto de Alfonso.

O relógio já anunciava meia-noite. Anahí já estava cansada. Queria ir embora logo, ainda teria que arrumar algumas coisas na mala e depois partiriam. Alfonso e ela se despediram de todos e subiram. Teriam que estar no aeroporto dentro de uma hora.

- Poncho...

- Annie! Sei que precisamos conversar... Só vou tomar um banho rápido, certo? – deu um selinho demorado nela e entrou no banheiro.

Anahí arrumou as malas rapidamente e sentou-se na cama. Ouvia o chuveiro ligado e isso a afligia, precisava contar, tinha certeza, mas era difícil. Respirou fundo incontáveis vezes. Precisava de forças. Seu celular vibrou e ela se assustou. Quem em sã consciência mandaria uma mensagem na madrugada? Pegou-o e olhou. Era Rodrigo, claro!

Nem pense em contar à ele! Sabe que posso matá-lo e agora mesmo, em Cancun, se quiser!

Anahí estremeceu e correu até a janela. Olhou em volta, mas na noite era impossível enxergar algo. O coração estava acelerado. Será que Rodrigo estava a seguindo? Não, provavelmente colocara alguém para tal tarefa. Mas uma coisa era certa: Alfonso corria perigo de vida e ela não permitiria que nada de mal acontecesse a ele.

Ouviu o destrancar da porta e virou o corpo para ele. As lágrimas já apossavam de seu rosto, mas ela fez o máximo para disfarçar.

- Annie, eu conversei com a minha mãe. Pedi para ela conversar com a mãe da Dama. Ela não vai mais passar uma temporada em casa!

- Poncho... Eu... Eu não me importaria! Sério! Acho que seria bom... Não tem por que eu ficar com ciúmes! – mordeu o lábio inferior. Realmente, talvez se Damayanti fosse para Madrid conseguisse acalmar Alfonso depois que Anahí partisse.

- Não Annie! Não quero que você fique brava e, além disso, não suportaria Dama por muito tempo! – riu.

- Tem certeza Poncho? – perguntou incerta. Ele a abraçou e beijou o topo da cabeça dela.

- Sim meu amor! Tenho certeza absoluta!

- Pon... – a voz falhou e as lágrimas despencaram. Anahí não suportaria perdê-lo, por isso apenas decidiu engolir a coragem e deixar o destino se cumprir.

- Não chora amor! – a acariciou – Logo, logo estaremos de volta e todo esse tormento da Dama estará longe!

Ela chorou ainda mais, ultimamente os hormônios estavam à flor da pele, nem ela conseguia se entender.

- Amor, vamos? Daqui a pouco o nosso voo sai... Acho que você não vai querer ficar mais um dia com Dama, não é? – riu para descontrair.

- Jamais! – se distanciou e limpou os olhos – Minhas malas já estão prontas, só vou lavar o rosto e poderemos ir!