Fanfic: Innocent AyA | Tema: Ponny

Innocent

Capítulo 18 – O roubo

O dia amanhecera nublado em Madrid. O fino salto batia no chão. Cada passo era preciso, significaria sua vitória ou derrota.

Na semana em que viajara com Alfonso, Christopher contratara Dulce como secretária. Era mais um obstáculo para Anahí.

Passaram-se três dias desde que voltara da viagem à Cancun. Durante esse tempo ela estudara a empresa, vira a planta e já tinha tudo em sua mente. Teria que ser ágil. Anahí entrou na sala de segurança com facilidade, há tempos ninguém tomava conta diretamente daquele ambiente. Desligou as câmeras da sala da presidência e entrou no elevador.

Pela primeira vez estava sendo cuidadosa ao máximo em uma missão. Não podia ser pega. Olhou para as próprias mãos. Uma luva preta encobria qualquer digita, mas podia sentir o suor frio. Puxou as mangas da blusa a fim de escondê-las. Sentia vergonha de si mesma, ainda não acreditava que estava prestes a cometer um crime. Obviamente estava acostumada a isso, mas dessa vez era diferente, estava em jogo o amor e isso era o que mais corroia seu coração.

As portas se abriram. Anahí passou as mãos uma última vez nos cabelos, que estavam presos em um coque perfeito, sem nenhum fio de cabelo de fora. Nunca fora assim, mas daquela vez era necessário.

Aspirou todo o oxigênio possível e seguiu a passos firmes até a mesa de Dulce. Sabia que Alfonso estava em reunião, seu único empecilho no momento era a amiga. Caminhou até a mesa dela, mas se espantou ao vê-la vazia. Ótimo! Não perderia mais tempo.

Empurrou a porta da sala da presidência com cautela. Se Dulce não estava em sua mesa poderia estar lá dentro. Olhou em volta e não avistou ninguém, primeiro passo cumprido, agora vinha a parte mais difícil.

Avistou a porta que dava acesso ao apartamento de Alfonso. Como Maite lhe dissera, ninguém entrava lá a não ser o próprio Alfonso. Girou a maçaneta, mas a porta estaca trancada. Pestanejou a má sorte. Por que não pensara nisso? Agora que seria uma verdadeira corrida contra o tempo.

Correu até a mesa dele e revirou as gavetas com cuidado, tudo teria que voltar ao seu devido lugar. Olhou para um retrato em cima da mesa. Era a foto deles em Milão, em frente ao Duomo. Uma lágrima ameaçou escorrer por sua face, mas ela se conteve. Uma única lágrima na mesa e seu plano poderia dar errado. Recompôs-se da maneira que pôde e mirou uma pequena caixa azul ao lado do retrato. Abriu-a e viu o molho de chaves. Uma delas deveria ser a que dava acesso ao apartamento.

Pegou-as e correu até a porta. Bingo! Elas se encaixaram perfeitamente com a fechadura, lhe dando acesso total ao cantinho de Alfonso. Recolocou as chaves no lugar e entrou no cômodo. Fechou a porta atrás de si e deparou-se com um elevador, exatamente aquele que necessitava de senha para lhe levar ao destino desejado.

Mas Anahí era inteligente. Sabia que Alfonso confiava piamente nas pessoas ao seu redor apesar daquele apartamento ser trancado a sete chaves. A constar pelo tempo que ele tinha a empresa, os botões com os números correspondentes da senha deveriam estar desgastados, o mínimo que fosse.

Observou aqueles dígitos com os olhos mais azuis que o normal. Era uma senha simples de quatro dígitos apenas. Provavelmente ele nunca a trocou, pois o único problema dele era a confiança depositada nas pessoas, simplesmente não era necessário trocar a senha de ano em ano. Isso acontecia na maioria das vezes. Anahí aplicava golpes em pessoas inocentes, que apenas enxergavam as pessoas boas e se esqueciam das más, portanto cuidados simples, mas totalmente necessários, eram passados despercebidos.

Como havia deduzido, os números da senha estavam um pouco gastos. Agora era apenas combinação e sorte. Podia sentir as mãos suarem por dentro da luva, era um medo, um aperto no coração como nunca tinha sentido igual.

Terceira tentativa e nada. Pelos seus cálculos, eram quatro números diferentes, portanto tinha um total de vinte e quatro combinações. Não seria tão demorado assim. Mas, cinco tentativas erradas e o alarme soaria, o que a denunciaria. Tinha que acertar nessa ou na próxima.

A mão tremeu e apertou os quatro números. Fechou os olhos, não queria ser pega no flagra. Abriu primeiro um olho depois o outro. Tinha acertado! O elevador abriu e ela entrou. Colocou a mão no peito e respirou fundo, o coração batia descompassado. Quando as portas se abriram ela foi rápida, sabia que o seu alvo era o computador dele e já o tinha visto da vez que ficara doente.

Sentou-se na cadeira e ligou o computador. Tamborilou os dedos impacientes na mesa. Mexeu com o mouse até achar o que queria. Realmente tudo estava lá, a conta bancária, as transições, tudo!

Um clique e a transferência se realizava. Era apenas passar toda aquela quantia para a conta de Rodrigo na Suíça, simples assim. Como odiava os paraísos fiscais!

Olhou bem todo o dinheiro que Alfonso possuía. Era muito, com certeza. Como ficaria a vida dele dali pra frente? Conseguiria reconstruir todo aquele império? Anahí estava insegura, não queria causar nenhum mal, mas era necessário para que um mal maior não fosse cometido.

Um clique a separava do roubo. Um clique e sua vida voltava a ser o que era. Era incrível como sua vida poderia mudar completamente com apenas um aperto no mouse. Olhava fixamente para a tela do computador. O dedo repousava em cima do botão esquerdo do mouse, uma pequena pressão com o dedo e tudo estava feito. Fechou os olhos com força. E assim o fez, acabou com tudo!

brunaaya: Um bebê, será? Hmm vou te deixar na curiosidade haha

Carol: Sim, Dama é um estorvo. Também acho que ela perdeu a única chance... -q

talitinha: obrigada por comentar ((:

Cap dedicado à vocês! Beijos